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Delito de Opinião

Fartinho, fartinho

João Campos, 14.06.16

À hora a que escrevo estamos a pouco mais de cinco horas do jogo de Portugal contra a Islândia no Euro 2016, e eu já estou fartinho, fartinho de ouvir falar na selecção.

Pergunto-me se nos outros países (na Islândia, por exemplo) também é assim: o patriotismo alarve, tão ruidoso como inconsequente; os directos televisivos inanes, mal preparados (há pouco, enquanto almoçava, ouvi uma jornalista dizer que a selecção islandesa "estreava-se pela primeira vez num Europeu"), a entrar em restaurantes e talhos e salões de cabeleireiras para mostrar coisa nenhuma, a "entrevistar" quem nada tem para dizer (porque não há nada para dizer!), a ocupar tempo de antena com barulho que disfarça o vazio absoluto. A comunicação social a embandeirar em arco quem, afinal, nunca ganhou coisa alguma. Que comece rápido, e que acabe depressa. 

O apoio ao negócio dos cafés

João André, 16.09.13

O governo anuncia com pompa e circunstância um "apoio" ao emprego de 25 milhões de euros para 110 mil contratos em 2014. Tanta massa para tanta gente... É pá, 'pera aí... 25 milhões a dividir por 110 mil, saca da calculadora para não fazer asneira - olhe para o lado doutor Crato - e dá 227 euros por pessoa por ano. Não parece muito... Deixa lá ver então, a dividir por 365 dias dá 62 cêntimos por dia. Olha, a bica da manhã está paga. Os cafés é que não se vão poder queixar.

 

Eu até já nem me espanto com a falta de vergonha deste governo. Isto é aquilo a que uma amiga chama de vender merda em papel de embrulho. Só me pergunto é se os jornalistas portugueses estão assim tão abovinados que já nem se lembram de fazer as perguntas pertinentes no momento em que vêem a porcaria tão mal embrulhada.

A enfermeira

Patrícia Reis, 10.12.12

Ler os jornais e os portais é uma forma muito bizarra de ver a vida. Hoje o mundo gira à volta da enfermeira, com apelido português, descendente de indianos, porventura de Goa, que se suicidou depois de uma brincadeira de uns tipos de uma rádio. Os mesmos tipos que já foram à televisão de lágrimas pedir desculpa e explicar que tudo não passou de uma brincadeira.

Eu cá tenho carteira profissional de jornalista, portanto vamos às coisas básicas: se a senhora caiu para o lado, porquê a teoria de suicídio? Se a senhora atendeu o telefone da estação de rádio com tendência para brincadeiras e passou para a chefe ficou muito abalada? A senhora teria uma relação de proximidade tão grande com a Princesa de Gales e a putativa gravidez que ficou transtornada pelo assunto ser comentado? Irra. Outra vez. Há quem esteja na fase dos porquês, eu estou na fase do Irra.