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Delito de Opinião

Um mito

Paulo Gorjão, 19.03.10

Cada dia que passa contribui para desmascarar o mito que se criou à volta de Paulo Rangel. Um dia é o trabalho de casa que ficou por fazer que se torna óbvio. Noutro são as inconsistências do seu discurso. Rangel até discursa bem, mas o dom da oratória e a retórica não lhe permitem encobrir a mais do que evidente falta de preparação, bem como a ausência de propostas e de soluções. Sempre que é confrontado, sempre que enfrenta contraditório, a falta de substância de Rangel vem imediatamente ao de cima.

Não estou com isto a dizer que Rangel não tem qualidades, que isto fique bem claro. Muito simplesmente, este não é o seu momento. A falta de preparação é notória e o improviso é a regra. Inevitavelmente, as incoerências e as insuficiências acabam por se notar.

Como notou Abraham Lincoln, you may fool all of the people some of the time; you can even fool some of the people all the time; but you can't fool all of the people all of the time. Caso fosse necessário, Rangel confirma-o.

O meu candidato é o outro

Paulo Gorjão, 11.03.10

Não há eleição política em Portugal em que uma franja do eleitorado não diga que o seu candidato é alguém que não se apresenta a votos. Nas eleições directas que agora se avizinham no PSD há quem suspire por Marcelo Rebelo de Sousa ou por Rui Rio. O eterno problema, como em tudo na vida, é que o leque das escolhas disponíveis condiciona as opções disponíveis. De nada adianta suspirar por Rebelo de Sousa ou por Rio. Isso só enfraquece quem está efectivamente na corrida sem que daí resulte qualquer vantagem. Os candidatos que se apresentaram a votos não são os ideais? É a vida. A real. Na vida imaginária também gostava de ter coisas que não tenho e de fazer escolhas que não posso. Na vida real as escolhas fazem-se entre quem está e quem quer estar. O resto são devaneios inconsequentes.

Faites vos jeux...

Paulo Gorjão, 29.01.10

Ainda não é claro quem serão os candidatos na disputa pela liderança do PSD. Pedro Passos Coelho é o único candidato assumido até ao momento, continuando por agora a especulação sobre quem será o seu eventual concorrente. Independentemente de quem venha a estar na corrida, era importante que os futuros candidatos se sentassem à mesa e estabelecessem entre si um pacto de não agressão pessoal. Era relevante que elaborassem um compromisso sobre as regras formais e informais da campanha eleitoral, bem como sobre o dia seguinte às eleições directas.

Discuta-se política, pura e dura, mas deixe-se de lado as questões pessoais. Confrontem-se propostas e defina-se um rumo. A seguir que se construa em comum uma alternativa política e partidária. Pela parte que me toca, mero cidadão atento e interessado, independentemente das minhas preferências políticas e pessoais, conhecidas de todos, se forem observadas as regras mínimas de cordialidade na campanha  -- e pela primeira vez desde há algum tempo temos algumas condições para isso --, quem quer que seja o vencedor, no dia seguinte às eleições directas terá a minha lealdade política.

Um líder, um programa, uma estratégia

Paulo Gorjão, 22.10.09

Espero, muito sinceramente, que as próximas eleições directas do PSD permitam discutir questões como esta. É quase um chavão dizer que se espera que uma campanha seja esclarecedora, mas é assim mesmo. O PSD tem, obrigatoriamente, de arrumar a casa. Os sociais-democratas têm de eleger um líder. A escolha deve ser indissociável das suas propostas, i.e. o seu programa e a sua estratégia. Se o PSD arrumar a casa nestes três domínios, o resto virá por acréscimo.