Das 38 fundações sobre as quais há uma proposta de extinção, o Governo só tem poder, na prática, para decidir o destino de quatro: Cidade de Guimarães, Museu do Douro, Côa Parque e a das Salinas do Samouco. Ao nível da administração central, o número previsto é de 17, mas em 13 a última palavra caberá às instituições do ensino superior que as criaram. Ao nível das autarquias, o Governo propôs a extinção de 21 mas também aqui a decisão final caberá aos órgãos municipais e os responsáveis de algumas câmaras já avisaram que não vão acatar a proposta governamental.
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Em relação às regiões autónomas, Carlos César já decidiu que não irá mexer nas três fundações do arquipélago.
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Alberto João Jardim garantiu que não vai extinguir a [Fundação] Madeira Classic.
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«Decisão de extinguir a Fundação Madeira Classic é um acto nulo e tudo continua na mesma.»
Alberto João Jardim, Lusa
Vítor Ramalho, presidente do INATEL, protesta contra o corte de 30% do financiamento público na fundação que dirige.
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«O corte só pode estar sustentado num grande equívoco ou mal-entendido. Não me passa sequer pela cabeça, não quero acreditar e muito menos aceitar, que pudesse acontecer.»
Fernando Nobre, fundação AMI, i
«Tenho pena se tivermos de acabar com essas acções de solidariedade social que são a razão de existência da nossa fundação, mas tenho fé que ainda possam reflectir sobre este problema e o possam emendar, procurando não prejudicar as fundações.»
Maria Barroso, presidente da Fundação Pro Dignitate, Lusa
Mais de um terço das câmaras não acata a proposta de extinguir fundações.
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O presidente da Fundação Frei Pedro (Guarda) considerou hoje que o cancelamento do estatuto de utilidade pública da instituição é uma «injustiça».
Virgílio Mendes Ardérius, Lusa
Artus Santos Silva, presidente da Fundação Gulbenkian e do Centro Português de Fundações, diz que a resolução do Governo é «infeliz» e afecta a reputação das fundações na sociedade portuguesa.
Público
«Governo está a fazer uma crucificação às fundações, nunca antes feita, e que é completamemente errada.»
Carlos Monjardino, presidente da Fundação Oriente, Diário Económico
«Decisão de extinguir Fundação Paula Rego [em Cascais] é um lapso monumental.»
António Capucho, ex-presidente da câmara de Cascais, Público
Corte de 30% na Fundação Eça de Queiroz, com sede em Baião, pode levar a despedimentos. «Se esse corte for concretizado, ficaremos numa situação muito difícil», alertou a directora executiva, Anabela Campos.
Lusa
«A sensação com que ficamos perante este anúncio é de profunda injustiça. Esta decisão não premeia quem faz melhor.»
Luís Braga da Cruz, presidente da Fundação Serralves, JN
«Esta fundação [Serrão Martins] faz muita falta.»
Jorge Colaço, presidente da câmara de Mértola, Lusa
O director-delegado da Fundação Abel e João de Lacerda, do Caramulo, lamentou que o Governo queira «penalizar bons alunos» com o fim dos apoios financeiros públicos, que poderá colocar em risco projectos desenvolvidos nos últimos anos.
Lusa
A presidente do município de Portalegre quer manter a Fundação Robinson e a câmara de Vila Nova de Cerveira não só não aceita a proposta de fechar a Fundação Bienal de Cerveira como deixa aberta a porta a um eventual recurso aos tribunais.
Público
O presidente da Câmara de Loulé, Seruca Emídio, disse que vai contestar a decisão de extinção da Fundação António Aleixo.
Lusa
O presidente da Câmara de Oeiras, Isaltino Morais, estranhou a proposta do Governo de extinção da Fundação Marquês de Pombal, detida em 89% por mecenas privados.
Lusa
«Com a extinção da Fundação Odemira estão em causa cerca de cem postos de trabalho e 200 alunos.»
Presidente da câmara de Odemira, José Alberto Guerreiro, Lusa
«Não se podem meter as fundações todas no mesmo saco. O Salazar não primava por ser de esquerda e acarinhava o Inatel.»
Vítor Ramalho, i
«Mais do que uma ingerência do Estado, é uma anormalidade.»
António Capucho, Diário Económico
Graça Nunes, vice-presidente da câmara de Grândola, classifica a decisão de "absurda" e manifesta oposição à intenção do Governo de reduzir para 30% os apoios públicos à Fundação Frédéric Velge.
Público
«Temos um projecto de hortas solidárias, onde damos apoio a 60 hortelões, alguns deles que pertencem a famílias carenciadas. Temos também a única marinha a produzir sal no estuário, algo que aconteceu este ano pela primeira vez, apoio aos burros mirandeses, uma bióloga em formação e organizamos várias visitas ao local. Se não houver uma entidade que faça o mesmo trabalho que a fundação, perde-se um importante habitat e vai caminhar-se para uma degradação das salinas.»
Firmino Sá, presidente da Fundação para a Protecção e Gestão Ambiental das Salinas do Samouco, Lusa