Breves
Os podcasts plus do Observador são, sem excepção, um conteúdo de elevado valor acrescentado. O mais recente, sobre o estripador de Lisboa, é mais uma prova disso mesmo.
Depois de ouvir todos os episódios quase de seguida, tomei conhecimento de alguns detalhes do caso Pelicot que prendeu a atenção dos franceses e não só.
Nem todas as perversões chegarão ao conhecimento do público, mas no geral todas elas cabem dentro do conceito alargado do que designamos por “natureza humana”. Alguém que leia isto discordará, afirmando que tais tarados não são propriamente humanos. De facto, estarão muito longe do que podemos considerar como humanos exemplares, ou no mínimo normais, sendo que nunca foi definido o conceito de “ser humano normal”. Mas dentro da imensa amplitude das incríveis capacidades dos humanos, cabe o génio do científico nobelizado, do talentoso artista, do intrépido descobridor, do atleta olímpico, do líder aclamado, cabe igualmente a banalidade do cidadão dependente das rotinas, do funcionário servo da burocracia, do cuidador mais ou menos empenhado e, para terminar, cabe também o perverso tarado com dupla existência que pode acumular com qualquer uma das características acima descritas. Tudo isto pertence aos mistérios da natureza humana.