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Delito de Opinião

Qual deles preferem?

Dezasseis proto-candidatos à sucessão de Marcelo Rebelo de Sousa

Pedro Correia, 29.11.24

Entre os pré-candidatos, proto-candidatos, putativos candidatos e aqueles que adorariam candidatar-se à Presidência da República mesmo sabendo não ter a menor hipótese de lá chegarem, enumerei uma lista de dezasseis, que passo a reproduzir por ordem alfabética. Desta lista sairá quem vai suceder a Marcelo Rebelo de Sousa. *

Espero que quem me lê aproveite para destacar o(s) candidato(s) da sua preferência. E também que digam quem são aqueles que em circunstância alguma terão o seu voto.

Se não for pedir muito, espero ainda que possam justificar o que os leva a assumir tais opções de apoio ou rejeição, desde já, na próxima corrida ao Palácio de Belém.

 

Eis a lista:

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ANA GOMES

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ANDRÉ VENTURA

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ANTÓNIO GUTERRES

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ANTÓNIO JOSÉ SEGURO

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ANTÓNIO VITORINO

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AUGUSTO SANTOS SILVA

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CARLOS CÉSAR

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HENRIQUE GOUVEIA E MELO

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JOSÉ MANUEL DURÃO BARROSO

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JOSÉ PEDRO AGUIAR BRANCO

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LUÍS MARQUES MENDES

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MÁRIO CENTENO

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PAULO PORTAS

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PEDRO SANTANA LOPES

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RUI MOREIRA

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RUI RIO

 

* Da lista não constam Leonor Beleza e Pedro Passos Coelho, que já se auto-excluíram de viva voz.

O que acham deles?

Pedro Correia, 09.05.24

Principais cabeças de lista partidários, em Portugal, às eleições europeias de 9 de Junho:

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                           António Tânger Correia (Chega)                     Catarina Martins (BE)

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                                     Joana Amaral Dias (ADN)                                 João Cotrim Figueiredo (IL)

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                               João Oliveira (CDU)                                                        Marta Temido (PS)

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                                          Rui Paupério (Livre)                                                Sebastião Bugalho (AD)

 

Há candidatos para todos os gostos.

Façam o favor de dizer o que pensam deles. E quais são as figuras da vossa preferência.

O que me ficou da campanha para as europeias

João Pedro Pimenta, 24.05.19

 

O Pedro Correia já revelou algumas das principais propostas dos partidos concorrentes, mas não resisto a um pequeno apanhado do que me ficou desta pobre campanha eleitoral

A campanha dos "grandes"


As melhores campanhas foram feitas por partidos em que não tenciono votar (e quase do espectro oposto um do outro). Dos grandes, achei que a da CDU cumpriu bem os seus propósitos com o seu eleitorado, sem grandes ataques pessoais e falando realmente de questões europeias.   João Ferreira tem uma imagem ambivalente do trintão a entrar no bar da moda conservando uma linguagem ortodoxa, mas é impossível negar-lhes competência e sobriedade. Desfia a cassete, mas fá-lo bem.

No Bloco, Marisa manteve-se genuína e muito activa, monopolizando toda a campanha do seu movimento, e bem: quando o resto do Bloco se lhe juntava, estragava tudo.

Nuno Melo passou o tempo a falar de Sócrates e muito pouco de Europa (gostava de saber o que ainda pensa do caso da Hungria, por exemplo), com uma postura de forcado que não deixou espaço a outros nomes da lista. Só Cristas falou ao lado dele, fora umas palavrinhas de Mota Soares.

Paulo Rangel conteve-se mais do que o costume, embora falando também demasiado do PS. Ainda assim, uma campanha menos feroz do que há cinco anos, mas menos substantiva do que há dez, quando então ainda era um pouco novidade para o grande público, como quando presidiu à primeira blogotúlia de que tenho memória (mas quem teve aulas com ele sabe como tem o dom da palavra).

Por fim, Pedro Marques. Como praticamente toda a gente reconheceu, revelou-se um candidato desastroso, quase escondido por António Costa, que ainda teve o desplante de atacar a entrada em campanha de Passos Coelho enquanto Pedro Silva Pereira, a sombra de José Sócrates e terceiro candidato da lista do PS, era estrategicamente escondido atrás da cortina. A propósito. alguém ouviu mais algum candidato da lista? A também ex-Ministra Leitão Marques, Zorrinho, ou qualquer outro que teria sido um melhor cabeça de lista?

