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Delito de Opinião

Não havia nexexidade!

Paulo Sousa, 16.02.24

Se tivesse de seleccionar alguém para dar corpo ao memorável personagem do Diácono Remédios, eu escolheria o Rui Tavares. No debate com Rui Rocha, dias atrás, há um momento em que ele reage com surpresa e levanta as sobrancelhas de uma forma que imediatamente me fez lembrar esse personagem do Herman José.

A esquerda que o Livre tenta representar esbanja um rigor moral tão sólido que causaria frémitos a qualquer beata. A única flexibilidade que apresenta respeita à possibilidade de se poder coligar com o PS. Em tudo o resto emana um brio de uma luz espessa que, qual candeia a queimar azeite, ilumina o futuro dos urbanitas que aspiram a estar de bem consigo mesmo. O facto de o Livre, tal e qual o Chega, nunca ter ultrapassado a fórmula one man show será apenas infeliz coincidência.

Chegaram-me ao écran algumas fotos do Rui Tavares à porta da escola com um seu descendente (?) ao colo, que julgo ser uma menina. Não estivesse salvaguardada a imagem do rosto da criança e nunca este postal veria a luz do dia. Poderão perguntar se faz sentido tornar pública uma parcela da vida de uma figura pública, e essa é uma questão pertinente. Coloquei-a a mim mesmo antes de publicar estas linhas e concluí que, dado o contexto, faz sentido.

rui tavares.png

As fotos vinham acompanhadas do nome da escola, mas antes de as publicar quis certificar-me disso. No site De Zeen dedicado a arquitectura, este edifício mereceu um artigo com diversas fotos de onde é possível confirmar que o local é o mesmo. Nas fotos acima, o Rui Tavares está realmente com uma criança ao colo na Redbridge School, em Campo de Ourique.

redbridge.png

Talvez a criança que tem ao colo seja filha da senhora da limpeza, ele é tão apologista de salários elevados que nunca se sabe. Pode até ser uma incrível coincidência, mas na hipótese de um descendente de Rui Tavares, que enche a boca tão cheia a defender a escola pública, frequentar uma escola internacional privada, confirma o potencial do líder do Livre para ser o escolhido num casting para o Diácono Remédios. Parece que o estou a ver a mostrar um cartão vermelho às escolas com contrato de associação (que estão muitos furos abaixo da Redbridge School) e a dizer: “Não havia nexexidade! Qualquer dia, ezze, ainda põem os filhos na Redbridge School, ezze, ezze.”

diacono.png

PS: Acho óptimo que ele, e todos os portugueses, possam escolher a escola que os seus filhos frequentam, mas o mais provável é mesmo a criança ser da senhora da limpeza.

Gostava de ter escrito isto

Dos rankings

Paulo Sousa, 06.07.23

"O que os rankings revelam não é a diferença das condições socioeconómicas, essas não precisam de rankings para nada. O que os rankings revelam é o desprezo pelas condicionantes que essas condições geram. Não revelam a superioridade das escolas privadas, revelam a inferioridade das escolas do estado."

 

Este é um excerto do texto de João Pires da Cruz, de ontem no Observador. Talvez seja de acesso público. Se não for o caso, quem ficar curioso, ou paga para ter acesso ou fica na ignorância a imaginar o que se passará nos espaços que não frequenta.

Quem não tem ADSE, nem frequenta escolas privadas, já está habituado a essa sensação.

A Alimentação Escolar

jpt, 19.08.21

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Quando aos 18 anos tirei a carta de condução herdei o Fiat 600 (DI-51-56) da minha mãe. O carro não tinha cintos de segurança, nem isso era obrigatório pois já algo antigo. Antes eu, como tantos outros, crescera a andar no banco da frente - e lembro-me de um magnífico volante de plástico, com manete de mudanças e ventosa para colar ao tablier, que tive cerca dos meus 8 anos. Pois até isso era costume. Só anos depois de eu conduzir é que começou o controlo do consumo alcoólico aos condutores - e de início apenas se os procurava sensibilizar (e aos polícias) para o assunto. Entretanto perdi alguns amigos no asfalto. E, para ser honesto, tantos de nós estamos aqui apenas porque "ao menino e ao borracho põe Deus a mão por baixo". Lembro-me bem que todas essas alterações e as campanhas que as acompanharam foram acompanhadas dos exaltados dislates de muitos - clamando contra o Estado totalitário, fascista/comunista, a intrometer-se nas questões da liberdade individual, etc. 

