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Delito de Opinião

DELITO na Feira do Livro

Pedro Correia, 09.06.24

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O livro-antologia DELITO DE OPINIÃO está disponível no espaço E-primatur/Bookbuilders da Feira do Livro de Lisboa.

No lado direito de quem sobe, a partir do Marquês de Pombal, já lá em cima. Quiosques H34, H35 e H36.

Oportunidade, também este ano, para adquirirem este nosso livro (é o da lombada amarela). Quem não conhece seguramente irá gostar.

Quinze anos

Pedro Correia, 05.01.24

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O DELITO DE OPINIÃO festeja hoje o 15.º aniversário. Continuando a ser, como sucedeu logo a partir das primeiras semanas, um dos blogues com maior audiência em Portugal. E um dos mais comentados, mantendo a tradição que vem desde o início.

Os números dizem quase tudo: desde há um ano recebemos 379.540 visitas e registámos 973.493 visualizações (quase 70 mil por mês). Estes números contradizem os mabecos que se apressaram a decretar a morte da blogosfera.

Deixo aqui o vaticínio de que em 2024 - ano de grandes mudanças em perspectiva, a vários níveis - não só manteremos esta audiência como vamos ampliá-la.

Sem perder de vista os nossos objectivos, traçados no primeiro dia.

Parece que foi ontem e já passaram quinze anos.

DELITO: 14 anos de vida

Pedro Correia, 05.01.23

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O DELITO DE OPINIÃO festeja hoje o 14.º aniversário. Continuando a ser um dos blogues com maior audiência em Portugal, nomeadamente na plataforma SAPO, onde estamos alojados desde sempre.

O nosso gosto de comunicar mantém-se incólume. Os números dizem muito: no último ano recebemos 417.005 visitas e registámos 1.089.186 visualizações (quase 85 mil por mês). Estatísticas que contradizem as aves agoirentas que insistem em decretar a morte da blogosfera.

Creio falar em nome de todos os meus colegas ao fazer um balanço do tempo entretanto decorrido com esta frase singela e sincera: valeu a pena.

Sem nunca perdermos de vista os objectivos traçados no primeiro dia. Parece que foi ontem e já passaram 14 anos.

O jantar

Paulo Sousa, 27.11.22

Mesmo sabendo que os Impérios estão fora de moda, o nome do restaurante não assustou. Até porque a laje maciça de uma icónica sala de cinema de Lisboa transformada num Shopping de bênçãos, garantia uma protecção efectiva.

O encontro estava marcado para às 20:00 e os que apareceram foram praticamente pontuais.

Logo depois da entrada, ao fundo da sala, os ingleses tentavam, sem sucesso, sacar três pontos aos norte-americanos. O ditado não é velho, mas podia ser: não há relações especiais, sem vendavais.

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Foto Pedro Correia 

A acompanhar uns bolinhos de bacalhau, para uns, e uns pastéis de bacalhau, para outros, conforme a latitude de origem, vieram as primeiras imperiais. Uma, mal-empregada, perdeu-se por culpa do Isaac Newton. Coitado, é sempre ele que paga as favas. Felizmente a intendência foi previdente e imperial desaparecida em combate foi instantaneamente reposta sem haver tempo para a ansiedade da espera.

Entre os bifes, o polvo e o bacalhau, falou-se das abissais diferenças, mesmo grandes, entre Guimarães e Braga, dos comunas do Seixal, da coproiética do governo do PS, do gume arrombado da acutilância de Marcelo e de uma prenda, que seria como que a versão actualizada da embaixada de Dom Manuel enviada ao papa e que quase se extraviou. A problemática da antevisão do futuro a partir de uma folha de cálculo foi abordada quando o jogo da bola acabou.

Depois falou-se da produção de conteúdos do canal público, do mercado das transferências dos bloggers e respectivas cláusulas de rescisão, e também de uma segunda antologia do Delito. Mesmo antes da sobremesa o assunto mudou para as colunistas de esquerda, umas vistosas e ríspidas, e, outras ou as mesmas, vistosas e insípidas.

Por unanimidade foi aprovada uma moção de desconsolo perante a igualmente unânime ausência de senhoras à mesa. Algo sem explicação. Tudo bons rapazes, educados sem serem snobes, razoavelmente cultos e quase, quase, apessoados. Na próxima vez vou sugerir a constituição de uma Boys Band. Delito Boys. Nem soa mal!