A campanha dos "pequenos"

O seu liberalismo puro não é propriamente o meu campo, pelo que não terão o meu voto, mas preencheu um espaço vazia na partidocracia portuguesa. A Iniciativa Liberal teve de longe a campanha mais imaginativa e inteligente, sem nunca descer o nível.

Paulo Morais, pelo Nós, Cidadãos, teve menos impacto do que merecia. O discurso da corrupção é importante, mas gostava de ter ouvido melhor o que ele disse sobre questões ambientais (tendo em conta que o seu nº 2 é José Inácio Faria, eurodeputado do MPT).

Paulo Almeida Sande, do Aliança, uma boa surpresa, achei-o convincente e preparado, e não faria má figura no PE. O mesmo se diga de Rui Tavares, do Livre, já com experiência em Bruxelas, assim como Marinho e Pinto, mas este espero bem que fique de fora e que aquela coisa chamada PDR desapareça quanto antes; partidos unipessoais e demagógicos, não, por favor.

O Basta revelou-se a fraude que se supunha, quando André Ventura trocou um debate na RTP por conversas de bola na CMTV. Esta coligação de um cocktail de direitas parece quase uma resposta áqueloutro cocktail de esquerdas das legislativas de 2015, o Agir, com Joana Amaral Dias (a surgir despida e grávida na capa da revista Cristina), o Mas e o PTP. Aqui tínhamos o nóvel Chega, de Ventura, o histórico PPM, ainda que dividido (sim, há lá militantes suficientes para criar divisões, tal como no MPT, aliás, que à mercê disso nem se apresentou nesta eleição depois de há cinco anos ter eleito dois eurodeputados; Gonçalo Ribeiro Telles não teria certamente isto em mente quando os fundou), o Portugal pró Vida e o Democracia 21, que julgo não ser sequer um partido.

PNR, PTP, PAN e PURP poucas surpresas mostraram, para além das suas agendas habituais e de um certo folclore, sobretudo da parte dos reformados e dos trabalhistas (aqui aconselhava a decorarem melhor o teleponto)

Já o MRPP, agora órfão de Arnaldo Matos, nem por isso deixou de ser menos lunático, mas ao menos não escondeu ao que vinha: saída do Euro e mesmo da UE. Para quem há pouco tempo anunciava "Morte aos Traidores" não se podia esperar menos. Quanto ao MAS, na campanha televisiva o cabeça de lista fazia lembrar uma árvore de Natal, tal a profusão de cores, tranças e adereços ideológicos; as propostas eram ligeiramente mais contidas do que as do MRPP - 70% de impostos sobre as grandes fortunas, por exemplo.

Aposta de alto risco.

Luís Menezes Leitão, 20.07.17

O PSD, que tem andado completamente à nora nas autárquicas, fez duas escolhas absolutamente contraditórias. Em Lisboa escolheu Teresa Leal Coelho, que consegue cometer gaffes até no discurso de apresentação da candidatura. Acho que a melhor solução é a candidata ficar calada até ao fim da campanha. Pelos menos assim não perde mais votos.

 

Em Loures, pelo contrário, escolheu André Ventura, um comentador televisivo afecto ao Benfica, que deve ter sido escolhido por alguém ter pensado simplisticamente que há muitos benfiquistas em Loures que poderiam dar-lhe o seu voto. André Ventura é ambicioso e, ao contrário do que pode parecer, não comete gaffes, estando habituado a cavalgar a onda das polémicas, de onde espera colher dividendos. É assim que, por ter achado que isso lhe daria votos, não hesitou em agitar as águas na sua campanha eleitoral, fazendo o que tecnicamente se chama racial profiling, ou seja, generalizar a toda uma etnia características de alguns dos seus membros. 

 

Embora a sua ligação a Loures tenha passado apenas por residir no Parque das Nações, que anteriormente pertenceu ao concelho, André Ventura sabe perfeitamente que Loures é racialmente um barril de pólvora, com ódios acumulados que a esmagadora maioria das pessoas ignora. Há uns anos quase houve uma guerra civil na Quinta da Fonte entre a comunidade africana e a comunidade cigana. O candidato apostou por isso num discurso contra os ciganos em ordem a captar os votos dos que têm queixas deles. A jogada é altamente perigosa e nunca deveria ocorrer numa campanha eleitoral, mas é evidente que vai render votos, podendo mesmo Loures vir a ser a única vitória eleitoral de relevo do PSD a 1 de Outubro.

