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Delito de Opinião

Censos 2021

jpt, 26.04.21

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Acabo de responder ao censo 2021. Ainda telefonei para os serviços a resmungar e fui informado que as coimas para quem não responda oscilam entre 250 e 25000 euros e rendi-me. A muitos o motivo da minha repulsa poderá parecer uma minudência. Mas não é. Há um conjunto de perguntas cuja resposta é facultativa. E outras que são de resposta obrigatória, entre as quais várias são de índole administrativa mas outras são já intrusivas - por exemplo, porque sou eu obrigado a dizer quantas divisões tem a minha casa? 

Mas o pior, a inaceitável intrusão, é a utilização dos censos para se fazerem questões de índole pessoal: pois para aqueles que residiram no estrangeiro e regressaram ao país desde 2010 há uma pergunta de resposta obrigatória. Somos questionados sobre o motivo do regresso. Ou seja, a República Portuguesa obriga os cidadãos a apresentar o motivo que os faz regressar ao seu país! E se entender que isso é inaceitável, uma inadmissível intromissão dos meus direitos, terei que pagar no mínimo 250 euros. Isto é mesmo sintomático de uma mundividência estatizante, altaneira, sobranceira.

(E não se propagandeie uma putativa importância dos dados. Se são relevantes então façam-se inquéritos sobre a matéria. Ou, vá lá - e mesmo assim... -, inclua-se uma pergunta de resposta facultativa no Censo.)

Notícias do reino da demografia

Ana Lima, 03.07.11

Já há alguns resultados preliminares dos Censos de 2011. Os números não são animadores (veja-se, por exemplo, aqui). E estes não representam taxas de juro, cotações em bolsa, impostos, valores do PIB ou PNB ou outros. Mas reflectem-se neles necessariamente. E porque esses números representam pessoas, representam-nos a nós, devem ser analisados com toda a atenção para que possam ser tidos em conta em futuras tomadas de decisão. Entretanto os técnicos do INE têm muito trabalho pela frente com o tratamento das respostas às questões colocadas nos inquéritos. A divulgação dos dados definitivos aguarda-se para o próximo ano.  

Censos 2011 sem senso

João Carvalho, 14.04.11

Está a decorrer o XV recenseamento geral da população de Portugal? Esqueçam. Quem não responder será multado? Esqueçam também.

Vejam só.

O nome completo não cabe nos impressos. A identificação (BI, NIF ou outro documento individual) não consta. Das múltiplas cópias, nenhuma fica com o cidadão.

Chegados ao século XXI, é com esta superficialidade que se faz um levantamento supostamente sério? Então estamos conversados.

Novas tecnologias, problemas antigos

Sérgio de Almeida Correia, 21.03.11

Novas tecnologias com sistemas obsoletos, computadores velhos e falta de capacidade de resposta dos serviços só servem para criar mais problemas, gastar dinheiro, indispor os funcionários e os contribuintes, contribuir para a diminuição da produtividade e fazer figura de rico nas estatísticas.

Aquilo que aconteceu nas últimas eleições presidenciais acontece com irritante regularidade com os sites das Finanças e da Segurança Social, com o Ministério da Educação, de cada vez que há concursos e é necessário apresentar candidaturas, por vezes também com a Justiça e, agora, pelos vistos, com o Censos 2011. Já era tempo destas coisas funcionarem de acordo com a procura que vão tendo. Ou então, se não houver capacidade de resposta, não as promovam.