Impressões alemãs (40)
O Norte é símbolo de frio e desconforto, o Sul significa calor e vida despreocupada. Os clichés parecem seguros a pedra e cal, até ao momento em que começamos a interrogá-los. E podemos perguntar-nos, por exemplo, se, tendo o Norte mais poder de compra e uma vida mais organizada, esta não será, de facto, mais descontraída.
Enfim, isto dava pano para mangas, mas, mesmo tendo em conta apenas o clima, observemos os extremos: Inverno constante nos pólos, Verão constante na linha do Equador. Será esta última hipótese realmente a chave para uma vida paradisíaca? Na verdade, só quem tem meios para passar lá férias pensa assim. Viver constantemente num meio quente, sem estações do ano, nem variações de duração entre o dia e a noite, torna-se monótono (afectando a psique) e convida ao letargismo (afectando a condição física).
O ritmo sazonal das regiões temperadas equilibra a nossa vida. Quanto está frio e as noites são longas, ansiamos pelo Verão, regozijando-nos quando ele finalmente chega. Mas o contrário também se verifica, principalmente, em Verões quentes e secos, como o deste ano. Quem não anseia por um tempo mais fresquinho, sem a praga dos incêndios e a possibilidade de não suarmos constantemente, por mais duches que tomemos?
Do ponto de vista global, a Alemanha ainda se considera zona temperada, mas, ficando mais a Norte do que Portugal, o contraste entre as estações do ano é mais acentuado. E aqui ficam as variações sazonais em Stade.
PRIMAVERA
VERÃO
(Centro histórico de Stade com o porto medieval, num braço do rio Schwinge, afluente do Elba. Stade pertencia à Liga Hanseática)
(Alfazemas no nosso jardim)
OUTONO
INVERNO
E com este postal dou por finda esta minha série. Na verdade, falta-me material, ou seja, fotografias, pelo menos, em formato digital. Talvez retome a série com outras mais antigas, se me apetecer digitalizá-las. Ou talvez inicie outra série, dedicada a Portugal.