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Delito de Opinião

Este país não tem emenda

Contra-reforma em marcha: ressuscitem-se as freguesias extintas no séc. XIX

Pedro Correia, 18.01.25

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Em votação esmagadora, a Assembleia da República aprovou ontem a reversão de parte significativa da reforma do mapa administrativo, que vigorava desde 2013. Das 4259 até então existentes, baixou-se o número para 3092 após amplo debate público. Agora são repostas 302 - quase um terço das que haviam sido agregadas para ganhar escala, racionalizar meios, atrair investimento e reforçar capacidade reivindicativa perante o poder central. 

Espantosamente, o PSD que promoveu a reforma - imposta no memorando de entendimento assinado pelo Executivo socialista em Maio de 2011 - esteve agora na primeira linha da contra-reforma. Como se fosse um partido de duas caras. E se calhar é mesmo.

Só a Iniciativa Liberal votou contra, o que muito a honra.

 

Dizem-me que a contra-reforma se tornou "imprescindível" porque algumas freguesias sofriam afrontamentos e experimentavam dolorosas "crises de identidade" em consequência da agregação. 

Lamento muito. Por isso atrevo-me a sugerir ao parlamento que aproveite o balanço para restaurar também as centenas de municípios extintos nas reformas administrativas de 1835 e 1853, em pleno reinado de D. Maria II.

Chegou a hora de ressuscitar essas sedes de concelho, que chegaram a ser cerca de 900. Atenção Águas Belas, Buarcos, Colares, Dornes, Ericeira, Freixo de Numão, Galveias, Horta, Idanha-a-Velha, Juromenha, Lavradio, Messejana, Negrelos, Odeceixe, Penha Garcia, Quiaios, Rabaçal, Samora Correia, Tentúgal, Ucanha, Vilar de Maçada e Zebreira: é tempo de todas soltarem o grito do Ipiranga. De A a Z.

E não parem aí, senhores deputados: vão mais longe. Equiparem cada paróquia eclesiástica a um município. São só 4361, não custa nada. Aliás antes de haver freguesias já existiam paróquias em Portugal: in illo tempore, o termo "freguês" servia para designar os paroquianos, enquanto fregueses do pároco.

Engatem a marcha-atrás, operem o milagre da multiplicação das paróquias. Para que a contra-reforma seja imparável.

 

Confirma-se, mais a sério: etapa a etapa, vamos voltando ao Estado pré-troika. O mesmo que nos condenou à perda da soberania financeira.

Eis uma evidência: este país não tem emenda. 

E assim regressamos à ignóbil porcaria

Sérgio de Almeida Correia, 17.01.25

Passos Coelho reafirma 2013 como o ano da viragem(créditos: Antonio Cotrim/LUSA)

Era primeiro-ministro Passos Coelho, e Luís Montenegro deputado e líder parlamentar do PSD, eleito após as legislativas, quando o XIX Governo Constitucional apresentou o Documento Verde da Administração Local.

Aí se dizia ser prioridade do Executivo, baseada na proximidade com os cidadãos, fomentar a descentralização administrativa, valorizar a eficiência na gestão e na afectação de recursos públicos destinados ao desenvolvimento social, económico, cultural e ambiental das várias regiões do País e potenciar novas economias de escala.

Pela reforma da administração local dava-se corpo ao memorando com a Troika (Comissão Europeia, Banco Central Europeu e o Fundo Monetário Internacional). A reforma estava orientada para a melhoria da prestação do serviço público, visando o aumento da eficiência e a redução de custos, atendendo às especificidades locais e à necessidade de reforçar o municipalismo e a promoção da coesão e competitividade territorial.

A proposta do Governo pretendia então reduzir para “menos de metade o número de freguesias nas sedes dos municípios com maior densidade populacional”.

Em 31 de Agosto de 2011, Miguel Relvas afirmava ser aquele “o tempo de cada município deixar de tratar os seus problemas de forma individual e isolada."

No debate de Dezembro de 2012, o deputado social-democrata António Leitão Amaro afirmou que em relação a essa reforma estavam, de um lado, os conservadores, imobilistas, os do “quanto pior, melhor”, e do outro lado, do lado e a favor da reforma autárquica, os do PSD e do CDS, os reformistas, porque reformar Portugal era a sua missão. 

Também em apoio dessa reforma, nesse tempo, o actual primeiro-ministro, Luís Montenegro, falando para os ignaros, esclareceu que nessa matéria o PS nunca saiu do mesmo sítio e que não tinha coragem de avançar ou de recuar. Montenegro votou a favor da reforma de Relvas.

