Tão cheia de nada
Se há estilo que aprecio na blogosfera é o de f. (vulgo Fernanda Câncio). Vejo naquele seu jeito tão especial para renunciar de alma e coração às maiúsculas, naquela convicção que-parece-preguicite-mas-não-é, uma forma visionária de pincelar harmoniosamente a tela do MSWord ou da caixa do blogue.
Rendo-me perante esse modo sublime de sintetizar a "reinvenção da escrita sem pontuação" à Saramago e a "experimentação das letras sem compaixão" à menino na pré-primária que mora aqui perto na minha rua.
Só tenho pena que ela seja obrigada a escrever à moda antiga no jornal, mas compreendo que até um artista também precisa de ganhar a vida e perdoo-lhe essa faceta conservadora.
Vão ler o que f. escreve (e como escreve, senhores!) aqui sobre o livro apreendido pela polícia em Braga. Não sei se é importante, mas verte profusa informação essencial para qualquer candidato a intelectual e até tem o cuidado de dizer (como quem não quer a coisa, claro) que não teve pachorra para procurar não-sei-o-quê na net. Portanto, tudo feito de memória, como seria de esperar.
Mas o melhor, como já disse, é irem ler. A única desilusão é ela desfiar aquele conhecimento todo para concluir nada.