A final
“O rei David disse: «Chamem-me o sumo-sacerdote Sadoque, o profeta Natan, e Benaías, filho de Joiadá.» Eles vieram então à presença do rei. Disse-lhes o rei: «Tomai convosco os servos de vosso senhor; fazei montar o meu filho Salomão na minha própria mula e fazei-o descer a Guion. Ali será ungido pelo o sacerdote Sadoc e pelo profeta Natan como rei de Israel; vós tocareis a trombeta e exclamareis: «Viva o rei Salomão.» Vós subireis após ele; ele virá sentar-se no meu trono e reinará depois de mim; é a ele que eu estabeleço para ser chefe sobre Israel e Judá.”
Primeiro Livro dos Reis, 1:32-35
Esta passagem bíblica inspirou Haendel na sua peça Zadok the Priest (Sadoque o sumo-sacerdote), que é um dos seus hinos de coroação. Desde 1727, ano da coroação do Rei Jorge II de Inglaterra, que é entoado nas coroações de todos os monarcas britânicos. E voltou a ser ouvido em 2023 na coroação do Rei Carlos.
Em 1992, a UEFA encomendou ao compositor britânico Tony Britten uma peça musical para a qual os jogadores alinhariam antes do jogo, tal e qual como acontece nos jogos internacionais de selecções. Tony Britten inspirou-se em Haendel, e no seu Zadok the Priest para o hino da Champions League. A adaptação, rearranjo, ou recriação, de Britten é bem conhecida de todos.
Os juvenis da equipa de futebol da minha terra ouvem-no no balneário a partir de um telemóvel no volume máximo antes de cada jogo.
E hoje às 20:00, a partir do estádio do Wembley em Inglaterra, o hino da Champions League vai ser novamente entoado e ouvido por milhões de pessoas em todo o mundo. Algures, como que ocultos por entre os acordes, lá estarão os reis David e Salomão, o sumo-sacerdote Sadoque, o génio de Haendel e a mestria de Tony Britten.