 

O problema é que a vitória de André Ventura pode ser um terramoto nos partidos de centro-direita. Assunção Cristas fugiu a correr da coligação com o PSD em Loures, mas muitos dos seus militantes estão com André Ventura. Recorde-se que o CDS dirigiu a câmara de Ponte de Lima que em 1993 mandou pura e simplesmente expulsar os ciganos do concelho, obrigando à intervenção do Provedor de Justiça. Se Cristas nem sequer conseguir ser eleita vereadora em Lisboa, o que não é de excluir face às sondagens, dificilmente a sua liderança sobreviverá. 

 

A situação de Passos Coelho não é muito melhor. Uma vitória em Loures não minimizará uma derrota no resto do país, e pode legitimar André Ventura a concorrer à liderança do PSD, como ele próprio já assumiu. Aliás, é manifesto que André Ventura já está em tirocínio para o efeito, como se vê pelo facto de responder directamente a António Costa, de forma muito mais contundente que alguma vez Passos fez. A estratégia de Passos de desvalorizar as autárquicas, hoje claramente assumida pelo seu novo líder parlamentar Hugo Soares, não parece que possa ser do agrado dos militantes. As autárquicas significam muitos lugares para o partido, que tenderá a recompensar quem os consegue obter.

 

Passos Coelho diz que está tranquilo com o apoio a André Ventura. Eu pessoalmente não estaria. O fenómeno Trump, que conseguiu engolir sozinho o partido republicano e ser eleito presidente, deveria levar os partidos políticos a compreender quais as consequências de apostar nas figuras televisivas e mediáticas como candidatos eleitorais. Quem chama a raposa para o galinheiro corre o risco de ficar sem as galinhas.

O léxico dos candidatos (8)

Pedro Correia, 16.01.16

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ADN

«Uma liderança de proximidade é o ADN de Maria de Belém, característica sintetizada no facto de ser considerada a ministra da saúde mais popular de sempre.»

ASSINATURA

«O percurso de Maria de Belém tem a assinatura da vontade de fazer, da maturidade para agir, da capacidade para preparar um Portugal mais justo e solidário.»

CANETA

«Da sua caneta de jurista saíram diplomas que ajudaram a construir o Estado Social depois do 25 de Abril.»

DIFERENÇA

«Maria de Belém é uma mulher que faz a diferença. Uma mulher de confiança.»

DISCRETA

«Discreta, mas determinada na defesa do Estado Social, Maria de Belém fez ouvir a sua voz além fronteiras enquanto presidente da Assembleia Mundial da Saúde ou como deputada na Assembleia Parlamentar do Conselho da Europa.»

HUMANISTA

«A mais nova de cinco irmãos de uma família do Porto demonstrou cedo a sua determinação e independência e uma leitura humanista da sociedade.»

LEMA

«"Razão e coração", o lema do então primeiro ministro António Guterres, foi aplicado exemplarmente por Maria de Belém na pasta da Saúde.»

MARCAS

«Firme nos valores, sensível para ouvir os outros, disponível para integrar a cada passo a ciência e o conhecimento na procura das melhores soluções, estas são marcas de uma mulher de causas sociais e políticas.»

PORTUGUESES

«Os portugueses conhecem-na.»

RETRATO

«Tem presente o retrato dos portugueses que escapa ao prime time mediático ou aos seminários.»

 

Deste texto publicado no sítio da candidatura de Maria de Belém

O léxico dos candidatos (7)

Pedro Correia, 15.01.16

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AQUI

«Agora, a democracia está a passar por aqui. Ela chama por todos nós, e chamou também por mim. E aqui estou: serei candidata à presidência da República.»

BAFIO

«Num Palácio de Belém que cheira a bafio vai ser preciso abrir as janelas para entrar ar fresco. É a força da democracia que as vai abrir. É a vossa força.»

CHANTAGEM

«A direita anda desesperada como nunca a tínhamos visto, os grandes interesses consideram-se em risco e, em conjunto, têm um projecto: onde cresce a esperança, espalham o medo; onde se forma a união, semeiam a chantagem; onde há sinais de mudança, tentam manter o status quo

CONSTITUIÇÃO

«Uma Presidente que ajude a meter a austeridade na gaveta, mas que tire da gaveta a Constituição.»

DUROS

«Os próximos tempos serão duros, temos de preparar-nos para isso. E uma forma de nos protegermos é garantir que temos na Presidência da República alguém que não dê cobertura aos ataques contra o país e contra a democracia.»

ELITES

«Candidato-me para ajudar a derrotar este projecto das elites. Porque a presidência da República, no nosso regime constitucional, é um dos centros nevrálgicos da definição do perfil do país que queremos. Não me candidato para fazer número, para animar a campanha ou para erguer a bandeira do partido.»

ESPERANÇA

«Candidato-me em nome da esperança de um país novo e justo.»

