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Delito de Opinião

O comentário da semana

Pedro Correia, 25.08.13

«Controlar o que nos rodeia é parte do que nos faz humanos. Controlar é colocar o racional acima do irracional, o (neo-)córtex primeiro que o cerebelo. A questão aqui é controlar o quê e para quê.
O instinto natural do ser humano (todos os seres, aliás) é egoísta. Rosseau estava errado com o "bom selvagem" e William Golding correcto com o "Senhor das Moscas". Quem tem filhos pequenos e os vê crescer rapidamente se apercebe que o desenvolvimento da personalidade e a educação faz-se, em grande parte, a contrariar desejos, a minimizar egocentrismos.


No entanto, socialmente, a nossa sociedade infantilizou-se. Trocou-se o fazer o que é correcto pelo fazer o que nos (aparentemente) faz feliz. Quando os "Founding Fathers" dos Estados Unidos da América escreveram a declaração de independência face ao Reino Unido e incluíram esta famosa frase


"We hold these truths to be self-evident, that all men are created equal, that they are endowed by their Creator with certain unalienable Rights, that among these are Life, Liberty and the pursuit of Happiness."


foram efectivamente longe de mais (se não em espírito, pelo menos na letra) e essa ideia, que fez caminho pelo liberalismo de John Stuart Mill, acabou por ter alguns efeitos perniciosos ao centrar tudo, excessivamente, no individuo.

Esquecemos que estamos aqui para fazer o que é correcto, o que é adequado, para viver uma vida boa (εὐδαιμονία) e não para ser animalescamente felizes. Porque a felicidade animal é comparativa e passageira (somos felizes em comparação com a infelicidade e, ao contrário do que diz, não existe nem pode existir "felicidade plena"), enquanto uma vida bem vivida, preenchida, com alegrias e mágoas, é absoluta e ficará marcada nos que cá deixamos quando partimos.»

 

Do nosso leitor Carlos Duarte. A propósito deste texto da Joana Nave.

O comentário da semana

Pedro Correia, 11.08.12

«A Economia é a nova religião no sentido de haver uma Verdade Revelada nas instituições universitárias que a disseminam e de ser preciso fé para acreditar nela, porque quando a realidade por vezes aparentemente a desmente os verdadeiros crentes sabem que o longo prazo (convenientemente desconhecido) lhes dará razão. Os resultados das medidas que tomam não precisam de ser comparados com o que se esperava porque se sabe que ou são já bons ou sê-lo-ão na eternidade que espera por nós.

Do nosso leitor J. J. Amarante. A propósito deste texto do José Navarro de Andrade.

Comentário do dia.

Luís M. Jorge, 03.05.12

"(...) o oportunismo da esquerda, que para se pôr em bicos de pés, massacra um homem que se sabe e quer ser útil à sociedade, não tem resposta racional que a atinja. Mas ontem, o que a esquerda disse, entre bandeiras e de cima de palanques, apagou-se pelo eco de um gesto largo de quem reclama o reconhecimento da obra de um homem que quer bem aos portugueses!"

 

JgMenos nas catacumbas do meu post sobre o Pingo Doce. Há muito servo da gleba contentinho em Portugal.

Comentário do dia.

Luís M. Jorge, 19.04.12

"Se vivesse hoje em Portugal o George Orwell acrescentaria aos 3 slogans "Guerra é Paz", "Liberdade é Escravidão" e "Ignorância é Força" mais estes três: "Pobreza é Riqueza", Despedimento é Emprego", "Despejo é Habitação"." j.j. Amarante, no comentário a este post do jaa:

http://delitodeopiniao.blogs.sapo.pt/4309097.html#comentarios

 

(Não consigo fazer links porque o Sapo decidiu que no iPad só posso usá-los se escrevinhar em html, coisa que anunciou com pompa no portal como se fosse uma grande vantagem, em mais um exemplo de como o mau marketing julga que pode fazer as pessoas passarem por parvas).