Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

Delito de Opinião

Lápis L-Azuli

Maria Dulce Fernandes, 31.05.23

corvo.jpeg

Hoje lemos: Anthony Horowitz "O Portão do Corvo"

Passagem a L-Azular: "Existem dois mundos. O mundo que  entendes e o mundo que não entendes. Esses mundos existem lado a lado, às vezes com apenas alguns centímetros de distância, e a grande maioria das pessoas passa a vida inteira a viver num deles, sem ter consciência do outro. É como viver em um dos lados de um espelho: pensas que não há nada do outro lado até que um dia um interruptor é accionado e de repente o espelho fica transparente. E vês o outro lado." Deveria ler-se: "Apesar de se mover num caleidoscópio de cores, o mundo é basicamente preto e branco. Ou és preto ou és branco."

É verdade que são as nossas escolhas que nos definem. Sem olhar à cor da pele, podemos escolher ser preto ou ser branco. É simples. É sim ou sopas. Apenas os governantes são suficientemente vermículos para se contorcerem e rastejarem nas áreas cinzentas. Encarar o outro lado do espelho é como um murro no estômago para os verdadeiros crentes do mundo da realidade instituída, mas mesmo sob a mais excruciante tortura não irão nunca conseguir aceitar outra realidade senão aquela para a qual estão formatados.

(Imagens Google)

Lápis L-Azuli

Maria Dulce Fernandes, 27.05.23

mz.jpeg

Hoje lemos: Mário Zambujal " A Crónica dos Bons Malandros"

“Linhas paralelas que não tardaram a encontrar-se porque a vida não é assim tão geométrica.”

Passagem a L-Azular. Interfere com o conceito geral da criação. Deveria ler-se: "A nossa vida não é geometria nem é verdadeiramente nossa para calcular. Não escolhemos fazer a admissão e muito menos o check-out. Temos licença para viver e até essa poderá ser revogada a qualquer momento. É por isso que a vida é tão preciosa e é importante vivê-la bem, nos tempos de ouro e nos tempos de lixo".

Há de convir que o ouro não se come, não se bebe, não agasalha nem consola pela textura, e que o lixo, com vontade e paciência, tem sempre algum modo de ser reciclado. Um bom malandro é um bom reciclador. Mestre em paralelismos intersectados, consegue reciclar bosta em erva de cheiro e mostrar ao país que continua a ser um ás e que só não vê quem sofre de miopia progressiva. Aguardo o desfecho da JMJ, e o sequente acto de contricção, em que o país pedirá desculpa e indemnizará a igreja pela inépcia no tratamento de um acontecimento único. Após estes acertos, o malandro poderá mudar tranquilamente da esquina nacional para outra mais europeia. É o que os malandros fazem, mudam de esquina.

(Imagens Google)

Lápis L-Azuli

Maria Dulce Fernandes, 24.05.23

22480699_b2Mll.jpeg


Hoje lemos: Edgar Wallace- Os Quatro Homens Justos

“Na terra dos jornais, uma mentira enfadonha raramente é detectada, mas um exagero interessante leva um rival sem imaginação a denúncias histéricas.”

Passagem a L-Azular: Pressupõe falta de integridade jornalística. Deveria ler-se: "Os média são imparciais. São o arauto da verdade e prestam objectivamente serviço público a quem os lê, pois informam e debatem com isenção, sem se venderem a partidos, lobbies ou facções de interesses que não os nacionais e prioritários."

Não é necessariamente falso. Entre os milhares de milhões de verdades, os média escolhem sempre as mais convenientes e instrutivas verdades, no interesse da dita transparência dessa mesma escolha. Curiosamente a verdade do ministro Galamba, contumaz troca-tintas e da sua chefe de segurança SIS-gilosa, tem tido muito mais peso mediático do que a do seu assessor ciclo-boxer, denegrido e ostracizado para os quintos dos infernos por roubo qualificado de computador, ou melhor, roubo de computador qualificado, à melhor maneira de um filme de espionagem da série B. Nem entendo por que razão as estações televisivas perdem tempo e gastam milhões em telenovelas alienantes, quando o reality-show do Governo é diário e cheio de peripécias que envergonhariam qualquer mafarrico que se preze. Basta pegar nas pipocas e assistir. Não garanto que não haja muito amargo de boca.