ESQUERDA

«Sou uma mulher de esquerda, assumo as minhas causas, e não tenciono fingir que sou neutra para conquistar simpatias. Não quero ser politicamente correcta, quero ser politicamente verdadeira.»

FUTURO

«Este é o tempo de dar as mãos e de agarrar 0 futuro, o tempo de perceber que a vida não tem de ser sinónimo de sofrimento.»

IATE

«Candidato-me partindo de uma premissa radical: é possível chegar à presidência sem a protecção do Espírito Santo. Nunca fui avençada do dito, em claro conflito de interesses com funções públicas na mesma área, e nunca festejei a passagem de ano no iate do Ricardo Salgado.»

MERCADOS

«Precisamos de uma Presidente de todos os portugueses e não de todos os mercados.»

MUNDO

«Já corri muito mundo, já vi muitas coisas que não queria ver, já escutei muitas palavras que não queria ter escutado.»

POVO

«É em nome deste povo que sofre, mas que resiste, que me candidato.»

REFRESCANTE

«Vivemos tempos exaltantes. São tempos de uma esperança muito refrescante. Esperança num país solidário, num país desenvolvido, num país soberano. Esperança num Portugal de que nos possamos orgulhar

SOMAR

«Esta candidatura vem para somar e não para subtrair, vem para agregar, vem para mobilizar.»

 

Do manifesto de Marisa Matias

Presidenciais (27)

Pedro Correia, 14.01.16

 

 

DEBATES: O MEU BALANÇO

 

Foram 21 debates televisivos a dois, em três canais. Acompanhei-os todos e nunca deixei de apontar um vencedor. Fica agora o balanço.


Paulo de Morais venceu cinco. Contra Belém, Marisa, EdgarNóvoa e Marcelo.

 

Marisa Matias venceu também cinco. Contra Nóvoa, Belém, MarceloNeto e Edgar.

 

Henrique Neto venceu outros cinco. Contra Edgar, Nóvoa, MarceloBelém e Morais.


Marcelo Rebelo de Sousa venceu três. Contra EdgarNóvoa e Belém.

 

Sampaio da Nóvoa venceu dois. Contra Edgar e Belém.

 

Edgar Silva venceu um. Contra Belém.

 

Maria de Belém não venceu nenhum.

 

O léxico dos candidatos (6)

Pedro Correia, 14.01.16

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ASSIM

«Aqui estou, sem qualquer apoio partidário nem financiamento de ninguém. Estou bem assim.»

COLECTIVO

«A Presidência da República é um órgão de soberania solitário, formalmente. Na prática, ser Presidente é o mais colectivo dos cargos políticos nacionais.»

CRIANÇAS

«Dirigentes nacionais e estrangeiros, uns eleitos, outros não, tratam-nos como crianças mal comportadas. Dizem-nos que temos de trabalhar mais sem haver trabalho, que ser reformado é um luxo para esquecer, que ser jovem é uma doença que passa no estrangeiro, que adoecer e procurar médicos onde eles estão é abusar do sistema, que as escolas são bem melhores quando são privadas, que as pessoas podem ir à falência mas os bancos não.»

DIFERENÇAS

«É possível começar de novo sem confrontos. Sem ajustes de contas. Com respeito pelas diferenças.»

HORIZONTE

«Os rostos que hoje se cruzam nas ruas do nosso país são muito diferentes dos que se viam nos mesmos locais em Abril de 1976. As pessoas andavam mais direitas, sorriam, havia esperança. Conseguimos muito desde então, mas parece que não somos mais felizes.  Perdemos horizonte, objectivos, rumo. Perdemos sobretudo a crença de que temos futuro e de que vai ser melhor.»

IMPULSO

«A Presidência da República pode ser o impulso para movimentos de gente cidadã, interessada e com muito a dizer sobre o destino colectivo. Movimentos que façam justiça à idade adulta da nossa democracia e ao exemplo que a nossa Constituição é, ainda hoje, para o mundo.»

INCENTIVO

«De cima, de onde vêm os exemplos, pode vir o incentivo para recomeçar de outra maneira.»

JUNTAS

«Acredito que pessoas simples podem fazer coisas extraordinárias – juntas

QUASE

«O Presidente representa todos. É eleito para isso, é esse o seu grande poder. Nunca se fará com todos, é verdade, mas com o apoio de muitos, o Presidente pode quase tudo.»

