As Idiossincrasias da Karlotta
Acredito que a tempestade que nos assola e que desta vez tem nome de mulher é naturalmente aconchegante, encontrando-se apenas a cumprir a tarefa para a qual foi incumbida e que é a de aflar fortemente e despejar água às baldadas de modo a enxurrar as gentes.
Qualquer procela que seja bem formada e tenha sido educada com sabedoria conclui que, independentemente de ter sido o patrão a dar as ordens, a culpa irá recair sempre em quem as executou, porque existe o livre arbítrio e tal…
A Karlotta não gosta mesmo nada que se lhe rogue pragas. É uma tempestade competente que já tem assolado por outras paragens, e até tem feito menos estragos do que quem manda e desmanda (ou já nem manda) por estes lados. Com o multitasking que lhe assiste e que apenas o cérebro feminino consegue alcançar, resolveu mostrar que está tudo mal a poente, mas que existe esperança a nascente, e que os pactos dos homens leva-os o vento, que agora terão de ir ao sabor da tempestade e terão de ter algum peso na bagagem para conseguirem o tal equilíbrio, tão necessário à preservação da honestidade e do respeito pelo país e pelo povo.
Se as palavras não forem ocas e se as promessas não forem vãs, não há pé de vento que as carregue. Na dúvida, perguntem à Karlotta. A Karlotta tem bom senso e consegue soprar as teias de aranha mais empedernidas e resistentes. A Karlotta ajuda.