NÓS...
Beatriz Alcobia: «Escolho as maçãs uma a uma e só trago as que gosto e me interessam. Deixo lá as outras que não me interessam. Assim também o faz Putin. Vai à História e tira um a um os acontecimentos que lhe interessam e ignora os outros.»
João Campos: «Sou insuspeito de nutrir alguma simpatia pelo actual Governo e pelos seus vários elementos - Augusto Santos Silva incluído - mas não posso deixar de aplaudir a sua resposta ontem, no Parlamento, à vergonhosa intervenção do deputado comunista João Oliveira. Ponderada, eloquente, sem meias-palavras e sem as insuportáveis adversativas que tanta gente usa para tentar "justificar" ou "compreender" a agressão de Putin à Ucrânia.»
João Pedro Pimenta: «Não faltam "quintas colunas" no Ocidente a favor de Putin. Em Portugal não serão assim tantas, mas temos à cabeça o inevitável PCP, sempre ao lado dos russos (ou melhor dizendo, contra o Ocidente), para quem a culpa é... da Ucrânia. Certamente pensaram o mesmo da Polónia na invasão alemã de 1939, de tal forma que a URSS entrou pelo outro lado. Mas mesmo fora do PCP encontramos outros idiotas úteis.»
JPT: «Vem constando que António Costa, reforçado pela maioria absoluta parlamentar, levará Fernando Medina para o seu próximo governo. Entregando-lhe, segundo os mesmos rumores, a importante tutela das Finanças. É uma boa notícia para o país, pois será garantia de uma boa relação com o regime russo.»
Luís Menezes Leitão: «A fraqueza da actual liderança dos EUA e a falta de preparação do Ocidente para suster a ameaça russa conduziu assim a Europa uma guerra que se pode revelar absolutamente dramática. E esperamos que isto não sirva de exemplo para outras potências procurarem também resolver pela força os conflitos que têm há muito congelados. Recorde-se a China em relação a Taiwan.»
Paulo Sousa: «Estamos quase incrédulos por, após tantos anos de estabilidade na Europa, existir um país que insiste em regressar ao mundo de antigamente, ao mundo do equilíbrio de forças, ao mundo onde importa contar o número de soldados, tanques, aviões e fragatas, sempre a olhar para os números dos seus vizinhos. A Rússia, liderada pelo filho da senhora Putina, não gosta do multilateralismo e comporta-se no palco internacional como um bully no recreio da escola. No mundo que ele tenta promover e em que gosta de se movimentar, os mais fracos têm motivos efectivos para temer os mais fortes.»
Sérgio de Almeida Correia: «Não se queira estabelecer qualquer comparação com a crise dos mísseis em Cuba. Nem a Ucrânia é um fantoche totalmente dependente e na órbita do Ocidente, como era o regime de Castro em relação à extinta URSS, como também não é menos verdade que não há, nem nunca houve, mísseis instalados à socapa e pela calada da noite que estivessem apontados a Moscovo, ou incursões desestabilizadoras no território russo, violando as fronteiras do estado vizinho e que tivessem sido estimuladas e pagas por exércitos de mercenários para conduzir acções de intimidação e de natureza secessionista em países independentes, por capricho próprio e para satisfação de egos doentios.»
Eu: «Putin ataca em larga escala a vizinha Ucrânia, despejando-lhe incontáveis mísseis de médio alcance, convicto da impunidade. Na certeza de possuir o maior arsenal atómico do planeta - exemplo supremo da razão da força, indiferente a qualquer força da razão. E tem a vantagem, relativamente ao genocida alemão, de estar sentado no chamado "Conselho de Segurança" da ONU, com direito de veto a qualquer decisão que possa lá tomar-se. Numa manifestação suprema de cinismo, aliás, invocou o artigo 51.º da Carta das Nações Unidas para ordenar a tomada da Ucrânia pelas armas. Imagine-se Hitler com idêntico poder formal de paralisar qualquer acção contra si próprio no inútil palácio de vidro em Nova Iorque...»
... E OS LEITORES
Alexandre Soares: «Não passarão.»
Balio: «Os EUA andaram desde 1990 a gastar o seu exército em guerrinhas no Iraque, Afeganistão e outros países de menor interesse. Agora têm o exército gasto, rombo. Se tentassem intervir militarmente contra os russos na Europa (em guerra não nuclear), seriam pulverizados. Os exércitos europeus sofreriam o mesmo destino.»
Francisco Almeida: «Em 2008 face a uma narrativa de ameaças da NATO, até hoje por concretizar, [a Rússia] entra no Cáucaso de onde nunca mais saiu. Em 2014, face a idêntica narrativa, anexa a Crimeia. Logo em 2015 envia tropas especiais para o Donbass mas mantém-nas em stand-by, não progredindo mas impedindo de facto que o exército ucraniano acabe com as secessões. Agora, em 2022 foi o que [se] viu. E, para os mais distraídos, lembro que uma operação desta envergadura necessita de semanas, se não meses, de planeamento.»
JF: «É lamentável ver que toda esta situação e intervenções militares que a Federação da Rússia se vê obrigada a concretizar, tenha sido despoletada pela Inglaterra, União Europeia, e a Organização do Tratado do Atlântico Norte, que efectuaram em 2014 um golpe de Estado liberal levando ao poder em Kiev forças/partidos políticos nacional-socialistas, em conjunto com a recusa do regime liderado pelo Sr. Zelenskyy em cumprir os Acordos de Minsk.»
Lucklucky: «A Europa tem mais culpas, afinal estamos no continente europeu onde está a ocorrer tal situação... Como a cultura do Ágora no Ocidente relativa à area militar é miserável devido à cultura pop de jornalistas e tutti quanti... a ignorância é "sistémica".»
Manuel Guerreiro: «Putin sabe perfeitamente que os dirigentes ocidentais são tão corruptos quanto ele, daí ele fazer o que está a fazer.»
Marques Aarão: «Cabe perguntar se ninguém previu que Putin, tal como o descrevem, não poderia sentir-se ameaçado e encurralado perante o concluir de um cordão com a adesão da Ucrânia à NATO. Seria assim tão difícil deixar para já em banho-maria essa possibilidade explicando que essa acção nas circunstâncias em presença poderia despoletar uma guerra de consequências mundiais imprevisíveis com um número de vitimas mortais avassalador?»
Vagueando: «Putin tem a Europa na mão e a Europa como projecto de paz em que acreditou piamente desfez-se e, infelizmente caminha para um futuro preocupante face ao crescimento dos seus próprios extremismos internos.»
Vento: «A Ucrânia, tendo um povo valente, jamais aguentará um ataque quer do fogo de artilharia de longo alcance russo, quer dos foguetes com uma capacidade absolutamente infernal que também têm, quer dos mísseis cruzeiro e balísticos, quer ainda da capacidade russa para deixá-los através de meios electrónicos sem capacidade para comunicar.»