 

Do texto intitulado Porque Sou Candidato, de Cândido Ferreira

O léxico dos candidatos (5)

Pedro Correia, 12.01.16

 

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CORRUPÇÃO

«Desde sempre me interessei pela política, essa tal arte nobre que tem por finalidade a resolução dos problemas que afectam os cidadãos. E porque sempre vi nesses problemas o mal da corrupção a grassar e a minar o que poderia ser um espaço de desenvolvimento humano e social, procurei ao longo da minha vida denunciar, combater e actuar contra esse benefício de privados em detrimento do interesse de todos

DONATIVOS

«Ainda que a lei permita donativos até 25.560€ por doador, esta candidatura considera injustificável esta ordem de grandeza. Só aceitamos donativos até um máximo de 100 euros, pois só assim se garante total independência de acção da candidatura. Qualquer valor dentro desta margem - seja 10, 20, 50 ou 100 euros – é importante e essencial.»

ESTRELAS

«Ainda adolescente, queria ser astrónomo e isso levou-me a escolher a matemática como formação superior. Deste gosto inicial pelas estrelas - que acabou por se ficar apenas pelas observações nocturnas na varanda da casa de Viana do Castelo – veio assim um interesse que ficou para a vida.»

INDEPENDENTE

«Vamos financiar uma campanha sóbria, independente de financiamentos partidários e criteriosa nas suas opções de despesas.»

INICIATIVA

«Esta campanha presidencial é uma iniciativa cívica e cidadã que depende das contribuições de todos para se financiar.»

INTEGRIDADE

«A integridade e a verticalidade foram sempre princípios que valorizei.»

MATEMÁTICA

«Da minha apreciação da Matemática nasceu a motivação para o rigor dos números, pela identificação clara dos problemas, pela observação atenta dos mecanismos que estão na origem dos vários fenómenos sociais.»

PERCURSO

«O meu percurso de vida andou sempre nos caminhos do interesse público e do combate à corrupção.»

POUPANÇA

«Não serão gastos quaisquer valores em cartazes, telas, painéis exteriores, brindes e refeições. Os limites permitidos pela lei são exagerados e perdulários.»

TRANSPARÊNCIA

«Integrei a vereação municipal no Porto por quatro anos. Desta experiência, saiu reforçada a minha luta pela transparência na vida pública que quero levar ao mais alto cargo da nação.»

 

Da Carta de Apresentação e texto intitulado Donativos, de Paulo de Morais

O léxico dos candidatos (4)

Pedro Correia, 11.01.16

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ABRIL

«Como candidato ou como Presidente da República defenderei, intransigentemente, os ideais libertadores de Abril, a nossa Constituição da República e o regime democrático que ela consagra e projecta.»

AMARRAS

«Comprometo-me com a causa da libertação das amarras da pobreza, encarando-a como dever do Presidente da República, na imperiosa tarefa de intervenção na defesa dos direitos humanos, na promoção de uma sociedade democrática assente nos valores da dignidade humana, da Justiça Social e da responsabilidade colectiva.»

CIDADANIA

«Na Constituição da República, o Presidente da República não governa, mas não renuncia à sua cidadania e, muito menos, aos deveres de defesa do interesse nacional.»

COLECTIVO

«Esta candidatura é indissociável de um colectivo que a impulsiona e inseparável de uma memória viva, de uma longa história de resistência e de projecto.»

CONSTITUIÇÃO

«A exigência do cumprimento e respeito pela Constituição tornou-se um factor crucial na defesa do regime democrático, um referencial para qualquer política que se assuma como patriótica e de esquerda.»

DEMOCRACIA

«A alternativa à democracia existente é mais e melhor Democracia.»

LABORAL

«Comprometo-me a tudo fazer quanto à salvaguarda da “Constituição Laboral”, naquele que é o capítulo sobre os direitos, liberdades e garantias dos trabalhadores.»

NATUREZA

«Quem acolhe o grito da Natureza? Quem responde pelos danos humanos e ambientais, como o das aldeias sem vida, da desflorestação, dos fogos florestais, dos mares e dos rios poluídos, da destruição das fontes de água doce e dos obstáculos ao fundamental acesso à água potável e pública?»

OFENSIVA

«A degradação do regime democrático é inseparável de uma intensa e prolongada ofensiva contra os direitos económicos, sociais e culturais dos trabalhadores, e de uma persistente desvalorização do trabalho.»

PATRONATO

«Quando o grande patronato aumenta o seu poder sobre os trabalhadores, generalizam-se as formas de precariedade no trabalho, é brutal a violência do ataque aos direitos laborais, aumenta a exploração e a liquidação de direitos e conquistas - como se verifica em relação ao direito à contratação colectiva.»

