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Delito de Opinião

Palavras para recordar (11)

Pedro Correia, 02.01.17

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JOSÉ ANTÓNIO SARAIVA

Sol, 15 de Janeiro de 2010

«É difícil imaginar Pedro Passos Coelho no papel de líder do PSD nacional.

(...) Por tudo isto, admito que Aguiar-Branco pode ser o líder de que o PSD precisa.

E sendo este palpite naturalmente falível - até porque só o conheço da televisão - o passado diz-me que, de uma forma geral, a intuição não me engana.»

O "Sol" incendiário

jpt, 01.07.13

 

O jornal português "Sol" tem uma edição moçambicana, composta por uma mescla de material integrando a edição portuguesa e outro produzido em Moçambique. O director é também o arquitecto José António Saraiva. A ideia desta composição é até interessante, ainda que o resultado seja algo ambivalente, e explicitamente ambíguo.

 

Em Moçambique o momento político é difícil, com as investidas da Renamo dos últimos meses no centro do país. O país está algo suspenso das negociações em curso, em busca da necessária pacificação. As avisadas palavras do ex-presidente Joaquim Chissano no último 25 de Junho, apelando a uma negociação entre os partidos, a um "amolecimento do coração de Dhlakama", sintetizam bem a vontade generalizada da manutenção do diálogo e da paz.

 

Neste contexto acabo de ler o jornal dirigido por José António Saraiva, em Lisboa, na sua edição moçambicana. Aí consta o habitual "edital", o cunho político semanal que o jornal produz para Moçambique, assinado pelo português Vítor Gonçalves (que sempre se apresenta nos textos como sendo moçambicano), julgo que responsável pelo dossier moçambicano do "Sol". O texto é absolutamente incendiário. Refutando a dimensão política da situação, reduzindo-a a um caso criminal, apelando à pura intervenção policial e radical intervenção dos tribunais.

 

É certo que cada um escreve o que lhe apetece, e que a liberdade de imprensa é um valor fundamental em democracia. Mas se foi para publicar imbecilidades inconscientes destas o arquitecto José António Saraiva podia deixar o seu jornal na nossa terra, e não vir armar-se em incendiário para terra alheia. Num registo inacreditável, o mais baixo possível. Sem rodeios, desprezível.