O serviço cumpriu, mas por este andar só quem falar estrangeiro é que, em Lisboa, se safa como freguês .

Depois dos cafés chegou o carro-vassoura e as despedidas foram já na rua. Depois de uma cigarrada, e só não fumou quem não quis, combinaram-se as boleias e nesse preciso instante começou a contagem até ao próximo jantar do Delito de Opinião.

Foi um óptimo convívio. Um abraço a todos.

Treze anos e 43.620 postais depois

Pedro Correia, 05.01.22

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O DELITO DE OPINIÃO nasceu faz hoje 13 anos. Releio o primeiro postal aqui publicado, em jeito de estatuto editorial, e julgo não haver razão para mudar uma vírgula desse texto. Muito antes pelo contrário.

É o momento certo e o dia mais indicado para reproduzi-lo nas linhas que se seguem.

 

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DELITO DE OPINIÃO, como o nome indica, é um blogue apostado na reflexão e na análise dos mais diversos temas relacionados com a actualidade, sem receio de exprimir convicções claras e fortes nem de confrontar opiniões numa sociedade onde se regista um défice permanente de debate.

 

1. É um blogue não programático, o que não significa ausência de convicções. E é um blogue que considera o exercício da crítica um valor permanente numa sociedade democrática.

 

2. É um blogue que acompanha os assuntos políticos, numa perspectiva não doutrinária, mas que não esgota aqui os seus focos de interesse. As artes e as letras, a cultura em geral, e todos os aspectos relevantes da vida quotidiana merecerão a nossa atenção.

 

3. É um blogue aberto a comentários, que pretende acolher e estimular, na convicção de que a interactividade com os leitores é indissociável deste meio de comunicação. Mas sem confundir a livre troca de ideias com a tolerância perante insultos ou expressões difamatórias, que não terão aqui acolhimento.

 

4. É um blogue que acredita na diversidade de ideias, sem contemporizar com extremismos de qualquer espécie, e que congrega autores oriundos de diferentes formações académicas, múltiplas áreas profissionais e várias zonas do País.

 

5. É um blogue que considera a língua portuguesa um património a defender, preservar e valorizar. E que faz da boa utilização do nosso idioma uma das suas prioridades.

 

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Entramos agora no décimo quarto ano, com 470.759 visitas e 1.194.957 visualizações registadas ao longo de 2021. Fiéis aos valores enunciados no primeiro dia.

Os novos censores andam aí

Pedro Correia, 08.06.21

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Há leis que deviam envergonhar os legisladores. Se essas leis são aprovadas na Assembleia da República sem sequer um honroso voto contra, a vergonha aumenta. E quando o Presidente da República - supremo vigilante dos direitos, liberdades e garantias - as promulga sem sombra de hesitação, a vergonha redobra.

Aconteceu a 17 de Maio, com a aprovação da Lei 27/21 no hemiciclo de São Bento - um diploma com o pomposo (e algo ridículo) título de Carta Portuguesa de Direitos Humanos na Era Digital. Com votos favoráveis do PS, PSD, BE, CDS e PAN, e abstenções do PCP, PEV, IL e Chega.

No seu artigo 6.º, esta Lei condiciona a liberdade de imprensa, tornando-a pasto de tentações autoritárias de qualquer governo de turno. Cinicamente, a pretexto do reforço do exercício da cidadania e do jornalismo.

Em vez de incentivar a auto-regulação dos meios de comunicação social, tenta impor-lhes cangas administrativas através de um órgão composto por comissários políticos e moços de fretes ao serviço de estruturas partidárias.

Em vez de reforçar a isenção e a independência das empresas editoriais, tenta impor-lhes controleiros e certificados de bom comportamento a pretexto da instituição de mecanismos de verificação de factos. Cinicamente, uma vez mais, invocando um louvável motivo: o combate à desinformação e ao boato tornados notícia.