Agora o governo decidiu proibir a venda nas escolas de uma série de produtos alimentares prejudiciais. É consabido que há um crescendo de obesidade infantil/juvenil, principalmente entre os mais pobres. E de imediato, de novo, surge o mesmo tipo de gente aos gritos, defendendo o que julgam ser as tais liberdades individuais. Ora o Estado existe para isto, não para termos um primeiro-ministro corrupto, um ministro de negócios estrangeiros "parolo" conivente com essa corrupção, ou um secretário de estado também conivente com essa roubalheira e que depois vai para presidente da câmara denunciar cidadãos a países estrangeiros. Isso é que são os inaceitáveis ataques às liberdades individuais. Ao contrário, regulamentar algo racionalmente a dieta que se vende nas escolas é o necessário exercício estatal. 

Os pretensos inteligentes dirão que estes meus exemplos, a segurança rodoviária e a alimentação escolar, são diferentes coisas. São, claro, mas não seja por isso: há cerca de uma década o governo regulamentou o nível máximo de sal a incluir na produção panificadora. Instaurou-se o fascismo? O comunismo? Fomos acorrentados a uma hidra dietética?

Oiçam este tipo

Paulo Sousa, 11.03.20

Ao ouvir esta excelente intervenção do Carlos Guimarães Pinto no âmbito das Convenções do Movimento Europa e Liberdade, lembrei-me da Escola da Minha Terra, de que já aqui vos falei, e das voltas que foram dadas até ser necessário o seu alargamento.
O caso que ele relata é de maior gravidade e por isso deveria causar mais vergonha aos nossos governantes. Mas isso só seria possível se a tivessem.
Recomendo que oiçam todo o discurso, mas este é o excerto em que CGP fala da escola da terra dele.

 

A escola da minha terra

Paulo Sousa, 22.01.20

Como disse ontem, frequentei a Escola Secundária de Porto de Mós, aquela que continua cheia de amianto.

O autocarro deixava-me à porta da escola mais de uma hora antes das aulas. Depois disso ia fazer uma segunda volta para a serra a recolher mais alunos. A escola ainda estava fechada e os cafés mais perto da escola ficavam logo cheios. Haviam os grupos que se juntavam atrás do pavilhão 3 ou 4 e haviam os grupos que se juntavam no café A ou B. Eram como uma extensão do espaço escolar. No meu grupo do café todos fumavam menos eu. Confesso que tentei repetidamente travar sem tossir mas apesar de muito empenho nunca consegui. Felizmente era um grupo de mente aberta e apesar de fazerem piadas sobre isso nunca me excluíram por não fumar.

O Instituto Educativo do Juncal (IEJ) foi inaugurado pouco depois disto e desde há mais de 30 anos, foram muitas as centenas de alunos que deixaram de ter de acordar de noite para ir à escola.

Desde o primeiro momento o IEJ conseguiu, e graças à liderança do seu fundador Dr. João Martins, ter um ambiente caloroso onde se aprendia quase em família. Já se sabe que são os clientes satisfeitos que fazem a melhor publicidade e, ano após ano, a procura aumentava. O quadro pedagógico era estável e sintonizado com a identidade da escola.

Muito antes do Ministério de Educação inventar as AEC's para o primeiro ciclo já o IEJ proporcionava aos seus alunos actividades extra-curriculares como o Basquetebol, Futsal, Voleibol, Ténis, Ténis de Mesa, Ginástica, Atletismo, Xadrez, Ciências Experimentais, Pintura, Laboratório de Matemática, Jornalismo, Teatro, Cinema, Culinária (havia alunos que aprendiam a cozinhar!!), Canto Coral, Banda, Italiano, Programação, Horta Pedagógica, entre outros que me estarei a esquecer.

