Da faca e do alguidar
2007
Sinopse:
Manuel Maria Carrilho testemunha sobre os meandros de uma campanha eleitoral que, com as suas inverdades, configuram um verdadeiro "arrastão político" exemplar no Portugal democrático.
2013
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2007
Sinopse:
Manuel Maria Carrilho testemunha sobre os meandros de uma campanha eleitoral que, com as suas inverdades, configuram um verdadeiro "arrastão político" exemplar no Portugal democrático.
2013
Ouvi contar, já não sei onde nem a quem, a história de uma mulher que saía todos os dias de casa para dar um passeio de táxi pelas ruas mais movimentadas de uma certa cidade. Ao taxista, sempre o mesmo quando não calhava estar estar de férias ou impedido por qualquer moléstia, afazer ou indisposição, caso em que ele próprio assegurava a substituição, pedia que circulasse devagar. Impondo calma à urgência do trânsito. Enquanto a viatura se distraía do ritmo urbano, a mulher, em pose majestática, sorria para todos os transeuntes, acenando-lhes com a mão aberta em suaves movimentos, tão laterais quanto abrangentes. Nos cerca de 30 minutos que durava cada viagem, mantinha-se em silêncio. Mas nunca parava de sorrir e de acenar, perante o espanto ou a indiferença daqueles com quem se cruzavam. No final da corrida, chamemos-lhe assim ainda que saibamos já que dificilmente a designação ficará bem a um percurso feito a tão baixa velocidade, pagava e regressava à sua casa real, modesta e frugal, levando para lá da porta a sua pose impassível, alheia a tudo. Dirão que esta é, obviamente, a crónica de uma falsa majestade. Respondo que o ponto essencial não é esse. Realmente, a pergunta a fazer é aquela sobre a existência de verdadeiras histórias de princesas.