 

Li com atenção este artigo 6.º, que me suscita sérias reservas e as objecções que sintetizo aqui:

«O Estado assegura o cumprimento em Portugal do Plano Europeu de Acção Contra a Desinformação, por forma a proteger a sociedade contra pessoas singulares ou colectivas, de jure ou de facto, que produzam, reproduzam ou dinfundam narrativas consideradas desinformação.» (art. 6.º, n.º 1)

Este dispositivo legal, em interpretação extensiva, permitiria reintroduzir em Portugal a Comissão de Censura, justificada aliás, em termos legais, com terminologia semelhante à que vigorou no salazarismo. Destinada a "proteger" os incautos cidadãos, colocados sob a asa vigilante do Estado paizinho e protector. A expressão "narrativas" deixa evidente que já não está só em causa a componente noticiosa dos conteúdos informativos: há via aberta para o delito de opinião. Não este blogue, mas o delito mesmo.

 

«Considera-se desinformação toda a narrativa comprovadamente falsa ou enganadora criada, apresentada e divulgada para obter vantagens económicas ou para enganar deliberadamente o público, e que seja susceptível de causar um prejuízo público, nomeadamente ameaça aos processos políticos democráticos, aos processos de elaboração de políticas públicas e a bens públicos.» (art. 6.º, n.º 2)

Dizendo-se proteger a democracia, os legisladores condicionam seriamente a democracia. E lesam uma das principais receitas dos órgãos de informação: toda a actividade publicitária, "criada para obter vantagens económicas". Algo tão simples como "Omo lava mais branco" corre risco de interdição. Esta linguagem ambígua, imprecisa e vaga propicia a criação de um Ministério da Verdade de inspiração orwelliana. Endeusando e glorificando as "políticas públicas", eufemismo para o exercício da actividade governativa.

 

«Todos têm o direito de apresentar e ver apreciadas pela Entidade Reguladora para a Comunicação Social queixas contra as entidades que pratiquem os actos previstos no presente artigo.» (art. 6.º, n.º 5)

Compete aos tribunais, mediante apresentação de queixas-crime, ajuizar sobre eventuais abusos da liberdade de imprensa. Não à ERC, entidade que não emana de qualquer poder auto-regulador da actividade jornalística nem tem vínculos ao poder judicial: é mero órgão administrativo, com membros nomeados pela Assembleia da República e que age ao sabor das conveniências políticas. Basta lembrar que um dos seus presidentes, Azeredo Lopes, viria depois a exercer funções de chefe de gabinete do presidente da Câmara Municipal do Porto (com Rui Moreira) e de ministro da Defesa (com António Costa).

 

«O Estado apoia a criação de estruturas de verificação de factos por órgãos de comunicação social devidamente registados e incentiva a atribuição de selos de qualidade por entidades fidedignas dotadas do estatuto de utilidade pública.» (art. 6.º, n.º 6)

Compete aos próprios meios de comunicação social, mediante o cumprimento do Código Deontológico em vigor, avaliar em permanência a veracidade dos factos antes da publicação de qualquer notícia. O Estado não tem vocação para o exercício do jornalismo, mas para a instituição de mecanismos de propaganda. Os "selos de qualidade", equiparando órgãos de informação a restaurantes recomendados, são insultuosos para o jornalismo ao instituir certificados de bom comportamento - isto é, de respeitinho e veneração ao poder político.

 

Esta lei vergonhosa, que infelizmente o Presidente Marcelo Rebelo de Sousa já promulgou, só entra em vigor no dia 27 de Julho. Ainda há tempo para travá-la, suscitando a apreciação da constitucionalidade.

Vem a propósito lembrar o artigo 37.º da Constituição da República Portuguesa: «Todos têm o direito de exprimir e divulgar livremente o seu pensamento pela palavra, pela imagem ou por qualquer outro meio, bem como o direito de se informar, sem impedimentos nem discriminações. O exercício destes direitos não pode ser impedido ou limitado por qualquer tipo ou forma de censura.»

O aperfeiçoamento da roda

Paulo Sousa, 01.06.21

A tão falada Carta Portuguesa de Direitos Humanos na Era digital entrará em vigor em meados de Julho.

Imediatamente pela leitura do nome desta lei somos remetidos para um melhoramento do conceito da roda. Na sua reconhecida modéstia, entendeu o Governo da República Portuguesa, esse farol que irradia esclarecimento e sentido humanista, dar uns retoques para corrigir alguma distracção da Assembleia das Nações Unidas.