Depois de muita discussão e aceso debate, finalmente, em Janeiro de 2013, o Presidente da República, ao tempo aquele senhor de Boliqueime que também contribuiu para a entronização de Luís Montenegro, promulgou a lei, e o então ministro-adjunto e para os Assuntos Parlamentares afirmou que a “reorganização territorial, acompanhada do aumento de competências proposto pelo Governo para as freguesias, permitirá maior eficácia na prestação de serviços às populações”. Enfaticamente afirmou ser aquela “uma reforma para as pessoas e não para os políticos”.

António José Seguro prometia, em 2013, rever a reorganização das freguesias quando ainda sonhava ser primeiro-ministro.

Aqui, no Delito de Opinião, em Fevereiro de 2014, o Pedro Correia destacava essa promessa segurista de revogação da lei de reorganização das freguesias.

Ninguém estranhou, por isso, que quando o PS voltou ao poder, Eduardo Cabrita viesse logo anunciar um novo mapa de freguesias para as autárquicas. Visava-se corrigir um mapa feito “a régua e esquadro”.

No mesmo dia, José Silvano, ao tempo secretário-geral do PSD, afirmou que a reforma de Miguel Relvas de 2012 estava “perfeitamente consolidada e assumida na sociedade portuguesa”. E acrescentou que já tinham ocorrido duas eleições autárquicas (2013 e 2017), pelo que fazer um novo mapa de freguesias seria um disparate e um erro.

E em 2020, Miguel Relvas e Leitão Amaro, sobre uma proposta do PS de fazer reverter a lei, em pleno consulado da “geringonça”, dramatizavam o filme e acusavam os socialistas de promoverem um “negócio partidário” (sic) e de estarem a fazer um favor ao PCP.  O caso era grave e não seria para menos.

Uma sondagem de 2021, do jornal Sol, concluía que os portugueses não queriam mais mexidas nas freguesias.

Sabemos o que entretanto aconteceu e nos trouxe até hoje. Os factos são tantos e tão esmagadores que vos vou poupar à continuação, apesar de muito resumida, deste relambório circunstancial. 

Miguel Relvas, que foi um dos recomendou Luís Montenegro para a liderança do PSD e ajudou o homem do Ribadouro a guindar-se à actual posição de primeiro-ministro, que dizia dele ser "o rosto do futuro”, e é o homem que os portugueses têm hoje a marcar o missal, veio dizer que esta alteração apoiada pelo primeiro-ministro e o PSD é uma reversão “à socapa e ilegal” (16/12/2024), em conluio com o PS, mais o Bloco de Esquerda, o PCP, o Livre e o PAN, e a que no final nem o Chega terá escapado, comportamentos que presumo não sejam próprios de gente de bem e de políticos de uma nação com mais de oito séculos de história. Ao dizer que estamos perante um “retrocesso civilizacional”, Relvas acabaria por mostrar que o poder local e as autarquias são mesmo uma vaca sagrada da democracia. Ou dos bois, comilões e obesos que em 2025 ditam as leis.

O Presidente Marcelo, que há muito perdeu o norte no rodopio das selfies, na beijoqueira e nos piropos às moçoilas, também não travou esta miséria que irá continuar a empobrecer o país e a alimentar o populismo fascista e uma esquerda oca e cada vez mais wokista. E dali lavou as mãos. Se formalmente está bem, é seguir a marcha.

De uma machadada, Luís Montenegro e o PSD – aquele apêndice de lambisgóias e forcados não risca – acabaram com as preocupações reformistas quanto ao aumento de eficiência das autarquias e dos serviços públicos, com a coesão territorial e com a sustentabilidade do poder local. E fazendo tábua rasa de tudo o que disseram, escreveram e apregoaram desde os tempos da Troika, aliaram-se ao PS, PCP, BE, PAN e Livre, e predispuseram-se a repor 303 freguesias para distribuirem mais alguns empregos às clientelas dos partidos.

Longe vão os tempos em que o PSD queria reduzir em 35% o número de vereadores eleitos e eliminar freguesias. Foi só esta gente chegar ao pote e começaram logo a pensar como engordar os porcos e distribuir os presuntos. Para estes cambalachos não faz mal votar com os socialistas, os comunas e os bloquistas.

Eu até posso perceber que fosse necessário mexer num ou noutro caso pontual. Mas tudo o mais ultrapassa a minha capacidade de compreensão. Ainda que me coloque no lugar deles. Isso e o que leva o ministro Castro Almeida, que foi Secretário de Estado do Desenvolvimento Regional no XIX Governo, a embarcar nesta reviravolta e naquele moscambilha dos solos.

Para quem se atirava aos socialistas, e nalguns casos com toda a razão, a situação actual, com o Eça já instalado nos novos aposentos do Panteão Nacional, é uma reedição, ao bom jeito do montenegrismo mais pacóvio e mais rural, da ignóbil porcaria. De nada servirá dizer que o novo mapa só se aplicará depois das autárquicas que ai vêm porque o mal já estará feito.

Não se livrem os portugueses desta malta e ainda acabam todos a pedir aos vizinhos que os colonizem.