POSSÍVEL

«Defendo que um outro Portugal é possível. Com uma economia mista que defenda os recursos e a produção nacional, o emprego, que promova a ciência e a tecnologia, que desenvolva e modernize as capacidades produtivas nacionais, que desenvolva a economia do mar e apoie os pescadores, apoie e incentive as micro, pequenas e médias empresas.»

RAPINA

«Existem práticas de exploração, de injustiças e de rapina, benefícios que só a alguns poucos aproveitam, formas de dominação em função do lucro, que são a raiz profunda da desordem.»

RETROCESSOS

«Existem em muitos aspectos da realidade presente desfiguramentos e retrocessos, e uma clara degradação do regime e da ética democráticas a que é necessário dar resposta.»

RUMO

«Esta é uma candidatura que afirma que há um outro rumo e uma outra política capazes de responder aos problemas de Portugal.»

RUPTURA

«A ruptura com a dependência e subordinação externas - nas suas variadas expressões, dimensões e domínios de política de Estado – constitui uma condição crucial para a afirmação da independência e soberania nacionais.»

 

Da declaração de candidatura de Edgar Silva

O léxico dos candidatos (3)

Pedro Correia, 16.12.15

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AFECTO

«Iniciamos neste preciso instante uma caminhada de cinco anos. Uma caminhada feita por Portugal, com independência, com sentido nacional, com espírito de convergência e com afecto.»

CATÓLICO

«Sou católico, influenciado pelo Vaticano II, concílio bem presente hoje no magistério do Papa Francisco.»

CONSTITUIÇÃO

«Honro-me de ter sido constituinte e de ter modestamente contribuído para a feitura da Constituição, antes mesmo de a ensinar aos meus estudantes.»

CONTROLO

«Presente na cena pública há mais de 40 anos poucos terão sido mais escrutinados, mais avaliados, mais sujeitos ao acompanhamento crítico. Sempre fiz questão de abrir a minha vida a esse controlo no que penso, no que faço, no que ganho, no que gasto, respondendo por tudo o que fiz, melhor ou pior.»

CRISE

«Estou consciente de como o estado do mundo e da Europa não deixam antever anos fáceis e de como Portugal tem de sair claramente de um clima de crise financeira, económica e social, pesada e injusta, que já durou tempo de mais.»

DESPRENDIMENTO

«Encaro o serviço da comunidade com o desprendimento exigido de quem não precisa de lugares, de promoções ou de popularidade.»

DEVER

«Foi para dizer que cumprirei o meu dever moral de pagar a Portugal o que Portugal me deu que aqui vim e aqui estou.»

DISTÂNCIA

«Sei, como um sem-número de portugueses, o que custa a distância e o que vale sermos uma pátria dispersa pelo mundo em que muitos dos nossos melhores tiveram de partir porque não encontravam entre nós condições para ficar.»

INDEPENDÊNCIA

«Recusei, fora da comunicação social, cargos empresariais para que fui convidado desde o começo da minha vida profissional trocando lugares e honorários por independência e liberdade crítica.»

INGOVERNABILIDADE

«Não há desenvolvimento, nem justiça, nem mais igualdade com governos a durarem seis meses ou um ano, com ingovernabilidade crónica e sem um horizonte que permita aos governados perceberem aquilo com que podem contar no quadro da composição parlamentar resultante daquilo que votam.»

JUSTIÇA

«O fim maior na política é o combate à pobreza, a luta contra as desigualdades, a afirmação da justiça social.»

PONTES

«Ninguém se salva sozinho. É preciso construir pontes e não criar ou manter fortalezas ou barreiras.»

SORRISO

«Os portugueses que têm penado tanto nestes anos de crise esperam de quem os represente o afecto de uma palavra, de um gesto, de uma solidariedade, de uma lágrima, de um sorriso.»

TOCADO

«Sou há 42 anos professor na universidade e gosto de o ser. Foi e é a vocação da minha vida, tendo sido tocado e tocando a vida de milhares de alunas e de alunos.»

 

Do discurso de apresentação da candidatura de Marcelo Rebelo de Sousa

O léxico dos candidatos (2)

Pedro Correia, 11.12.15

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ABORDAGEM

«Às forças políticas exige-se hoje uma nova abordagem da realidade nacional e internacional, mais inovadora e mais responsável.»

CAPAZ

«Não deixarei de lembrar a cada cidadão nacional, no País e no estrangeiro, que enquanto não fizer pelo seu país a parte que lhe cabe nunca saberemos do que Portugal é verdadeiramente capaz.»