(Imagens Google)

Lápis L-Azuli

Maria Dulce Fernandes, 20.05.23

andrea.jpeg

Hoje lemos: Andrea Camilleri - O Cão de Terracota

“E nos nossos dias sombrios, com tantas nuvens ameaçadoras no horizonte, inventamos uma história dessas para alienar, para drogar as pessoas, para distraí-las da atenção aos problemas graves, desviá-las e adormentá-las com um género de “Romeu e Julieta”, tocante de lutas e injustiças com um final mofino, mas uma história daquelas escritas por um autor de novelas baratas."

Passagem a L-Azular. Remete para desinformação. Deveria ler-se: "Por muito sombrios que sejam todos os dias e os respectivos aspectos da governação de um país, estes que vivemos, acreditamos serem baseados na transparência, na idoneidade, na moral e nos bons costumes e jamais se fabricariam distracções infelizes, SIS-temáticas e absurdas para alienar as pessoas dos verdadeiros problemas do país."

E assim todos nós temos sido a audiência passiva de mais uma novela rocambolesca que se parece com o coelhinho rosa (ou da rosa, conforme a leitura que se faça): e dura, e dura, e dura...

(Imagens Google)

Lápis L-Azuli

Maria Dulce Fernandes, 17.05.23

22474937_u2HeC.jpeg

Hoje lemos:  Patrícia Cornwel - Cruel e Invulgar

"Cada vez que te livras de um sapo,  aparecem uns quantos para ocupar o seu lugar."

Passagem a L-Azular: A grande dúvida sobre os sapos é se serão para beijar ou para engolir. Deveria ler-se "Se vires um sapo foge, que qualquer uma das opções é um nojo."

Beijar um sapo. A ideia por si só é arrepiante. Pensar que um qualquer labrego poderia surgir do ósculo, com a moleirinha atrofiada pelos anos de batráquio inconsequente, e começar a votar no partido de todos nós (os que o pusemos lá, claro), é assustador. Pior ainda, poderia ser o "tal" sapo, o que  põe e dispõe do charco e, pisando sapos a torto e a direito, poderia muito bem tornar-se o manda-sapos, como nas pragas do Egipto. Deveria haver um ditado no género "Beijou? ... tem de engolir" os sapos, claro. Quanto a mim, vejo-me mais a quieta cobra da contradição, até porque "Cobra que não anda, não engole sapo". Sendo enérgica opositora da pena de morte, dou por mim sobremodo a pensar que os sapos não têm penas...

(Imagens Google)

Lápis L-Azuli

Maria Dulce Fernandes, 13.05.23

PH.jpeg

Hoje lemos: Patrícia Highsmith - O Talentoso Mr. Ripley

"Tom riu-se da frase “desvio sexual”. Onde estava o sexo? Onde estava o desvio? Olhou para Freddie e disse baixo e amargamente: “Freddie Miles, tu és uma vítima da tua própria mente suja.”

Passagem a L-Azular. Induz à falta de caridade. Deveria ler-se: "Tom não se riu da frase "desvio sexual", porque não é de bom tom escarnecer de doenças ou de pessoas doentes. Sexo e doenças como os desvios sexuais  nunca deveriam ser tema de conversa. Olhou para Freddie e disse baixo e amargamente: “Freddie Miles, tu deverias sim pensar em jejuar para limpares a mente de pensamentos sujos, porque deve viver-se com a alma impoluta. E aproveitas para perder uns quilinhos durante o processo."

Eis um conto que demonstra os meandros negros da emulação e as psicopatologias destrutivas associadas. Temos bons exemplos, na prática. Cometer um crime e sair impune é um modernismo que veio para ficar.

