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E a festa continua. Jorge Lacão afirma que está disponível para discutir com o PSD a redução do número de deputados. De duas, uma, mas qualquer uma delas um péssimo sinal. Ou Lacão verdadeiramente não quer discutir coisa nenhuma e tudo isto não passa de uma manobra para não perder a face, empurrando no final para o PSD o ónus de não se ter chegado a um acordo. Em suma, má fé, pura e dura, com inevitáveis repercussões mais tarde na credibilidade negocial de Lacão e do governo. Ou então o ministro está genuinamente disponível para negociar, mas sem a cobertura do seu partido, o que significa que as negociações estão condenadas antecipadamente ao fracasso, porventura agravando as divergências entre o governo -- e Lacão em particular -- e o PS. Num ou noutro cenário, Jorge Lacão e Francisco Assis, o governo e o PS, ficam mal nesta fotografia cujos responsáveis são única e exclusivamente os próprios.
O sistema político português não necessita de partidos da oposição. O PS desempenha os dois papéis. Jorge Lacão defende a redução de 230 para 180 deputados e Francisco Assis rejeita de imediato a proposta. Noutras circunstâncias, estas divergências seriam um sinal de pluralidade e de debate interno. Nas actuais circunstâncias, as afirmações de um e de outro não passam de sinais de descoordenação e de sintomas de uma orquestra em que cada um toca a partitura que lhe apetece. Um péssimo sinal.
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