Para quem ainda pensava que das juventudes partidárias saía alguma coisa de útil, basta olhar para o que o país tem, produziu e construiu nas últimas décadas.

Os poucos que sobressaem da mediocridade instalada vivem por si. Os seus êxitos, sejam futebolistas, escritores, cineastas, cientistas, escultores, músicos, arquitectos, poetas, devem-nos cada vez mais a si próprios.

Enfim, gosto demasiado de Portugal e da minha gente para repetir aqui uma frase famosa do João César Monteiro, a propósito dos críticos. Confesso, todavia, que começo a estar enojado destas pandilhas.

De Portugal, a avaliar pelo que fazem, dir-se-ia que só receberam a nacionalidade. E nalguns casos já terá sido demasiado. Não merecem o chão que pisam.

Se há, como diz o soba-mor, depois de iniciar este novo ciclo com a contratação de um reformado que a mulher queria ver fora de casa e a fazer alguma coisa, quem “pague para trabalhar” – o desplante com que estas coisas são ditas é de tarar –, outros há que são pagos, há um ror de anos e à custa de todos nós, para asneirar. 

E continuam, fazendo-o com cada vez mais presunção de tão ofuscados que estão com o brilho do sebo nas suas garbosas polainas.

Esta gente é imprestável. Ponto final.

Pela restauração da Freguesia de Matacães

Paulo Sousa, 07.10.20

A possibilidade de repor 600 freguesias, levantada há dias pela Ministra Leitão, cria um cenário capaz de me fazer repensar nas minhas irrefletidas críticas.

Em 2013 a Freguesia de Matacães, no concelho de Torres Vedras, foi integrada com as Freguesias de São Pedro e Santiago, Santa Maria do Castelo e São Miguel, dando origem à Freguesia de Santa Maria, São Pedro e Matacães.

Será que Matacães faz parte da lista das 600 Freguesias a serem restauradas? Quem diria que não ao desafio de ser candidato pelo PAN, a Presidente da Junta de Freguesia de Matacães? O cargo é já um slogan vencedor.

Continuo a não concordar com as restantes 599, mas Matacães merece ter uma Junta de Freguesia eleita pelo PAN.

Mais 600 freguesias onde o PS tem tradição

Paulo Sousa, 05.10.20

Segundo o Jornal de Negócios, o governo está a preparar a criação de 600 novas freguesias.

Da última vez que o pais foi à falência, os senhores que foram chamados para nos governar, decidiram exactamente o contrário. Segundo a Pordata em 2012 existiam 4260 freguesias e esse número foi reduzido para 3092. Verificou-se portanto uma redução de 1168.

Não sei quanto dos impostos que os nossos netos terão de pagar se poupou com esta redução, mas foi certamente bastante dinheiro.

A confirmar-se, esta medida vai permitir o Estado (as Juntas de Freguesias são a menor divisão administrativa deste) consumir mais uns largos milhões de euros por ano.
Esta reforma não faz por isso sentido, especialmente neste momento de tão grave crise financeira.

Sobre os critérios que definirão quais das freguesias extintas em 2012, irão regressar ao activo, não me surpreenderia que alguém tenha estudado as preferências políticas de cada uma das referidas 1168. Será que esta alteração não tem apenas como objectivo melhores resultados autárquicos para quem está a decidir?

A confirmar-se, não foi nada que não tenham já aprendido noutras paragens.

Tudo na mesma, oportunidade perdida!

André Couto, 16.10.14

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A Lei do Orçamento de Estado 2015 prevê aumento das receitas das Freguesias em 1,38%, pouco acima da taxa de inflação esperada. É adiar, novamente, o reforço daqueles que melhor aplicam o dinheiro no Estado, pela proximidade dos eleitos e fiscalização a que são sujeitos. Por terem os problemas e as pessoas à porta, as Freguesias têm melhores condições para responder aos crescentes problemas sociais. Por paradoxal que pareça, o alargamento das competências, com aumento das receitas, seria benéfico para o OE2015. Um euro gasto numa Freguesia equivale a três e quatro euros noutros níveis do Estado. A transferência de competências e seus recursos financeiros permitiria, assim, uma evidente poupança, dentro do espírito presente em Lisboa, quando se passaram competências do Município para as Freguesias, com evidente economia de recursos. Mas as Freguesias são uma pequena parcela da tabela de excel e as vistas são demasiado curtas.
Tudo na mesma, oportunidade perdida.

