Num discurso memorável, proferido em 25 de Abril de 2013, em plena Assembleia da República, o espaçoso Amorim, esse que como se comprova na imagem nem Gaia pode parar, deixou à posteridade, para além de tudo o mais e de uma citação de Habermas bem jeitosa (ah pois é!), dois fabulosos páragrafos que incluem uma desafiante questão:
Numa imagem erradamente atribuída a Benjamin Franklin, a democracia formal é vista como uma votação em que dois lobos e um cordeiro decidem qual será o seu almoço – a fábula costuma ensinar que a liberdade consiste em dotar o cordeiro de instrumentos capazes de impedir a decisão óbvia, valorizando o papel da liberdade como meio de defesa das minorias e dos mais débeis.
Só que resta um problema a solucionar – afinal, qual será o almoço? É precisamente aí que o consenso encontra o seu papel primordial na ordem democrática. Sobretudo, em épocas de aflição coletiva como aquela em que estamos.
Pois bem. A questão está respondida. O tal almoço era em Fátima. E, embora a notícias não esclareça, é bem provável que o prato principal tenha sido cordeiro.