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Delito de Opinião

Julho é o mês de Júlio ou de Caius Julius Caesar

Maria Dulce Fernandes, 01.07.24

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O mês de Julho, ao contrário dos anteriores, não foi buscar o seu nome a um deus, mas a um mortal, embora praticamente endeusado por ter sido quem planeou, conquistou e governou um império. Caius Julius Caesar foi um general, estadista e historiador romano que conquistou a Gália (que inclui Itália, França, Bélgica e Holanda) e  mudou a estrutura do governo romano pela primeira vez para uma ditadura. Como em tudo o que se relaciona com política, foi assassinado de forma lendária, apunhalado pelas costas nos Idos de Março. 

Caesar é responsável pelo ano como o conhecemos ter 365 dias e pela existência de um ano bissexto a cada quatro anos. O antigo calendário romano tinha um mês intercalar chamado Intercalanus (ou Mercedonius) com 27 ou 28 dias de duração, que poderia existir ou não, dependendo da decisão que fosse tomada pelo sumo sacerdote do Colégio dos Pontífices, também conhecido como Pontifex Maximus, adicionado, ou não, uma vez a cada dois anos após 23 de Fevereiro. Para os anos que incluíam Intercalanus, os últimos cinco dias de Fevereiro seriam omitidos. Caesar acabou com o intercalanus, distribuindo os dias pelos meses mais pequenos. O nosso calendário contemporâneo ainda funciona praticamente no mesmo sistema que César instituiu há mais de 2.000 anos.

Diz-se também que Julius Caesar deu a conhecer ao mundo a prática da cesariana, por ter ele próprio nascido desse modo, embora os historiadores tendam a menosprezar essa etimologia.

Quintilis, que foi seu mês de nascimento, já não fazia qualquer sentido ser o "quinto mês" porque, graças ao calendário juliano, seria o mês número seis. Como tal, Julho foi atribuído em homenagem póstuma a Julius Caesar.

A história é assim, passa mas não se apaga.

Julho de 2017: os meus votos

Pedro Correia, 26.08.17

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Figura nacional do mês

Obscuro comentador futebolístico num canal de televisão, o candidato do PSD à Câmara de Loures transformou-se em figura nacional com a ajuda do Bloco de Esquerda. «Não compreendo que haja pessoas à espera de reabilitação nas suas habitações quando algumas famílias, por serem de etnia cigana, têm sempre a casa arranjada», declarou a 12 de Julho André Ventura ao jornal digital Notícias ao Minuto. O Bloco apressou-se a apresentar  queixa-crime por difamação e discriminação. O CDS, que apoiava o candidato, retirou-lhe apoio. O benfiquista Ventura conseguiu o que queria: hoje todos falam dele.

 

 

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Figura internacional do mês

Luisa Ortega, procuradora-geral da Venezuela e hoje a principal adversária do ditador Nicolás Maduro. Oriunda das fileiras do regime socialista instaurado pelo falecido Hugo Chávez, foi-se distanciando de Maduro, opondo-se em Abril à tentativa de dissolução da Assembleia Nacional, única estrutura de poder que o Presidente não controla, denunciando a "ruptura da ordem constitucional" posta em marcha no país. Mandou investigar casos de corrupção protagonizados pelas mais altas figuras do regime e a brutal repressão que causou mais de 120 mortos em três meses. Autêntica mulher-coragem: ainda ouviremos falar muito dela.

 

 

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Facto nacional do mês

Depois da tragédia de Pedrógão Grande, que comoveu o País e impressionou o mundo, Portugal continuou em chamas. No final do mês de Julho já tinham ardido 118 mil hectares de área florestal e agrícola. Em zonas tão diferentes como  Alijó e MaçãoMértola e AbrantesCoimbra e Sertã. Uma situação de calamidade nacional, entre críticas generalizadas de falhas das comunicações e da protecção civil.

 

 

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Facto internacional do mês

A Casa Branca, com Donald Trump, continua a assemelhar-se a uma porta giratória, surgindo aos olhos do mundo como um foco permanente de instabilidade. Na própria equipa presidencial vão-se sucedendo as demissões. Em menos de duas semanas, Trump perdeu dois colaboradores muito próximos: a 21 de Julho demitiu-se o porta-voz da Casa Branca, Sean Spicer; dez dias depois, saía o recém-entrado director de comunicação, Anthony Scaramucci. O anterior, Mike Dubke, abandonara funções em Maio. Também em Julho, o Presidente perdeu o seu chefe de gabinete, Reince Priebus, e viu partir o director do gabinete de ética, Walter Shaub. Em Fevereiro, exonerara o conselheiro de segurança, Michael Flynn, que só esteve um mês em funções.

 

 

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Frase nacional do mês 

«Depois de termos levado um soco no estômago, os chefes militares levantaram logo a cabeça.» A insólita declaração foi proferida a 11 de Julho no Palácio de São Bento, após uma reunião entre o primeiro-ministro e comandos militares, pelo chefe máximo das Forças Armadas, general Artur Pina Monteiro. A propósito do assalto aos paióis de Tancos, ainda por esclarecer. O caso não tardou a entrar no anedotário nacional. «Conheço galinheiros mais bem guardados do que o paiol de Tancos», ironizou Miguel Sousa Tavares.

  

 

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Frase internacional do mês 

«Pode saber que eu 'tou no jogo».» Foi assim, ensaiando uma fuga para a frente, que o ex-presidente brasileiro Lula da Silva reagiu em 13 de Julho à notícia de que fora condenado a 9 anos e seis meses de prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, no âmbito do processo "Lava Jato". Lula, que ocupou o Palácio da Alvorada entre 2003 e 2011, anunciou recurso desta sentença condenatória e, em simultâneo, revelou que será candidato à eleição presidencial de 2018.

Julho de 2015: os meus votos

Pedro Correia, 10.08.15

Figura nacional do mês

Maria de Belém Roseira  movimenta-se para apresentar uma candidatura à Presidência da República, cortando assim caminho a Sampaio da Nóvoa, que sonhava desde o início do ano receber o apoio do PS para chegar a Belém.

 

Figura internacional do mês

O multimilionário  Donald Trump domina a pré-campanha presidencial do Partido Republicano nos Estados Unidos, situando-se em primeiro lugar na generalidade das sondagens.

 

Facto nacional do mês

Armando Vara - ex-ministro, ex-deputado socialista e ex-administrador da Caixa Geral de Depósitos - foi detido a 9 de Julho, no âmbito das investigações da Operação Marquês, que já haviam levado José Sócrates à prisão.

 

Facto internacional do mês

Instituições europeias aprovam um terceiro resgate à Grécia, totalizando 86 mil milhões de euros, acompanhado de duríssimas medidas de austeridade. Um pacote financeiro que recebeu luz verde do Parlamento de Atenas, gerou divisões no Syriza e pôs em xeque as promessas eleitorais do primeiro-ministro Alexis Tsipras.

 

Frase nacional do mês

«Estou a ponderar [se serei candidato presidencial].» (Rui Rio, putativo candidato presidencial social-democrata, aludindo pela enésima vez ao tema, desta vez a 23 de Julho, em entrevista à RTP informação)

 

Frase internacional do mês

«Assinei um acordo em que não acredito.» (Tsipras, falando no Parlamento de Atenas, a 14 de Julho)