Era uma vez...
Era uma vez um país que, deprimido, vivia obcecado com a grandeza de outrora. Mais do que ambicionar a voltar a desenhar o futuro, consumia-se numa masturbação eterna com o passado. Para entreter e mobilizar os seus nacionais, criou uma narrativa, um império por desígnio superior e direitos inalienáveis. Os territórios e os povos teriam de se vergar à vontade de quem conseguia drenar a vontade dos outros. A religião, também com medo do futuro, validou o desígnio e a todos abençoou. O resto do mundo não concordou e remeteu esse país à solidão que apenas os desalinhados conhecem.
Pelo caminho ficou um imenso rasto de destruição, uma geração de mortos e estropiados e muitas mais de memórias que, erradamente, irão tentar provar que, afinal, os sangues não são todos iguais.
De que país estou a falar?
Alguém do PCP me pode ajudar nesta escolha?