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Delito de Opinião

Napoleão ou Crimeia?

João Pedro Pimenta, 01.03.24

Em resposta aos avisos de Macron sobre a possibilidade de tropas da NATO poderem combater na Ucrânia, os "aliados" (ou seja, subalternos) de Putin já vieram comparar o presidente francês a Napoleão e recordar a desastrosa campanha da Rússia, de 1812.

Tem-nos surgido muitas vezes, da parte de russos ou de outros sectores putinófilos, a sempiterna chamada de atenção para os efeitos nefastos da invasão de 1812 e da Operação Barbarrosa pela Alemanha, em 1941. Mas a sua noção de história parece ser selectiva, que não vindo de quem vem não espanta. Primeiro porque Macron não propôs nenhuma invasão da Rússia. E depois porque se esquecem de outra campanha, essa desastrosa mas para a Rússia, que foi a Guerra da Crimeia, nos anos 1850, em que a França, o Reino Unido e o Império Otomano - hoje todos membros da NATO - impuseram aos russos uma pesada derrota, a devolução de alguns territórios e o seu enfraquecimento na zona do Mar Negro. Macron saberá certamente porque é que há o Boulevard de Sebastopol ou a zona de Malakoff, em Paris. Bem sei que os tempos são outros, mas isso vale para todos, e se é para fazer comparações históricas, vamos a todas.

A Guerra da Crimeia - RTP Ensina

A Fé possível

Cristina Torrão, 12.12.22

2022-12-11 Stanislaw Szyrokoradiuk bispo de Odessa

Da Leitura do Primeiro Domingo do Advento:

«Ele será o juiz entre as nações e o árbitro nas questões entre os povos. Então eles hão-de converter as suas espadas em arados e as suas lanças em foices. Nenhum povo levantará a espada contra outro, nem voltarão a ser treinados para a guerra.»

(Is 2,4)

O Jornal Católico da Diocese de Hildesheim (nº 47, de 27 de Novembro de 2022), entrevistou Stanislaw Szyrokoradiuk, bispo de Odessa, a propósito destas visões do Profeta Isaías. E, quando o pontífice se vê confrontado com a necessidade de confortar os seus fiéis, admite:

«Na teoria, as palavras soam bem. Na prática, é, no momento, difícil falar sobre estes textos».

Mais adiante:

«O que aqui se passa é genocídio. É uma guerra diabólica. Sem motivo! A Ucrânia nunca prejudicou a Rússia (…) Já correu tanto sangue. Tanto ódio, tantas mortes, tantas ruínas, tantas lágrimas».

Quanto à probabilidade de os ucranianos terem de aguentar um Inverno sem electricidade e aquecimento:

«As pessoas compreendem porque temos de pagar um preço tão alto. Lutam pela nossa liberdade. Preferem passar agora estas dificuldades do que tornarem-se escravas da Rússia».

«Todos os padres de Odessa ficaram, também todas as freiras. Ninguém abalou. Este é um sinal para a nossa gente: resistimos - juntos».

 

Nota: a tradução das palavras de Stanislaw Szyrokoradiuk, a partir do alemão, é de minha autoria. O extracto bíblico é copiado de A Bíblia para todos: Edição Comum, LBE - Loja da Bíblia Editorial Lda. © 1993, 2009 Sociedade Bíblica de Portugal

Como desmascarar um farsante

João Pedro Pimenta, 03.10.22

Não sei se tiveram a oportunidade de ver, mas aquela correia de transmissão das ordens de Moscovo, de seu nome Alexandre Guerreiro, levou uma tareia inacreditável do Francisco Pereira Coutinho em todos os aspectos, num debate na SIC Notícias na sexta-feira. Podem - julgo eu - ver o vídeo na íntegra aqui (não consegui transportá-lo directamente para o post por ser muito grande) e avaliar as prestações. O homem do Kremlin a certa altura parecia completamente perdido, repetia incessantemente "o precedente do Kosovo", cujas diferenças aliás o Francisco explicou devidamente, acabou a justificar a anexação da Crimeia com "sondagens" (como se sabe um elemento essencial no direito internacional) e a dizer que a anexação das quatro regiões ucranianas "era legal mas também podia não ser".

Eis a forma como se neutralizam os farsantes: colocá-los perante alguém que efectivamente conhece o terreno para os desmascarar. Acresce que nas horas que se seguiram ao debate, Guerreiro era alvo de chacota pelos twiters e watsaps fora.