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Delito de Opinião

Hoje é dia de

Maria Dulce Fernandes, 21.01.23

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Hoje é O Dia do Abraço

«O Dia Nacional do Abraço foi criado em 1986. A palavra “abraço” vem do Latim amplexus, que significa “ao redor” e plectere, que significa “dobrar, entrelaçar”. No português, abraço derivou de braço (bracchium em latim).

A generalização de abraços nos últimos anos tem sido consequência da abertura de mentalidades nas sociedades contemporâneas. Abraçar alguém em público tornou-se algo banal, quando noutras épocas era considerado comportamento indecente ou imoral.

Abraçamos para cumprimentar amigos e familiares, para nos despedir ou para felicitar alguém. Para consolar ou apoiar. Abraçamo-nos em recintos desportivos e salas de espectáculos. E também como demonstração de amizade ou amor. Um abraço é bom.»

Gosto de conversar com toda a gente, mas nunca fui adepta de tocar. E não tem nada a ver com pandemias e afins. Nem beijinhos, nem abracinhos, nem festinhas... abri excepção para as filhas e para os netos. Entendo que por vezes é necessário ajudar e que o calor humano é fundamental, por isso lá vou enlaçando pontual e excepcionalmente aqui e ali, conforme a necessidade se apresenta.

 

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Hoje assinala-se O Dia da Avó

«O Dia da Avó e do Avô são assinalados em Janeiro com escassos dias de diferença. Isto constitui uma prova de carinho pelas gerações mais velhas. O Dia da Avó foi criado na Polónia pela revista “Kobieta I Życie”, em 1964. Começou a ganhar popularidade no ano seguinte.

Não há tradições particulares associadas à data, excepto a possibilidade de passar o dia com as avós. Cada avó tem, em média, três netos — muitas oportunidades para abraços, presentes e cartões. Mais importante do que qualquer prenda é mostrar carinho.»

Se ser mãe é o melhor que a vida nos dá, calculem o que é ser Avó. Não há palavras. Toda as avós que conheço se derretem pelos netos, ao ponto de fazerem o impensável, como loucas guerras de borrifadores na cozinha em dias quentes de Verão.

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Hoje é O Dia do Esquilo

«Em 2001, uma especialista em reabilitação da vida selvagem, Christy Hargrove, instituiu o Dia Nacional do Esquilo para encorajar atitudes gentis em relação a estes roedores de cauda espessa.

A existência de esquilos é benéfica para o meio ambiente e, em áreas urbanas, auxilia no embelezamento dos parques. Além disso os esquilos plantam sementes (ao armazenarem nozes) que podem transformar-se em árvores, contribuindo para a renovação de bosques e florestas.  

A existência de grandes parques nas cidades é fundamental para proporcionar um habitat ideal para os nossos amigos esquilos viverem e prosperarem.»

Familiarizei-me com o Tico e com o Teco que, além de serem os neurónios mais evoluídos que tenho, são também os esquilos que fazem a vida negra ao Pato Donald em muitos apontamentos animados sem palavras, que por isso mesmo, são entendidos por todos, miúdos e graúdos, em todo o mundo. Apoio a protecção aos esquilos. É importante, pois torna o Pato Donald um sujeito humilde, que apesar de ser mundialmente conhecido e de ter inclusivamente entrado em longas-metragens, veste a mesma roupa desde que o conheço. E nem ele nem a Margarida ostentam calcantes com solas vermelhas.

   (Imagens Google)

Hoje é dia de

Maria Dulce Fernandes, 26.07.22

Dia Mundial dos Avós

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"Em Portugal, o Dia dos Avós celebra-se com actividades diversas. Netos e filhos presenteiam os seus avós, agradecendo-lhes o apoio e a dedicação à família e mostrando o quanto são importantes para toda a família.

Em 2021, o Papa Francisco instituiu na Igreja o Dia Mundial dos Avós e Idosos. A data deverá ser comemorada todos os anos em dia próximo ao dia 26 de Julho. Para o 2.º Dia Mundial dos Avós e dos Idosos, que este ano foi comemorado em 24 de Julho, o Papa escolheu o tema "Dão fruto mesmo na velhice".

Foi uma senhora chamada Ana Elisa Couto (1926-2007), conhecida como Dona Aninhas, quem reivindicou a instituição de uma data que valorizasse a figura dos avós.

Natural de Penafiel e avó de seis netos, tentou durante quase 20 anos que a comemoração fosse reconhecida. A data escolhida foi 26 de Julho, por este ser o dia de Santa Ana e São Joaquim, pais de Maria e avós de Jesus Cristo."

