O aeromorto de Beja vai crescer não sei quantos e tal por cento
As estimativas elaboradas pelo governo de Sócrates pecaram sempre por defeito. No caso do aeromorto de Beja, o número de passageiros previsto para 2009 era de 178.000 (cento e setenta e oito mil). Imagino-os, aos irresponsáveis pelos estudo de viabilidade, a discutir, noite dentro, o modelo de previsão e os seus resultados. 100.000 (cem mil) terá dito um. 200.000 (duzentos mil) terá gritado outro. Nem pensar, são 180.000 (cento e oitenta mil) ter-se-á indignado um terceiro. E depois, a decisão política do próprio Sócrates, tomada entre colunas de fumo mal dormidas: Na, na, na, isso são números muito redondos, próprios de tecnocratas, ponham lá 178.000 (cento e setenta e oito mil). O número real, entre 22 de Maio e 31 de Julho deste ano, foi de 164 passageiros (cento e sessenta e quatro; uma centena, seis dezenas e quatro unidades). É um defeito de previsão do caraças. É um buraco onde cabem 10 milhões (dez milhões) de portugueses e ainda sobra espaço para o Jardim fazer um comício e dançar o bailinho. Mas, nem tudo são más notícias. É possível que entre Outubro e Novembro aterrem no aeroporto 1.200 (mil e duzentos) passageiros. Isto é, em média, 19,67 passageiros por dia, se incluirmos o feriado de 5 de Outubro e o dia de finados. Eu, que não sei fazer contas, digo que será um crescimento de não sei quantos e tal por cento face aos meses anteriores, o que é de facto extraordinário. Mas, nem tudo são rosas. Algo me diz que os números são de tal maneira impressionantes que é praticamente impossível manter este brutal ritmo de crescimento durante muito tempo.