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Após a sua morte, e como é normal, muito se escreveu sobre Vasco Pulido Valente. E muito se partilhou, textos antigos, entrevistas antigas, etc. Mas que eu tenha visto - e que o google mostre - ninguém recordou o breve blog que criou em parceria com Constança Cunha e Sá, em plena era blogal (2006). Julgo, se a memória não me atraiçoa, que o encerraram no dia seguinte a terem passado a liderar as audiências blogais nacionais de então, medidas e muito seguidas na lista elaborada pelo contador sitemeter. Ultrapassando o muito lido Abrupto, de José Pacheco Pereira, que desde sempre encabeçara essa lista. Vivia eu em Maputo e ao ver aquilo ocorreu-me um enfastiado "ai, aquela Lisboa ...".
Enfim, não seja por esses meneios, que o tempo tudo apaga. E talvez até tivesse sido coincidência ... De facto, apenas vim lembrar o bloguista VPV. E, já agora, o blog ainda está disponível para quem o queira ver. É O Espectro.
Onde já vai o fim do Verão, diz esta chuva toda. Isso e este post do nosso Pedro, que tão certeiramente evidencia uma das bases que escoram a comunicação neste meio - um mesmo ímpeto de trocar ideias, comum a pessoas bem diferentes umas das outras - trazem-me ao prometido. E o prometido não pretende muito, só revisitar o que não parece distante, mas já o é: o início de uma década de diários em rede. A década, se calhar. Em vários casos, dirão com razão, um pouco mais. Páginas codificadas para registos frequentes e actualizáveis, emulando as de outros navegadores, sem pele nem papel. Weblogs, depois blogs. Hoje blogues, cá.
Uns dirão que lêem weblogs desde o tempo em que Pedro Couto e Santos abriu portas. Outros que obtiveram, por volta da Segunda Guerra no Iraque, no trabalho, no liceu ou na faculdade, mesmo em casa, acesso limitado à world wide web. Muito cabo telefónico se enrodilhou por onde passámos nessa altura, livra. Sabemos, isso sim, que a massificação só teve hipótese depois do boom na disseminação da tecnologia ADSL, com início em 2002. A par e passo, com a crescente familiarização com o hipertexto e mais ou menos netiqueta, procuraram-se pontos comuns sobre os quais falar. Pelo que ouço vários leitores e bloggers da primeira hora (blogueadores, dizia-se então) a genealogia desta adesão remontará a duas moradas: o Pastilhas (desativado, v.Memória Virtual), fórum gerado por Miguel Esteves Cardoso e alfobre de muitos dos que entretanto foram assentando praça (Carlos Carapinha lembrou-os aqui); pouco depois, a A Coluna Infame, (v.Memória Virtual) obra de João Pereira Coutinho, Pedro Lomba e Pedro Mexia.
Eu estava a acabar a licenciatura, preocupada com o estágio, por isso cheguei aqui um pouco depois, lá por 2003. Adiante conto melhor.
Aos interessados em Arqueoblogia:
o incrível depósito que é a Way Back Machine ou, no caso português, o (in)estimável trabalho de Leonel Vicente, são bons pontos de partida para chegar a algumas fontes, mesmo considerando esta nova realidade.
Escrevo em blogs há uma década. Nisto são dez anos de verborreia. Agora juntei um conjunto dos postais de que ainda gosto e agreguei-os num calhamaço. A alguns modifiquei, ligeiramente. Agrupei-os sob temáticas: Moçambique; Portugal; Cooperação (Ajuda Pública ao Desenvolvimento); Lusofonia (e Acordo Ortográfico); Algures; Bloguismo; Sporting; Baby blogging; jpt (memórias). Sei que é um bocado chato vir aqui ao Delito publicitar textos meus colocados noutro local. Mas arranjo desculpa no facto de estar a deixar ligações a textos sobre Moçambique, cerca de 70. Pode ser que neste universo de leitores se encontrem alguns interessados no país.
A esta última colecção coloquei-a acessível em duas redes sociais: a) "ma-schamba" no Facebook; b) "ma-schamba" na rede Academia.
A querida Eugénia Tão Balalão faz-nos aqui um convite - a mim e à Gui - que é assim mais ou menos a quadratura do círculo. Mas ela, que é sabida e já viveu muitas vidas, sabe bem que não há nada mais irresistível do que uma boa utopia. E esta é de luxo. Definir o amor... O AMOR? Ó valha-nos Deus. Ó valham-nos todos os deuses do Olimpo e arredores, os maiores, os menores e os que só trabalham em anos bissextos. O que eu queria mesmo, mesmo, era que nunca ninguém tivesse lido o Caeiro, para fazer um brilharete com esta tirada como se fosse minha: Quem ama nunca sabe o que ama. Nem sabe por que ama. Nem o que é amar. Amar é a eterna inocência. E a única inocência é não pensar. Mas não pode ser. Cheira-me que alguém já conhece isto e logo eu, que às vezes ando atrás de plagiadores, havia de dar-me mal com a gracinha.
Enfim, vai ter de ser sem rede. Noblesse delituosa oblige. Resta-nos arregaçar as mangas da alma até Almeida e atirarmo-nos de cabeça (de cão?) ao desafio. Vamos a isso, Gui?
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