Diz-se que os avós são pais duas vezes. Não tenho como contrariar o dito, porque na realidade criamos os filhos e ajudamos a criar os netos como se fossem filhos ou mais ainda. Como alguém pode ser mais do que filho? Fácil. Nascem naquela altura da vida em que nós, os avós, já alcançámos alguma estabilidade, emocional, física e principalmente financeira. Com os filhos "homens feitos" e a vida organizada, o meio vazio da afectividade que se vêm instalando nos últimos tempos fica totalmente preenchido pelos pirralhos, com os quais fazemos coisas que nunca fizemos com os filhos e a quem estragamos inqualificavelmente. A minha neta mais velha tem 7 anos e é uma inteligência. Todos os dias me maravilha com novas e espectaculares tiradas de oratória que não lembram ao diabo: "Avó, essa maquilhagem não é própria para o teu tom de pele." "E sabes isso porquê?" "Porque a tua pele é muito branca, ficas com a cara mais escura e quem olha para ti vê logo que é falso. Precisas de usar cores mais subtis." E é assim. Quando o meu neto crescer, malandro como é, só posso imaginar.

 

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Hoje assinala-se o Dia do Esperanto

Esta data marca o início do esperanto. A 26 de Julho de 1887 foi lançado o primeiro livro sobre o esperanto, apresentando a pronúncia, as regras gramaticais e o vocabulário desta linguagem.

O esperanto foi criado pelo oftalmologista e filósofo polaco Ludwik Lejzer Zamenhof (1859-1917) para ser língua universal, acabando mesmo por se tornar na língua artificial mais falada no mundo.

Zamenhof acreditava que poderia pôr fim aos litígios entre os povos se estes falassem a mesma língua. Assim, criou esta linguagem auxiliar neutra. Abalado pelas guerras mundiais, o esperanto ganhou novo fôlego em 1954, quando a ONU o reconheceu como língua.

Nos anos 90 foi impulsionado pela internet, massificando-se a sua utilização. Hoje acredita-se que existem 10 milhões de falantes não fluentes e 2 milhões de falantes fluentes desta língua auxiliar."

O meu Tio Marcelino falava esperanto. Apesar de ter uma sonoridade familiar, nunca percebi muito bem a língua. Quem a conhece a fundo diz que deveria ser ensinada nas escolas devido à sua universalidade, mas sou muito céptica a esse respeito.

(Imagens Google)

Conversas em família (1)

Maria Dulce Fernandes, 01.08.20

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Primeiro veio a desilusão. A ideia acalentada da piscina na cozinha não era de todo exequível e fora substituída por dois borrifadores meios de água. Acatou e adaptou-se, com aquele dom tão cândido que os pequenos possuem, para lidar com as questões existenciais. Borrifo, portanto existo, é quase tão bom como chapinho, portanto existo, e ainda posso dar uma abada na avó.


E foi assim que começaram as hostilidades ao som do jingle do Intermarché. Entre risos, borrifos e escorregadelas passámos vinte minutos deliciosos e acabámos que nem uns pintos, cansadas mas satisfeitas. Roupa enxuta, waffles com agave e uma caneca de leite, bem enroscada e com um sorriso de orelha a orelha, pediu-me para ir buscar a lata velha e lhe contar as histórias dos retratos, principalmente aqueles em que eu estou em bebé ou criança novinha. Calculo-lhe o espanto e a confusão e sorrio, tentando explicar cada foto o mais descomplicado possível, de modo que lhe seja possível entender a evolução que resultou na pessoa  que ela conhece desde sempre, mas não se produziu do éter na forma em que hoje se apresenta. A avó, como todas as pessoas que conheces, já foi bebé. Mais pequenas do que o mano? Muitas delas sim! Ri-se divertida à ideia de eu, o avô, a mãe e o pai termos usado fraldas. Antigamente eram de pano. De pano!? Sim, fechavam-se à altura da barriga com alfinetes de ama e usavam-se com uma cuequinha de plástico por cima para conter os molhados. E depois, jogavam-se fora, os panos? Não! Sabes o que quer dizer descartável? É que se pode deitar fora? É isso mesmo. Mas antigamente não havia descartáveis. As garrafas devolviam-se, as latas lavavam-se e davam-se ao funileiro. Não havia sacos de plástico, por exemplo, a avó velhinha ia às compras com uma alcofa. De bebé? Não neta, de palha. Era a alcofa de ir à praça.


Tínhamos frigorífico, fogão, esquentador, televisão, telefone e aquecedores a gás. E mais nada.
Nada de máquinas de lavar, secar, microondas, computadores, tablets, telefones… sei lá.


Olha as fraldas, por exemplo, eram lavadas num tanque com sabão azul e branco ou sabão Clarim, que é meio amarelado. O que é um tanque? É para peixes? Também há tanques para peixes, mas estes eram tanques da roupa. Todas as casas tinham um tanque de cimento para lavar à mão, isto muito antes das máquinas de lavar. Enchia-se com água, punha-se lá a roupa, ensaboava-se e esfregava-se na “tábua" que neste caso era de pedra. E porque é que nas casas já não há tanques? Porque deixaram de ser funcionais e eram muito grandes e pesados.


Sabes, avó, tenho pena que já não tenhas um tanque em casa. Punha-se na cozinha, enchia-se com água e fazíamos uma mini-piscina. Havia de ser muito giro, havia.

 

Imagem do Google