Quando começaram a ser comparadas as classificações dos alunos das várias escolas, o IEJ obteve desde logo uma boa classificação. Ano após ano, os critérios foram sendo afinados de acordo com a sensibilidade do Ministério de Educação, e a boa classificação inicial acabou por não se conseguir manter.

Claro que a procura crescente de alunos fazia concorrência à Escola Secundária do amianto. Os país dos alunos sabiam que as aulas dos seus filhos não eram perturbadas pelas frequentes greves dos professores. O alivio dos pais era simétrico ao desapontamento sentido pela Fenprof.

Alguns anos mais tarde houve quem quisesse comparar os custos por aluno nestas escolas com as demais e os resultados que obteve foram novamente perturbadores para a Fenprof e para os defensores do status quo público. E não é que este tipo de ensino tinha o atrevimento de custar menos ao OE do que a chamada escola pública?

Não sei relatar em detalhe, mas algum tempo mais tarde foram feitas mudanças nas carreiras dos professores de modo a que em pouco tempo o corpo docente passou a ser como os da escola pública, ou seja, mudava com frequência e isso criou, como acontece em todo o lado, instabilidade na escola.

No governo da Troika, ainda antes da Geringonça, o valor assumido pelo estado por cada aluno baixou significativamente o que teve impacto imediato no dia a dia da escola. Era mais fácil cortar ali do que na escola pública.

A narrativa contra os directores que iam de Porche para a escola foi lançada já no tempo da Geringonça, e bem sabemos qual é a última palavra dos Lusíadas. Nessa altura o incómodo acumulado desencadeou o pogrom.

Se em algumas regiões as escolas em contrato de associação eram demasiadas, todas levaram por tabela. Não eram necessários quaisquer estudos pois a decisão já estava tomada. E o resto já sabemos. Ano após ano deixaram de entrar novas turmas, foram acabados apenas os ciclos em curso e algumas já fecharam.

Não fosse ter-se transformado numa escola profissional e o IEJ teria seguido o mesmo caminho.

O meu filho foi aluno do IEJ e agora anda na escola pública. Nos primeiros dias após a mudança chegou a casa espantado dizendo que em cada pavilhão havia 3 funcionários... e na secretaria havia mais de 10!! Isso era impensável no IEJ, onde tudo funcionava com muito menos gente. Lembrei-me novamente disso quando já este ano lectivo ano houve uma greve a denunciar a falta de pessoal não docente.

Se o bom senso fosse para aqui chamado tudo isto seria diferente.

O discurso com que eu me sentiria representado

Paulo Sousa, 21.01.20

Há dias, a Dra Olga Silvestre, ilustre deputada do meu concelho, eleita pelo círculo eleitoral de Leiria nas listas do PSD, usou da palavra na Assembleia da República para reivindicar a requalificação e alargamento da Escola Secundária de Porto de Mós, que eu próprio frequentei.

Ao ouvi-la achei que alguns aspectos que contam ficaram por referir. Por isso, propus-me a reescrever o discurso com que eu me sentiria representado. Aqui vai:

- / - /- / - /- / -

Senhor Presidente,

Senhor Ministro,

Senhores Secretários de Estado,

A educação é um dos maiores pilares de uma sociedade desenvolvida.

Pretendia hoje aqui lembrar o Senhor Ministro que, no meu concelho, é urgente requalificar a Escola Secundária de Porto de Mós.

É uma escola com mais de 40 anos, com amianto nas coberturas e nos pilares, sem isolamento térmico ou acústico e é ladeada por muros de sustentação de terras em risco de ruir.

A intervenção é urgente.

Se vivêssemos num Portugal mais equilibrado esta seria a minha reivindicação de hoje.