Acontece que esta lei estabelece no seu artigo 6.º – o tal que abre a porta à censura – que a apreciação de eventuais queixas sobre os conteúdos caberá à Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC) e não a um qualquer tribunal. Ora, por mais garantias de independência que os estatutos da ERC estabeleçam, já foram demasiadas as vezes que entendemos que as suas decisões foram tão coincidentes com aquelas que o governo escolheria, que torna legitima a pergunta: existirá alguma hipótese de um governo português poder condicionar uma entidade reguladora, neste caso a ERC?

Numa rápida pesquisa, encontrei esta notícia de 2011 do Jornal de Negócios. O então Presidente da ERC, Dr. Azeredo Lopes, defendia que a representação partidária no respectivo Concelho Regulador devia ser alargada a um terceiro partido. Esta sua opinião surge em resposta a uma pergunta da então deputada do BE, Ana Drago. Olhando para isto a partir de 2021 é fácil concluir até que ponto a ERC é sujeita a interferências do executivo.

Esta é claramente uma lei feita por um partido convicto de que as decisões lhe pertencem por direito, e que nem considera a hipótese de num futuro ainda mais negro do que a nossa actualidade, com um eventual governo com pulsões ainda mais autoritárias que o actual, esta será a lei a que esse futuro poder recorrerá para limitar a oposição, e eventualmente para tirar o pio aos senhores que ambicionaram arredondar a roda.

12 anos e 41.533 postais depois

Pedro Correia, 05.01.21

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O DELITO DE OPINIÃO nasceu faz hoje doze anos. Releio o primeiro postal aqui publicado a 5 de Janeiro de 2009, em jeito de estatuto editorial, e julgo não haver razão para mudar uma vírgula desse texto. Muito pelo contrário.

É dia mais indicado para o reproduzir nas linhas que se seguem, 41.533 postais e 364.263 comentários depois.

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DELITO DE OPINIÃO, como o nome indica, é um blogue apostado na reflexão e na análise dos mais diversos temas relacionados com a actualidade, sem receio de exprimir convicções claras e fortes nem de confrontar opiniões numa sociedade onde se regista um défice permanente de debate.

  1. É um blogue não programático, o que não significa ausência de convicções. E é um blogue que considera o exercício da crítica um valor permanente numa sociedade democrática.
  2. É um blogue que acompanha os assuntos políticos, numa perspectiva não doutrinária, mas que não esgota aqui os seus focos de interesse. As artes e as letras, a cultura em geral, e todos os aspectos relevantes da vida quotidiana merecerão a nossa atenção.
  3. É um blogue aberto a comentários, que pretende acolher e estimular, na convicção de que a interactividade com os leitores é indissociável deste meio de comunicação. Mas sem confundir a livre troca de ideias com a tolerância perante insultos ou expressões difamatórias, que não terão aqui acolhimento.
  4. É um blogue que acredita na diversidade de ideias, sem contemporizar com extremismos de qualquer espécie, e que congrega autores oriundos de diferentes formações académicas, múltiplas áreas profissionais e várias zonas do País.
  5. É um blogue que considera a língua portuguesa um património a defender, preservar e valorizar. E que faz da boa utilização do nosso idioma uma das suas prioridades.

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Entramos assim no décimo-terceiro ano, com mais de 550 mil visitas e acima de 1,3 milhões de visualizações anuais.

Fiéis aos valores enunciados no primeiro dia.

Presente de Natal aos comentadores

jpt, 22.12.20

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Sim, por vezes sou arisco e respondão diante dos nossos comentadores, principalmente os conhecidos anónimos. Mas, até por este pequeníssimo incidente entre-comentadores no meu último postal, aqui deixo uma oferta natalícia ao habitual comentador Balio - sobre o qual há (justificadas?) suspeitas de ser um avatar de um outro (e anterior?) conhecido comentador institucional do DO. Com esta oferta, sita aqui mesmo na estante da secretária, quero simbolizar o amoroso espírito natalício que congrega bloguistas e comentadores, dos mais irritantes aos mais irritadiços, passando pelos plácidos.

Quanto a Balio, se não apreciar esta oferta ... olhe, vá à Worten trocá-la.