Toponímia e Pantomínia

Rui Rocha, 14.10.13

Concluídas as eleições autárquicas, está ainda por fazer um balanço global dos efeitos da reorganização administrativa das freguesias. É sobre o aspecto toponímico dessa reforma que as próximas linhas se debruçam. Antes de mais, importa sublinhar uma evidência. Se é crescente o número de portugueses que vive em união de facto, a verdade é que é agora muito maior o de cidadãos que vive em união de freguesias. Ora isto, só por si, pode levantar um conjunto de dificuldades. Repare-se que, com a tendência para simplificar e adoptar a lei do menor esforço de muitos dos compatriotas, não tardará que certas conversas se tornem perfeitamente atoleimadas. Álvaro e Lucílio, admitamos que algarvio um e transmontano o outro, poderão terminar um encontro fortuito em Lisboa convencidinhos que são vizinhos sem o serem: Então onde é que moras? Ai eu moro em União de Freguesias. Ah que coincidência, eu também. Eh pá, que estranho, nunca te vi por lá. Pois, eu também não. Então vá, vou indo… a ver se nos encontramos lá em União de Freguesias. Por outro lado, o papel do topónimo como elemento expedito de identificação ficou, em muitos casos, gravemente prejudicado. Tome-se por exemplo a situação de um qualquer residente na União das Freguesias de Vidago, Arcossó, Selhariz e Vilarinho das Paranheiras. Quem é que, no seu perfeito juízo, perguntado sobre o local onde reside, responderá ah, eu resido na União das Freguesias de Vidago, Arcossó, Selhariz e Vilarinho das Paranheiras? Isto não é um nome de um local, por amor de Deus. Maior só mesma a lista de cargos ocupados por Rui Machete antes de ir para o governo. Mais parece uma ladainha. Estou mesmo convencido que os padres em lugar de mandarem rezar avémarias ordenarão agora, por penitência, que os pecadores rezem uniões de freguesias. Ai disseste palavrões? Três uniões de freguesias. Um par de estalos no sogro? Sete uniões de freguesias. Roubaste a caixa de esmolas? Trinta e nove uniões de freguesias. Para ser assim, convenhamos, mais vale um tipo dizer as coordenadas GPS do sítio onde mora e sempre perde menos tempo. Adiante. Haverá então coisas que correram menos bem? Há, de facto. Não passa pela cabeça de ninguém, por exemplo, juntar na mesma freguesia Chamusca e Pinheiro Grande. É brincar com o fogo. Da mesma forma, não parece muito aconselhável juntar Jolda com Rio Cabrão. Ou Ancas com Paredes do Bairro. Também não é de bom tom colocar Rio de Moinhos e Cafede na mesma união de freguesias. Cafede junto a Rio de Moinhos cheira mal. Depois, há coisas que causam alguma perplexidade. Quando se une Freixo de Baixo com Freixo de Cima, em que é que ficamos? No meio? Há também contradições insanáveis. Em Castelo de Paiva, por exemplo, Raiva e Pedorido complementam-se bem. Um tipo pode imaginar-se a ficar com o Pedorido depois de dar uns pontapés num acesso de Raiva. O que não se percebe é o que é que Paraíso está a fazer numa freguesia que já tem Raiva e Pedorido. Creio que para dissonância cognitiva já tínhamos suficiente com Passos Coelho e Portas no mesmo governo. Mal comparado, é um pouco o que também se passa em Esposende onde juntaram Fonte Boa com Rio Tinto. Perplexidade causa também a União de Freguesias de Mealhada, Ventosa do Bairro e Antes. A última, por definição, deveria surgir antes e não depois de Mealhada e Ventosa do Bairro. É claro que em certos casos houve o cuidado de evitar situações embaraçosas. Em Celorico de Basto, por exemplo, Gémeos e Gagos podiam ter ficado na mesma freguesia. Mas não ficaram. E ainda bem. E também parece correcto juntar Gavião e Atalaia. Menos acertado foi colocar Cepões, Meijinhos e Melcões na mesma freguesia. No meio de Cepões e Melcões, é óbvio que os de Meijinhos não se safam. O certo é que aqui e ali caímos em redundâncias e exageros. Em Oliveira do Bairro não havia necessidade de juntar Bustos com Mamarrosa. E em Barcelos, nos tempos que correm, com tanta dificuldade, e depois de um verão tão quente, é quase ofensivo pensar que há gente que vive no resultado da União de Vila Boa com Vila Frescainha. Bem mais adequada aos dias que vivemos foi a opção de juntar Magrelos e Bem Viver. Entretanto, mais a sul, era motivo de grande expectativa saber quem ficaria com a Coina. Algumas das possibilidades de que se chegou a falar foram descartadas. Nabo, para não irmos mais longe, continua em Vila Flor. E Paião uniu-se à Borda do Campo que fica mesmo ali ao lado de Alhadas. Chegou ainda a estar sobre a mesa a possibilidade de a Coina ficar com Santo António. Da Charneca. Depois, lá prevaleceu o bom senso e acabou por unir-se a Palhais. Para dizer tudo, foi exactamente esse bom senso que faltou quando se decidiu juntar Ana Loura e S. Lourenço de Mamporcão.