CONFIANÇA

«Apesar da actual e difícil situação nacional e internacional, tenho confiança nos portugueses e nas qualidades históricas de que somos portadores.»

ENVOLVER

«É necessário envolver de forma mobilizadora os cidadãos e as instituições democráticas, o que é particularmente importante numa crise depressiva como a actual.»

ERROS

«A actual situação do País, uma das mais graves da sua história, deve-se a um conjunto de factores e dinâmicas internas e externas, mas em primeiro lugar aos erros duma má gestão política.»

EXEMPLO

«Para vencer a crise política e de valores que nos esmaga acredito na pedagogia do exemplo.»

INCIDÊNCIAS

«O País não pode continuar a girar à volta das incidências da política partidária ou das ambições particulares de algumas individualidades políticas.»

ILUSÃO

«Qualquer ideia de pequenos passos de mudança no funcionamento do nosso sistema político constitui uma ilusão que apenas serve para manter o essencial.»

LIMITE

«Se os portugueses me derem a sua confiança, utilizarei até ao limite os poderes constitucionais e promoverei as mudanças necessárias no funcionamento de uma democracia responsável e amplamente participada.»

MUDANÇA

«Com a legitimidade recebida dos portugueses pautarei a minha intervenção política por uma agenda de mudança, que apresentarei em pormenor ao longo da campanha, mas que os portugueses já conhecem das minhas intervenções públicas passadas.»

NENHUM

«Não serei parceiro nem oposição de nenhum governo.»

NOVA

«Aos cidadãos pede-se uma atitude mais exigente e não complacente relativamente ao jogo dos interesses ilegítimos, libertando a sociedade e a economia da promiscuidade entre a política e os negócios, através da transparência e do exercício dum escrutínio atento e activo. É neste quadro que falo de uma nova República.»

TRANSFORMAR

«Em dez anos é possível transformar profundamente Portugal num país de progresso, economicamente viável, orgulhoso do seu trajecto histórico e respeitado no plano internacional.»

UNIDADE

«É necessária a unidade na acção de todos os portugueses, o que não significa esquecer o passado recente e os seus responsáveis.»

 

Do manifesto A minha visão para Portugal, de Henrique Neto

O léxico dos candidatos (1)

Pedro Correia, 04.12.15

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ABRIL

«Este é o tempo do futuro. Não podemos aceitar retrocessos no caminho feito depois de Abril.»

AMORFISMO

«Lutarei contra o amorfismo, a indiferença, a resignação, a passividade, o conformismo e o pensamento único.»

ATENTO

«Estarei especialmente atento à celebração, no futuro, de compromissos que reduzam os poderes soberanos do nosso país.»

CONTEMPORANEIDADE

«Estarei atento à pluralidade e à diversidade, às diferentes maneiras de pensar e de estar na vida, sempre aberto à contemporaneidade e às grandes questões do nosso tempo.»

DAR

«Há momentos na vida em que precisamos de dar tudo. Esse momento é agora.»

DIFERENTE

«Farei uma campanha diferente, durante a qual me preocuparei sobretudo em ouvir e pensar com as pessoas, em conhecer as diferentes histórias que coexistem num mesmo tempo e num mesmo espaço.»

ENCONTRAR

«Temos de encontrar soluções para uma dívida que sufoca os Estados.»

EMIGRAÇÃO

«Não podemos aceitar a emigração da nossa juventude mais qualificada, da nossa ciência e do nosso conhecimento.»

ESCUTA

«Procurarei não ficar por um conhecimento superficial da realidade e inscrever um outro conhecimento da vida e do país real, através do encontro e da escuta.»

ESPERANÇA

«Esta é, tem que ser, novamente, a nossa hora, a hora de todas as mulheres e homens deste país, a hora de Portugal. Abriu-se o tempo da esperança.»

EXISTIR

«É preciso unir uma sociedade rasgada, juntando os portugueses, as portuguesas, numa luta comum, sem medo de existir.»

HUMANIDADE

«É preciso trazer a vida para dentro da política, com humanidade.»

IMPACIENTEMENTE

«Apoiarei sempre as iniciativas mais dinâmicas, as forças de inovação e de progresso que existem na sociedade portuguesa. Impacientemente.»

LEGADO

«Em tudo, procurarei honrar a confiança em mim depositada, dando continuidade ao legado dos mandatos dos Presidentes Ramalho Eanes, Mário Soares e Jorge Sampaio.»

PALAVRAS

«As palavras não são só palavras. São pessoas, são vidas, são passado e são futuro.»

PESSOAS

«É preciso que a política se faça com as pessoas, pelas pessoas, com sentido de Estado e de serviço público.»