As máscaras do Covid-19

jpt, 15.12.20

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Há dias o Pedro Correia aqui expressou a sua filiação no rumo da máscara descartável. Eu tenho fortes discordâncias, estratégicas e ideológicas, com essa visão que considero meramente tacticista. E, como tal, reclamo o direito de facção aqui no Delito de Opinião. Pois há causas pelas quais urge dar a cara. De modo consistente e perene. Ou seja, não descartável.

O Delito de Opinião

jpt, 07.06.20

Na semana passada acompanhei um amigo a uma consulta médica num hospital privado. O médico recomendou-lhe exames imediatos, que precisaram de preparativos. Escrevi um breve resmungo e publiquei-o no meu mural de FB e no meu blog. O que me levou a isso foi ter esperado uma longa tarde à porta do hospital pois o acesso às instalações está vedado a acompanhantes. Não contesto a decisão sanitária. Mas não creio ser impossível ou custoso deixar algumas cadeiras à sombra e borrifá-las periodicamente com algum desinfectante, para sossegar os mais temerosos com o contágio de covid-19. E mais me irritou, como disse no postalito, que ao mesmo tempo que há estas regras sanitárias emitidas pela DGS haja também um conjunto de acções e proclamações estatais, e da própria DGS, que vão em sentido contrário a estas preocupações sanitárias. Isso é incoerência estatal. E falta de simpatia, para não dizer outra coisa, da administração daquele hospital privado pelos acompanhantes dos seus clientes.

Dois dias depois fui com uma familiar muitíssimo próxima a um hospital público no distrito onde estamos a residir durante esta era de Covid. Dei conta disso neste postal (que coloquei também no meu mural FB). Que disse eu? Que na triagem o incómodo fora classificado como pouco grave (ainda bem), que uma médica amiga conhecedora do hospital me informou do previsível tempo de espera, o qual até acabou por ser um pouco menor do que a previsão. E de que eu, estoicamente, aceitei a previsão dessa demora (um "grande seca" pouco sonoro pois acima de tudo a preocupação, ainda que não exagerada, com a "carne da minha carne", como a descrevi). E de que tudo acabou bem, a familiar bem tratada do seu incómodo.

Mas juntei-lhe o meu resmungo. Este das condições votadas aos acompanhantes, sem um mínimo de comodidade. Insisto, 20 ou 30 cadeiras de plástico espalhadas por um parque de estacionamento fronteiro à porta, para que não nos sentemos no chão. Borrifados periodicamente por algum "segurança". Mas juntei-lhe o meu resmungo-mor, pois lá dentro, onde visitei (de facto fui entregar água e comida) o meu "ai-jesus", os doentes não estavam minimamente apartados, em função de qualquer perigo de contágio. A tal incoerência estatal no exercício dessas regras sanitárias que vêm sendo propaladas.

Juntei as experiências narradas por essa minha familiar, explicitando que eu as relativizara, contextualizara, com a voz da minha experiência. Mas que lhe eram motivo de espanto, pois é uma jovem sem experiências hospitalares, porque cresceu em Moçambique (onde nunca foi aos hospitais públicos, que são desgraçados), na Bélgica e vive agora no Reino Unido. Países nos quais também não tem, e felizmente, experiência de hospitais. Pois é jovem e saudável. E no meio de tudo isto resmunguei que o funcionalismo público se apartou do SNS - através de convénios estatais com a medicina privada, adianto agora - o que significa que se aparta, sociologica e politicamente, da urgência sobre a melhoria das condições desse sistema nacional de saúde. Esse que é o meu, que não tenho seguro de saúde (não é uma obrigação legal) nem dinheiro para ir para privados. Um SNS que sofre pressões que aludi num outro texto que publiquei há pouco, e onde ecoei o que me disse um profissional que muito respeito: "estamos a seguir um rumo como o britânico, um duplo sistema, o privado dos ricos e um pior, para os pobres" (quem quiser a parte sobre o SNS nesse texto, está nas páginas 8-10).

