Voxelência, com vénia, costa da mão sobre os rins e espirais desenhadas com o indicador
Mais do que um sítio de respeito, Portugal é o país do “respeitinho”.
António Costa, inquirido pelos jornalistas pela falta de diálogo com o Presidente da Câmara Carlos Moedas, durante as cheias dos últimos dias, fugiu ao assunto. À saída da sala, talvez julgando que os gravadores já estivessem desligados, mandou a boca “Posso-lhe perguntar porque é que ele não me contactou a mim, que tive a casa inundada”.
Pode parecer um inocente dislate, mas mostra bem em que mundo é que estes alegados defensores dos princípios republicanos, funcionam. Trata-se de gente de outra condição, como se de uma aristocracia do antigo regime se tratasse, que merece a deferência do tratamento excepcional e mesmo durante uma chamada telefónica, a vénia ou a continência, ou ambas, caem sempre bem.
Ontem postei sobre a arrogância de António Costa, hoje é sobre a sua sobranceria. Ele recomenda que nos habituemos a isto, mas isto é um indicador de insalubridade democrática. E até de falta de educação.