(Imagens Google)

Lápis L-Azuli

Maria Dulce Fernandes, 10.05.23

Joel.jpeg


Hoje lemos: Joël Dicker : A verdade sobre o caso Harry Quebert

“Harry: Um bom livro, Marcus, não se mede apenas pelas últimas palavras, mas pelo efeito coletivo de todas as palavras precedentes. Apenas meio segundo depois de terminar o livro, depois de ler a última palavra, o leitor deve  sentir-se invadido por um forte sentimento; por um momento, basta pensar em tudo o que acabou de ler, olhar para a capa e sorrir com um pingo de tristeza porque vai sentir falta de todos os personagens. Um bom livro, Marcus, é um livro que se lamenta terminar de ler.”

Passagem L-azulada. Requer explicação. Deveria ler-se: "Os livros sobre religião e fé, Marcus, são os únicos livros que deves ler. São os únicos livros considerados bons livros e não se medem apenas pelas últimas palavras, mas pelo efeito coletivo de todas as palavras precedentes, porque todas as palavras neles escritas são palavras de salvação. Apenas meio segundo após terminares de ler o livro, depois de leres a última palavra, deves sentir-te invadido por um forte sentimento, um sentimento de fé no altíssimo, um sentimento de paz e de amor ao próximo; por um momento, basta pensar em tudo o que acabaste de ler, olhares para a capa e sorrir com um pingo de tristeza porque vais sentir falta de todos os personagens. Mas é apenas por um momento, porque um livro religioso contém todas as respostas e nunca se termina de ler. É um livro para esta vida e para a outra.” 

Num cômputo geral, é importante estimular toda a leitura sã. É óbvio que sanidade não implica a leitura dos dossiers da Comissão Parlamentar de Inquérito à Tutela Política da Gestão da TAP.

(Imagens Google)

Lápis L-Azuli

Maria Dulce Fernandes, 06.05.23

asasa.jpeg

Hoje lemos P.D. James: Os Filhos dos Homens

“Se nossa vida sexual fosse determinada pelas nossas primeiras experiências juvenis, a maior parte do mundo estaria condenada ao celibato. Não existe qualquer área da experiência humana em que os seres humanos se convençam de que algo melhor só pode ser alcançado se perseverarem.” 

Passagem L-azulada. Induz à imoralidade, à obscenidade do conceito sagrado da reprodução e à pouca vergonha. Deveria ler-se: "A vida é sagrada e o sexo é procriação. Crescei e multiplicai-vos, palavras do Criador. Perserverem nas idas à missa." Se todos os humanos se experimentassem uns aos outros e perseverassem nas capacidades técnicas, o mundo seria uma coelheira copulativa, o que na verdade não anda muito longe da realidade. Pois...

(Imagens Google)

Lápis L-Azuli

Maria Dulce Fernandes, 03.05.23

380.jpeg


Hoje lemos: Arnaldur Indriđason - A Cidade dos Vidros

Erlendur - "O pior é que esses malditos panascas vivem sempre felizes. Sorriem para o mundo sem que a consciência os incomode. Malditos imbecis."

Passagem L-Azulada. Pressupõe fobias erradicáveis. Deveria dizer-se: “E não é fantástico que esses companheiros, quais pássaros da mesma pena que voam juntos, possam viver felizes para sempre, com sorrisos conscientes e sonos tranquilos?" Estando a lgbtqiap+ em permanente Defcon 5 e não sendo estes nórdicos pródigos em perder-se em  reverências e contemplações a arcos-íris, dado que são apenas arroubadores de auroras e das que são boreais, calha serem também muito pouco diplomáticos no que toca a traduzir os próprios pareceres em  dislates, que lhes saem boca fora com a facilidade de quem escarra em simultâneo. Se não já aguentam a pressão do lado A da vida, como a encarariam sendo anatematizados e vilipendiados? Impor-se-ia com toda a certeza um chazinho de madressilva sem ser da praxe que fosse tomado por las cinco de la tarde.

(Imagens Google)

Lápis L-Azuli

Maria Dulce Fernandes, 29.04.23

Crime-no-Vicariato.jpg

Hoje lemos: Agatha Christie  - Encontro com um Assassino/ Crime no Vicariato

Miss Marple: “Interrogo-me muitas vezes por que motivo tem o mundo uma tendência tão grande para generalizar. As generalizações raramente ou quase nunca são verdadeiras e são muitas vezes totalmente inexactas.“

Passagem L-Azulada. Deveria ler-se: "Generalizar é sempre, mas sempre falar de género. E o género é uma escolha. E as escolhas podem ser inexactas, mas são verdadeiras."