É possível que eu esteja errado, é possível que a minha mediocridade me impeça de sentir, analisar e escrever com alguma pertinência. Mas olho para o teor de vários comentários ao meu "hospital de aquém-Tejo". Oriundos de vários que nem olham os textos, apenas botam fel. Não é a discordância ou desapreço pelo que escrevi. É mesmo a atitude, que é recorrente e constante. Alguns são "alcunhas" residentes, outros só anónimos. Não compreendo este afã, em alguns casos de anos, em visitar um sítio para botar comentários quase sempre sob esse espírito. E esse é o ambiente dos comentários, o ambiente da interlocução aqui no DO. Não é o único, mas é constante. Composto de fel. Isso é doentio. Contagioso. Desinteressante. 

No DO aceitam-se comentários, é uma regra. E eu cumpro-a. Mas a partir de hoje não dialogo mais com comentários, independentemente da sua autoria e do seu teor. Perdi, definitivamente, a paciência.

Entre os mais comentados

Pedro Correia, 31.05.20

Em 21 destaques feitos pelo Sapo em Maio, entre segunda e sexta-feira, para assinalar os dez blogues nesses dias mais comentados nesta plataforma, o DELITO DE OPINIÃO recebeu 20 menções ao longo do mês.

Incluindo seis textos na primeira posição, sete na segunda e dois na terceira.

 

Os textos foram estes, por ordem cronológica:

Grandes romances (29) (22 comentários) 

Os inimputáveis (70 comentários, o mais comentado do fim de semana)

É tempo de acabar com o "distanciamento social" (48 comentários, o mais comentado do dia) 

Tapetes e cascas de banana (100 comentários, o mais comentado do dia) 

Irão jogar de máscara? (114 comentários, o mais comentado do dia) 

Férrea incoerência (18 comentários)

Os vinte mais infectados (62 comentários, segundo mais comentado do fim de semana) 

Os comentários da semana (54 comentários)  

A pátria está em perigo (24 comentários)

Cuidado que eles continuam a monte (42 comentários, segundo mais comentado do dia) 

Le parti c'est moi (32 comentários, segundo mais comentado do dia) 

Diário do coronavírus (10) (58 comentários, o mais comentado do fim de semana) 

Assim medra a novilíngua (42 comentários, segundo mais comentado do dia) 

O candidato socialista (52 comentários, terceiro mais comentado do dia) 

Diário do coronavírus (11) (52 comentários, segundo mais comentado do dia) 

O comentário da semana (50 comentários)

Em suas importantes saúdes (56 comentários, o mais comentado do dia) 

Ler em tempo de pandemia (132 comentários, segundo mais comentado do dia)

Cambada de imbecis (42 comentários, terceiro mais comentado do dia)

Estádios, aviões e televisão (46 comentários, segundo mais comentado do dia)

 

Com um total de 1116 comentários nestes postais. Da autoria do Paulo Sousa, dos leitores Isabel Paulos, Chuck Norris e Vítor Augusto, e de mim próprio.

Fica o agradecimento aos leitores que nos dão a honra de visitar e comentar.

O ambiente de comentário nos blogs

jpt, 27.03.20

Deixei um postal, meio esparvoado, sobre comentadores televisivos. Um desses azedos comentadores anónimos, aqui habituais, que se saracoteia na internet como "makiavel", pergunta qual o assunto do postal - precisamos de ter assunto numa actividade gratuita como é blogar? Continuo a perguntar-me, qual a pertinência do azedume espetado nos comentários de um blog, gratuito, sem agenda e até algo heterogéneo em termos intelectuais e ideológicos? Discordar de textos sim, mas há um punhado de anónimos que aqui vem constantemente deixar fel (até agora, neste terrível momento nacional e internacional, de congregação moral, caramba). Eu não falo de "Lavoura", que é - cônscia ou inconscientemente - algo pitoresco nas suas constantes picardias. Falo de outros, sob alcunhas, que os leitores habituais do blog já conhecerão. 

Para sublinhar a sua reacção ao postal sem assunto deixa o tal makiavel esta adenda: "“(...) livros e vêm utilidade em lê-los.” Não será ‘veêm’?". O autor do postal, eu-mesmo, deixou um erro ortográfico e o acidozinho logo se solta. Impante.

Cometi eu um erro ortográfico? Foi uma "gralha"? É isso denotativo da falta de assunto do postal, de défice intelectual do bloguista? É isso suficiente para ir comentar com o "leve toque de azedo"?

