Andrija dnevnik putovange, dan 2
Madrugada fora num Bar de Ljubljana as conversas foram-se sucedendo. É giro como nestes lugares onde as mais diferentes culturas desaguam os idiomas nunca são um problema. O Milos, nativo boémio da cidade que me acolhia, dava asas à sabedoria sólida de quem já ia para além dos sessenta. Sobre Portugal dizia que tem exactamente os mesmos complexos que a Eslovénia. Dizia, certeiro, que quando vamos a Paris nenhum francês nos pergunta se gostámos da cidade ou do País, ao contrário do que acontece em Lisboa ou Ljubljana. Uma questão de egos ou será que é a natural hospitalidade que caracteriza os portugueses e os eslovenos?
Das mulheres dizia serem a salvação do mundo e a única hipótese de este se safar. No fundo é tudo uma questão de eggs, hipóteses de procriar. Os homens têm milhares de milhões enquanto as mulheres vivem em media 450 ciclos férteis. Como tal as mulheres são mais cerebrais e protectoras da vida e dos projectos onde se envolvem, em contraponto com os homens que, dada a abundância, perdem o tino e acham sempre que o céu é o limite perdendo-se em batalhas e guerras estéreis que têm marcado e manchado a história. Mulheres ao poder? Por este motivo?
Zagreb fez-me lembrar Havana. Uma cidade de edifícios deslumbrantes mas na sua maioria bastante degradados. No entanto, ao contrário da capital cubana, em Zagreb já se nota um esforço de recuperação do parque edificado. Ao ritmo patente, alguns anos mais e dará cartas, merecidamente, entre as mais concorridas cidades europeias.