Escrevi politicamente correcto! Não me incomoda minimamente ser inconveniente, incorrecta, ou o que me quiserem chamar. A realidade é bem mais estranha do que a ficção, como alguém já se encarregou de salientar. Não me assustam as palavras de trogloditas, assim como não me intimidam por bater o pé e fazer braço de ferro aos novos dogmas e às ditas discriminações criadas pelos que as usam e abusam no sentido de mascarar incapacidades, que são diferenças apenas nas suas cabeças ou nas suas competências, e muito provavelmente na falta delas.

(Imagens Google)

Lápis L-Azuli

Maria Dulce Fernandes, 26.04.23

Rex.jpeg

Hoje lemos: Rex Stout -The Red Box

Nero Wolf “Nada é mais admirável do que a força moral com que os milionários toleram as desvantagens de sua riqueza."

Passagem L-Azulada. Deveria ler-se “É deveras fascinante e vantajoso para toda a humanidade o reconhecimento da força moral do grande capital que é o sustentáculo do mundo civilizado." Basta olhar a leste e a oeste para constatar como todas essas desvantagens têm refreado as elites da riqueza exponenciada, de moldar o  mundo a seu bel-prazer. Pois...

(Imagens Google)

Lápis L-Azuli

Maria Dulce Fernandes, 22.04.23

300x.jpeg.jpg

Hoje Lemos: Dashiel Hammet - O Falcão de Malta

“O maxilar de Samuel Spade era longo e ossudo, o seu queixo era um V saliente sob o V mais flexível da sua boca. As suas narinas  curvavam-se para trás formando outro V menor. Os seus olhos cinzento-amarelados eram horizontais. O motivo em V foi retomado por sobrancelhas espessas que se projetavam de dobras idênticas acima de um nariz adunco, e seu cabelo castanho-claro crescia para baixo - de têmporas altas e planas - num ponto da sua testa.  Parecia-se agradavelmente como um Satanás loiro.”

Passagem L-Azulada. Remete a lascívia. Deveria ler-se “Samuel Spade não era mais bonito ou mais feio do que outro homem qualquer. Tinha o rosto demasiado angular para ser belo e não tinha asas, como é revelado nas escrituras (de alguém) ser particularidade  de anjos e arcanjos, para se assemelhar ao Anjo Caído”. E essa nota persistente sobre o V é insólita e suspeita. Qual o significado por detrás de tanto V (porque a Verdade está sempre no que se pressupõe)? Será Victória? Que Vitória? A traiçoeira Victória do mal? Será Veneno, Vigarice, Vilipêndio, Vitupério? Ou simplesmente Vergonha ou muito provavelmente a falta dela?

(Imagens Google)

Lápis L-Azuli

Maria Dulce Fernandes, 20.04.23

dddddd.jpeg

Hoje lemos: Camilla Läckberg – Gritos do Passado
Patrik Hedström. “Se algo era merda, cheiraria a merda por mais que se lhe despejasse perfume em cima.“

Passagem L-azulada. Deveria ler-se: “se algo era cocó, cheiraria a cocó por mais que se lhe despejasse perfume em cima." Francamente… Não é recorrendo à violência das palavras rudes que se educam as crianças para as implacáveis austeridades que o futuro eventualmente lhes reservará. A palavra M deveria ser banida do dicionário e substituída por dejecto, excreção ou fezes, palavras menos agressivas e mais agradáveis à leitura. Não retiram o sentido ao texto, e tornam-no seguramente mais arejado e fragrante.

(Imagens Google)

Lápis L-Azuli

Maria Dulce Fernandes, 15.04.23

aaaa.jpeg

Hoje lemos: Jo Nesbo. O Redentor.