Foi um erro? Eu reproduzo um velho postal, escrito quando era professor. E sim, o que quis escrever foi "vêem".  E não vejo, continuo a não ver, qualquer interesse em acumular comentários deste tipo de comentadores anónimos.

(Postal no blog ma-schamba de 7 de Agosto de 2014)

 (Matola-rio, Junho 2014)

Houve uma avaliação aos professores em Portugal. Não faço a mínima ideia do seu conteúdo ou qualidade. Apenas leio uma notícia com o título "Maioria dos professores deu erros [porventura o jornal quereria dizer "errou"] de português na prova da avaliação", "ortográficos [de ortografia?], de pontuação [pontuativos?], de sintaxe [sintácticos?]". O breve título é repetido no DN, no JN e no Público, deixando adivinhar alguma origem que lhes é estranha, talvez até oficial. Enfim, bastará o seu coloquialismo e a ilógica presente nas poucas cinco palavras que descrevem os erros acontecidos para provar que isto de escrever português é um martírio. Infelizmente não há notícias sobre hipotéticos erros em matemática, química, desenho, história ou outras quejandas coisas.

Como os visitantes do blog bem sabem cometo falhas ortográficas. Não muitas, mas algumas: ainda há pouco foi um "insonso" que me valeu insultos de visita discordante, ... E esforço-me, sempre atrapalhado com isto dos hífens, e agora ainda mais devido à tralha ortográfica, sempre entre o dicionário e o google. Quanto à sintaxe e à pontuação é melhor nem falar, uma constante trapalhada - esta tendência de virgular cada arquejo, para travessar cada meneio. Por isso estou solidário com os colegas erradores.

E espero que não levem purrada.

No 11º. aniversário do DELITO

Pedro Correia, 05.01.20

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O DELITO DE OPINIÃO nasceu faz hoje onze anos. Dos que estávamos cá no primeiro dia, conservamo-nos cinco: o Adolfo, a Ana Cláudia, a Leonor, a Teresa e eu. Muitos outros chegaram entretanto: uns estiveram de passagem, outros vieram para ficar. Cada caso é um caso, a assiduidade vai sendo exercida com a dinâmica própria dum blogue colectivo, que funciona em vários andamentos.

Para esta dinâmica, como tantas vezes tenho sublinhado, tornou-se fundamental a participação dos leitores. Com as suas generosas palavras de incentivo, as suas sugestões, as suas críticas, a sua episódica rabujice até. Não apenas os que nos comentam com mais frequência, designadamente muitos dos que destaquei aqui, mas também aqueles que só ocasionalmente nos visitam. A uns e outros, estamos gratos.

Hoje que o DELITO entra no 12.º ano de existência, lembrei-me de divulgar um decálogo de regras fundamentais para que um blogue não se limite a um murmúrio efémero e saiba enfrentar o exigente teste do tempo.

Talvez sejam úteis para quem só agora começa...

 

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ACTUALIDADE. É fundamental acompanhar de perto os acontecimentos.

ASSIDUIDADE. Manter a escrita a um ritmo regular, levando o leitor a visitas frequentes.

DIVERSIDADE. Combater com persistência o monolitismo de opiniões.

VARIEDADE. Contra a unicidade temática, revelando permanente capacidade de surpreender quem nos lê.

CREDIBILIDADE. As opiniões são livres, mas devem alicerçar-se no rigor dos factos.

COMBATIVIDADE. É muito importante ter opiniões fortes e pugnar por elas.

ORIGINALIDADE. Há que combater a tentação de repetir por sistema o que outros escrevem ou dizem.

INTERACTIVIDADE. Todos temos a ganhar se soubermos estimular reacções dos leitores, sem recear a controvérsia.

SENSIBILIDADE. Bom senso e bom gosto: princípios basilares em todas as ocasiões.

QUALIDADE. Ambicionar ser melhor: hoje melhor que ontem, amanhã melhor que hoje.

Mais de meio milhão de visitas

Pedro Correia, 01.01.20

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Fechamos o ano com mais de meio milhão de visitas e para cima de um milhão de visualizações.

Concretamente, ao longo de 2019 recebemos 540.220 visitas e registámos 1.171.396 visualizações.

Prova reiterada do interesse que o DELITO DE OPINIÃO continua a suscitar junto dos leitores. A oferta é variada, a procura mantém-se incessante.