PROPOR

«Tentarei antecipar os problemas, propor, agir para que se alcancem soluções sólidas e duradouras.»

SOLIDARIEDADE

«A minha magistratura será de solidariedade nacional.»

URGENTE

«É urgente reforçar a confiança da população na Administração Pública.»

VITALIZAR

«O Presidente da República ajuda a vitalizar e a aprofundar a democracia, como voz independente que ouve e dialoga com todas as pessoas.»

 

Da Carta de Princípios de António Sampaio da Nóvoa

Presidenciais (2)

Sérgio de Almeida Correia, 15.08.14

Faz agora três meses que o assunto começou a ganhar força. O pretexto foi o lançamento de um livro, devidamente enquadrado por uma entrevista à Sábado e, que me recorde, uma notícia do i. Entretanto, Santana Lopes também assomou fugazmente à varanda. No passado dia 12 de Agosto foi a vez do Público retomar o assunto. De mansinho, enquanto não disparam os nobres e as aves de capoeira, os presidenciáveis começam a ocupar os seus lugares.

António Guterres tem vários pontos a seu favor. Não é um arrivista, tem educação - coisa que muitos políticos no activo não têm -, apresenta pergaminhos académicos insusceptíveis de discussão nas primeiras páginas de alguns jornais que misturam assuntos sérios com o silicone que levou ao rompimento de noivados, possui experiência governativa, não fala com a boca cheia, não usa fatos castanhos, consegue comunicar em várias línguas, e, o que não é desprezível, sabe ler e escrever em português decente. Para além disso, é reconhecido fora de portas, mostra um currículo com uma vasta experiência internacional e os pergaminhos de uma carreira na ONU à frente de um cargo particularmente difícil e exigente como é o ACNUR. Acima de tudo, tal como Santana Lopes, é um homem sério, não constando que ande por aí a amealhar para a reforma e as peúgas com as acções que o primeiro vendedor de castanhas lhe ofereça.

Contra si pesa, ainda, a imagem que deixou quando bateu com a porta do Governo e do PS, após umas autárquicas pouco conseguidas, uma proximidade à Igreja Católica vista por alguns sectores como excessiva, para já não falar na dificuldade que tem em fazer contas complicadas com microfones à frente.

Todos sabemos que as funções presidenciais são bem diferentes das de um primeiro-ministro, e que o facto de um indivíduo não ter sido um excelente primeiro-ministro, com excepção de um caso conhecido, não o transforma num Presidente sofrível. Em especial se tiver um mínimo de bom senso, a noção de que a Terra é redonda e de que o Sol não gira à volta do Palácio de Belém.

Guterres tem boa imprensa - tal como Cavaco Silva no seu tempo e Passos Coelho ainda mantém -, mas para conseguir ser bem sucedido vai ter de se afastar da imagem que deixou no espírito de muitos portugueses de ser um "mole" demasiado palavroso. O ACNUR deu-lhe outra dimensão e mostrou que é um homem que não foge à luta, sendo capaz de compreender a dimensão do sofrimento humano. Quanto à segunda parte, se quiser fazer o caminho, vai ter de ser mais poupado nas palavras de cada vez que tiver de falar. 

Presidenciais (1)

Sérgio de Almeida Correia, 24.07.14

Pedro Santana Lopes, como qualquer pessoa normal, tem virtudes e defeitos. Considero que o seu governo foi um desastre, que nunca deveria ter aceitado a pasta nas condições em que Durão Barroso a passou; e para fazer um "jeito" ao seu partido, ao incumbente que estava de saída e, pensava ele, prestar um serviço a Portugal, enfiou-nos num buraco do qual só Jorge Sampaio nos tirou. Todos sabemos o que veio a seguir e que ainda hoje persiste, pelo que sobre esta última parte poderemos falar noutra altura.

Mas tirando esse episódio, e alguns outros menos conseguidos na Secretaria de Estado da Cultura ou na Câmara Municipal de Lisboa, o ex-primeiro ministro tem três características que eu aprecio em qualquer pessoa. Mais ainda num político. É inteligente, frontal e corajoso. É evidente que tudo isso junto não chega para fazer um bom líder ou um bom governante, menos ainda um bom Presidente, mas confesso que às meias-tintas, à dissimulação e sonsice de alguns que nunca se definem e vão mascando pastilhas, prefiro tipos como ele que se chegam à frente e dizem que estão presentes.

Ficamos todos a saber com o que contamos, as coisas ficam claras e os coelhos são obrigados a sair da toca para não levarem com o chumbo dentro dela.