Harry Hole “Tenho problemas com uma religião que diz que a fé em si é suficiente para uma passagem para o céu. Em outras palavras, que o ideal é sua capacidade de manipular seu próprio bom senso para aceitar algo que seu intelecto rejeita. É o mesmo modelo de submissão intelectual que as ditaduras usaram ao longo dos tempos, o conceito de um raciocínio superior sem qualquer obrigação de se desincumbir do ônus da prova.”

Passagem L-azulada. Incorre em heresias. Deveria ler-se: “a fé é cega e apenas dita virtudes. Não vende bilhetes nem passes sociais. É preciso acreditar porque senão a vida não faz qualquer sentido e no fim só se pode contar com os tormentos dos nove círculos, ou dos novos círculos sociais." Quer fazer crer não serem necessários os ditames da fé para passar pelo buraco da agulha e alcançar a celestialidade, como se fosse porventura possível! Basta perguntar a quem seguiu a vocação pela fé e pela fé flagelou a vocação, impondo silícios físicos e psíquicos ao futuro da própria fé.

(Imagem Google)

Lápis L-Azuli

Maria Dulce Fernandes, 08.04.23

maigret.jpeg

Hoje lemos: George Simenon- Maigret e o Corpo sem Cabeça

“Ela deve ter sido bonita um dia. Pelo menos, como toda a gente, ela era jovem. Agora, os seus olhos, a sua boca, todo seu corpo exalavam fraqueza. Será que ela estava doente e esperava pelo próximo ataque? Algumas pessoas que sabem que em determinada hora vão começar a sofrer novamente têm aquela expressão, subjugada e ao mesmo tempo tensa, como viciados em drogas esperando a hora da dose.”

Passagem L-azulada. Denota a perversão de um homem velho, um pedófilo miscigenado, ou apenas um provecto senil que não consegue conter a concupiscência à vista de um corpo jovem, mesmo sendo uma carcaça infesta e castigada pela doença dos viciados. Deve ser substituído por “morreu como todos morrem, principalmente quem segue na vida sem boas orientações e faz más escolhas.“ 

(Imagens Google)

Lápis L-Azuli

Maria Dulce Fernandes, 05.04.23

GUEST_363cd801-2f49-4531-a58d-b738411a09c8.jpeg.jp

Hoje lemos:  Ann Cleeves – O Caçador de Mariposas

“Vera pensou por um instante que poderia ter conseguido um homem se se tivesse composto um pouco melhor, mas decidiu que nenhum homem valia o tempo que levaria para betumar o rosto pela manhã, quando  poderia, em vez disso, tomar mais uma chávena de chá."

Passagem L-azulada. Denuncia enxovalho. Deveria ler-se: "Devia ter andado lavadinha e arranjada, como qualquer senhora virtuosa deve andar. Devia alimentar-me com saladas e frutas para não parecer tão, como dizer… cheia? E desmazelada também. Poderia ter tido um homem bom que a quisesse, é verdade, mas em contrapartida tem uma série deles (no bom sentido, claro), trá-los todos em grande afã, apesar de estar sempre ciente de que se fala que as mulheres vieram ao mundo para servir os homens". Pois sim…

(Imagens Google)

Lápis L-Azuli

Maria Dulce Fernandes, 01.04.23

philipmarlowe.jpg

Hoje Lemos: Raymond Chandler – O Longo Adeus

Philip Marlowe: “Álcool é como o amor. O primeiro beijo é mágico, o segundo é íntimo, o terceiro, mera rotina. Depois disso, despe-se a rapariga.”

Passagem L-azulada. Alvitre de relações pré-conjugais. Deveria ler-se “olharam-se tímidos e após um breve beijo na face, caminharam lado a lado, com um sorriso ladino nos lábios, de cabeça baixa a contemplarem a própria sombra. Acabaram por sentar-se na penumbra de um cafezinho triste, onde tomaram um galão pingado (porque o café é quase tão estimulante e tóxico como o álcool) e comeram meio papo seco com manteiga cada um.” Muito seco, cogitou Marlowe. Deve ser de cedo da manhã, ou de ontem talvez, que a vida não está para deitar as sobras fora, ou fora apenas desapontante por Marlowe ser grande apreciador de vianinhas.

(Imagens Google)