Há, no entanto, uma outra questão que não posso deixar de a referir aqui.

Esta escola, além da requalificação, necessita agora também de ser ampliada pois a lotação actual ronda 130% da sua capacidade.

E não senhor Ministro, a população escolar do nosso concelho não aumentou nessa proporção.

O que explica este fenómeno foi o pogrom ideológico que o seu governo promoveu contra as escolas com contrato de associação.

A sete quilómetros de Porto de Mós, no Instituto Educativo do Juncal existem doze salas de aula vazias e em silêncio. Todas já pagas pelos impostos do portugueses.

Estão totalmente equipadas, com quadros e projectores, dentro de um edifício moderno e confortável, mas o seu governo, e os amigos do seu governo, decidiram transferir os alunos dali para a agora superlotada e cheia de amianto Escola Secundária de Porto de Mós.

Assim, além da mais que necessária qualificação, esta escola tem agora de ser também aumentada.

Os contribuintes portugueses vão ser mais uma vez chamados a pagar as novas salas porque a outras, que não são velhas, não servem os interesses de quem decide a Educação.

 

Vou terminar Senhor Presidente –

 

Senhor ministro,

Os fundos à disposição do estado, não são do governo, mas sim dos portugueses.

O lugar que hoje ocupa é seu mas é de turno.

No seu legado político ficará inscrita esta perseguição ideológica e os portugueses lembrar-se-ão de como o seus impostos foram desbaratados.

Termino com um pedido.

Apelo à sua noção de ética republicana para que não use esta minha intervenção como desculpa para continuar a adiar a requalificação e a remoção do amianto da Escola Secundária de Porto de Mós.

Disse.

Nós precisamos de explicações sobre as explicações

Paulo Sousa, 16.01.20

No país dos governantes que não se cansam de repetir o mantra da escola pública, já reparámos que esta não é o elevador social que deveria ser. Se o fosse, os filhos dos pobres poderiam ambicionar ter uma vida melhor que os seus pais, mas quase meio século depois do 25 de Abril, só em sonhos poderão um dia vir a ter uma vida desafogada. Existirão excepções, mas que infelizmente confirmam esta regra.

Quem se relaciona com o mundo do ensino, e eu faço parte do universo dos pais, sabe como pertencer a uma turma mais ou menos pacata tem influência nos resultados escolares. Esse facto resulta de uma quase lotaria. Com sorte calha-se numa turma com boa onda e com azar calha-se numa turma problemática.

A realidade das explicações na situação actual do nosso ensino é o tema deste texto. De que modo se encaixa a dimensão da procura de explicações fora da escola no discurso político?

Existem aulas de apoio nas escolas mas, permitam-me perguntar, quantos alunos portugueses recorrem a explicações pagas depois da escola? Quanto pagam em média por hora de explicação? Qual o encargo mensal para o seus pais? Que hipóteses têm os filhos dos pobres num sistema de ensino em que os alunos necessitam de pagar para ter explicações fora da escola?

Greve após greve, os professores conseguiram tornar-se no epicentro das grandes preocupações do Ministério da Educação e isso é uma parte significativa do problema. O enfoque do sistema devia ser o aluno.

Ao acabar com as retenções o governo assumiu a derrota. Mesmo com fraco aproveitamento escolar, os pobres, que não podem pagar explicações fora da escola, ficarão sempre em desvantagem, mas o nosso bondoso governo conforta-os ao lhes garantir que já não chumbam. Os empregos de menor qualificação e mais mal pagos esperam por eles. E o ciclo de pobreza eterniza-se.

Um esclarecimento a um comentador permanente e três reflexões

João Pedro Pimenta, 11.10.18

 

Espicaçado por um dos nosso mais fiéis comentadores, e considerando que é digna de reflexão por mais do que um motivo, não resisto a escrever sobre uma das notícias que, entre um turbilhão de outras mais, varreu os noticiários e as páginas da net. Falo do questionário feito a alunos do ciclo preparatório da escola Francisco Torrinha, que tanta celeuma deu.

