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Delito de Opinião

E agora, o nosso momento zen

João Sousa, 12.11.23

«Vítor Escária não sabia “muito bem o que fazer” ao dinheiro, afirma o seu advogado.

O advogado de Vítor Escária, Tiago Rodrigues Bastos, falou aos jornalistas no Campus da Justiça em Lisboa, afirmando que “Vítor Escária foi confrontado com uma quantia avultada e que efetivamente não sabia muito bem o que lhe fazer, era uma questão que ele estava a ponderar como fazer”.»

Jornal Económico, 11/11/2023

Perdoa-me

João Sousa, 11.11.23

perdoa-me genérico

"Fomos surpreendidos esta semana por um processo judicial com suspeitas muito graves. Não posso deixar de partilhar que a apreensão de envelopes com dinheiro no gabinete de uma pessoa que escolhi trabalhar, envergonha-me e peço desculpa aos portugueses”. - António Costa, hoje.

 

Adenda: eu, cínico, reparo que Costa disse estar envergonhado com a apreensão dos envelopes no gabinete, não com a existência dos envelopes no gabinete.

Hoje é um dia de esperança para Mário Centeno

Rui Rocha, 08.02.17

Foram divulgados números animadores do desemprego. É uma boa notícia para quem, depois de ser desmascarado na praça pública como cínico e mentiroso compulsivo durante a condução do caso "António Domingues", deveria começar já hoje a procurar um novo emprego. Apesar dos sinais positivos do mercado de trabalho, ocupações como vendedor de viaturas em segunda mão, por motivos óbvios, não se aconselham.

Obviamente demita-se.

Luís Menezes Leitão, 01.07.13

 

Não sinto qualquer pena pela saída de Vítor Gaspar. A meu ver, já vai tarde. Esta carta de demissão é, no entanto, a demonstração cabal do absoluto défice de coordenação política do Governo. Passos Coelho sustentou até ao limite do sustentável um Ministro das Finanças que não acertava uma, para vê-lo fugir precisamente na altura em que a troika vai começar mais uma avaliação. E não arranja mais ninguém para o substituir do que a Secretária de Estado que tem estado debaixo de fogo por causa dos swaps. Pareceria uma brincadeira de mau gosto se o assunto não fosse sério de mais. Vítor Gaspar era o verdadeiro Primeiro-Ministro deste Governo. Agora que se foi embora, é mais que altura de Passos Coelho o seguir. Porque já toda a gente percebeu que com estes protagonistas não vamos a lado nenhum.

A saída de Gaspar estava prevista no Borda d´Água

Rui Rocha, 01.07.13

Depois de há uns tempos termos ficado a saber que o estado do tempo influencia o investimento, não é sem espanto que constatamos agora que a saída de Vítor Gaspar do governo, hoje consumada, tinha sido já anunciada pelo Borda d´Água. Na verdade, na edição deste ano, pode ler-se que 1 de Julho de 2013 é o Dia do Salvamento:

 

Obviamente demitam-nos.

Luís Menezes Leitão, 09.09.12

 

O grande problema dos partidos políticos portugueses é a falta de controlo político sobre a sua liderança. Como existe muito pouco espírito crítico a nível interno, é possível permitir-se a um líder ir somando erros sobre erros, que levam o partido, e se estiver no governo também o País, ao desastre. E as poucas vozes críticas que surgem são normalmente silenciadas pelo coro da côrte de fiés, que habitualmente circula à volta do líder.

 

Foi assim que Santana Lopes fez embarcar o PSD num governo sem qualquer legitimidade política, que foi acumulando erros sobre erros, acabando o Governo ceifado por Sampaio, com o PSD a tentar evitar o evidente desastre eleitoral subsequente cantando em hino louvores ao "menino guerreiro". Sócrates, pouco tempo antes de atirar o país para a bancarrota, era reeleito pelo PS  em Congresso com 91% dos votos, não tendo o seu partido naturalmente escapado ao desastre eleitoral subsequente.

 

O governo de Passos Coelho enfrenta neste momento a mesma crise de legitimidade do governo de Santana Lopes. Foi eleito com um programa completamente contrário ao que está agora a realizar e tem-se revelado de um enorme desprezo pelo sofrimento das pessoas, o que é chocante para a matriz humanista do PSD. Passos Coelho transformou-se num novo "menino guerreiro", querendo combater a todo o custo pela execução do programa de ajustamento, efectuando assim a maior engenharia social a que o país alguma vez foi sujeito. E os que circulam à sua volta minimizam os custos enormes disto para o país. Só a maior inépcia política pode levar Passos Coelho a anunciar estas medidas a seco, sem qualquer palavra para os sacrificados, a que se segue este patético post no facebook, terminando com o ir assistir a um concerto logo a seguir. E que dizer desta inenarrável declaração de Aguiar-Branco, segundo o qual os funcionários públicos só estão a ser "um bocadinho prejudicados nas remunerações".

 

E, como já se sabia, estas medidas brutais não são suficientes, porque para quem tem esta insensibilidade social nada é suficiente.

 

Neste momento o PSD está confrontado com uma questão muito simples. Ou vai atrás deste segundo "menino guerreiro", deixa-o afundar o país, e afunda-se com ele, ou põe imediatamente termo a este Governo. Com a capacidade de sobrevivência que o PSD sempre teve, espero que tome a decisão que se impõe e que é a de parar imediatamente com isto. O governo de Santana Lopes pode ter cometidos muitos erros políticos, mas pelo menos não era cruel. Pelo contrário, este governo é de uma crueldade sem limites, com um profundo desprezo pela desgraça dos sacrificados e pelos limites constitucionais à sua actuação. E a crueldade deliberada, como diz a personagem de Blanche Dubois no Um Eléctrico chamado Desejo, é a única coisa que é insusceptível de ser perdoada. Os eleitores portugueses nunca perdoarão ao PSD o que este Governo lhes está a fazer.

 

Pessoalmente espero que Passos Coelho se tenha divertido imenso a assistir ao concerto de Paulo de Carvalho. E espero também que o cantor não se tenha esquecido de lhe dedicar esta música.