Os nossos agradecimentos a todos pelas provas de confiança que insistem em transmitir-nos. Prometemos não abrandar o ritmo em 2020.

Entre os mais comentados

Pedro Correia, 01.01.20

 

Em 22 destaques feitos pelo Sapo em Dezembro, entre segunda e sexta-feira, para assinalar os dez blogues nesses dias mais comentados nesta plataforma, o DELITO DE OPINIÃO recebeu  18 menções ao longo do mês.

Incluindo três textos na primeira posição, cinco na segunda e três na terceira.

 

Os textos foram estes, por ordem cronológica:

Por um referendo na freguesia dos Olivais (29 comentários)

Pensamento da semana (42 comentários)

Diálogos gretados (90 comentários, terceiro mais comentado do dia) 

Com orgulho muito seu (50 comentários)

Livros, filmes e viagens (52 comentários, segundo mais comentado do dia) 

Aventais são difíceis de rasgar (26 comentários, terceiro mais comentado do dia)

O vendedor de ilusões (30 comentários)

O medíocre Corbyn (36 comentários)  

Ferro proibicionista (35 comentários)  

Que livros mais gostaram de ler? (92 comentários, o mais comentado do dia)

Chove sem parar (82 comentários, o mais comentado do dia)

Macau: passado e presente (1) (18 comentários)

E quando tinhas 16 anos? (71 comentários, o mais comentado do fim de semana)  

Lavourada da semana (35 comentários, segundo mais comentado do dia)

Natal com livros (20 comentários, segundo mais comentado do dia)

Dizer mal e dizer bem (32 comentários, terceiro mais comentado do dia)   

Os críticos também se enganam (22 comentários)

Feliz Ano Novo (46 comentários, segundo mais comentado do dia)

 

Com um total de 818 comentários nestes postais. Da autoria do JPT, da Teresa Ribeiro, do João André e de mim próprio.

Fica o agradecimento aos leitores que nos dão a honra de visitar e comentar. E, naturalmente, também aos responsáveis do Sapo por esta iniciativa.

O Delito nas redes sociais

jpt, 23.04.19

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Acabámos de criar uma página do Delito de Opinião no Facebook. Destina-se a divulgar naquela rede social as ligações aos textos que iremos publicando no blog. Aqui fica o convite aos leitores que têm conta no FB  para que a acompanhem. E a divulguem entre as suas ligações (os célebres "amigos-FB"), se assim o entenderem aconselhável. O colectivo agradecerá.

Para aceder a essa página basta pressionar: Delito de Opinião

Entre os mais comentados

Pedro Correia, 03.02.19

 

Em 22 destaques feitos pelo Sapo em Janeiro, entre segunda e sexta-feira, para assinalar os dez blogues nesses dias mais comentados nesta plataforma, o DELITO DE OPINIÃO recebeu 17 menções ao longo do mês. Incluindo quatro textos na primeira posição, dois na segunda e três na terceira.

 

Os textos foram estes, por ordem cronológica:

1 milhão e 174 mil visualizações (38 comentários, o mais comentado do dia)

Figura nacional de 2018 (32 comentários)

Facto nacional de 2018 (34 comentários, o mais comentado do dia)

E vão dez (60 comentários, o mais comentado do dia)

Preconceitos e Judite de Sousa (109 comentários, segundo mais comentado do dia)

Asco (38 comentários, terceiro mais comentado do dia)

Lamento (106 comentários, o mais comentado do dia)

Repulsa (32 comentários)

Despudor (32 comentários)

Da inutilidade dos esforços (60 comentários, segundo mais comentado)

As palavras em vias de extinção (70 comentários, terceiro mais comentado)

Pensamento da semana (30 comentários)

Inversão de valores (44 comentários)

A pergunta que ainda falta fazer (58 comentários)

O programa preferido do António (32 comentários)

Ba e a polícia (50 comentários, terceiro mais comentado)

Estátuas dos nossos reis (156) (30 comentários)

 

Com um total de  851 comentários  nestes postais. Da autoria do JPT e de mim próprio.

Fica o nosso agradecimento aos leitores que nos dão a honra de visitar e comentar. E, naturalmente, também aos responsáveis do Sapo por esta iniciativa.