 

Antes de mais, respondo ao nosso fidelíssimo Luís Lavoura, que neste post do Pedro Correia lançou a hipótese do tal questionário ser uma "fake new". Lamento desiludi-lo, mas não é: o questionário foi mesmo distribuído como "ficha sociodemográfica" a alunos do 5º ano (ou 1ª ano do ciclo preparatório, como quiserem), com 9 a 10 anos, perguntando logo à cabeça o sexo e a identidade de género (homem, mulher ou "outro"), se namorava actualmente ou se já tinha namorado antes e se se sentiam atraído/as por "homens, mulheres ou ambos". Repito, isto era o questionário a crianças de 9 e 10 anos. Por acaso sei quem são os pais da criança em questão, e sei também como começou e se espalhou a notícia: numa mera conversa de Whatsapp de amigos, em que se discutem os mais variados assuntos, na sequência da qual o amigo que tinha revelado o questionário a colocou na sua página de Facebook, explicando o seu contexto. O post teve imensos comentários, começou a ser partilhado de forma crescente, qual bola de neve, e no dia seguinte já tinha centenas de partilhas, algumas aproveitadas abusivamente por forças políticas. Não demorou muito até que os jornais se referissem ao assunto, as televisões fizessem directos em frente ao Torrinha, o Ministério da Educação "apurasse informação" e as redes sociais prolongassem a discussão (como quase nenhuma aprovação do documento). A notícia chegou mesmo à Catalunha, com uma breve notícia no La Vanguardia. Fica pois o nosso caro Lavoura esclarecido de que não é uma notícia falsa e que tem aqui uma testemunha disso mesmo.

questionário torrinha.jpg

 

Mas o caso merece reflexão por três razões: a primeira é saber porque que é que estas perguntas foram feitas nesta fase escolar a alunos desta idade que previsivelmente nunca namoraram e que não fazem ideia do que é a "identidade de género" ou "atracção por ambos". Qual é a finalidade do mesmo? Para que serve? E que dados ou resultados práticos se podem extrair daqui? Se é para confundir as crianças, provavelmente acertaram no alvo; se o propósito é mais ideológico, então é caso para preocupação; falava aqui há dias desta tendência para a sexualização da infância, como se se estivesse a formar um exército de autómatos programados e não a tratar de pessoas cujas fases etárias deviam ser acauteladas; e a propósito, é caso para pedir que o Torrinha não organize, no âmbito da "estratégia nacional para a Cidadania e Igualdade de Gênero", visitas guiadas dos alunos do 5º ano ou de outro à exposição de Mapplethorpe, em Serralves, ali a poucas centenas de metros, na outra ponta da "Marechal". A demonstração prática do questionário teria certamente efeitos desastrosos.

 

A segunda é recordar que no ano em que entrou em vigor uma nova lei de protecção de Dados Pessoais - que deu origem, aliás, a um bombardeamento maciço de emails de tudo quanto era empresa ou associação, a pedir consentimento para o tratamento dos dados - possa haver uma interferência tão visível nestes dados, mais a mais sendo crianças e tocando em elementos absolutamente íntimos e que ainda nem sequer estão devidamente desenvolvidos.

 

A terceira é, mais uma vez, a velocidade a que certos assuntos se propagam nas redes sociais: este começou num grupo de whatssap que nem sequer é muito grande, e colocado no Facebook, formou uma vaga surfada depois pela comunicação social tradicional, até fora de Portugal. Tudo isto em menos de 24 horas. Não tinha testemunhado tão de perto estes efeitos, mas é suficiente para causar admiração, e porque não dizê-lo, alguma apreensão. De qualquer maneira, e ao contrário do que ouvi nalguns comentários, não é preciso nenhum Bolsonaro nem nenhum candidato a protoditador para se fazer ouvir: basta a sociedade civil reagir, sem notícias falsas, e colocar as questões devidas em casos de suspeitas de abuso de poder.