Mater
Onde conseguimos arrumar a dor - apenas arrumar - e depois seguir adiante?
Acredito que é uma tarefa que só depende da inteligência.
Não direi que desprezo os piegas.
Mas digo que admiro a força racional dessa inteireza que nos leva a administrar a perda com a audacidade desconfortável da lucidez intacta. E o conforto humano das lágrimas privadas.
Sabemos que nunca mais nada voltará a crescer no lado que nos comeram. Mas fazemo-nos de novo à vida sem desculpas.
Talvez as mulheres aprendam este verbo por herança ancestral.
Esta é a minha pequena homenagem à Helena: sem disfarçar a satisfação que sinto quando as pessoas não me desiludem.
É tão raro. E tem um nome: exemplo.