Com a capacidade de análise que o caracteriza, Vasco Pulido Valente escreveu que Santana Lopes, que "presidiu ao mais desastroso governo constitucional pretende agora levar uma facção de anónimos a uma nova derrota". Essa derrota começou hoje. Ninguém consegue entender no eleitorado que alguém que saiu em ruptura com o seu partido para formar um novo partido, pretenda agora coligar-se com o seu velho partido. Pode ser uma estratégia política de alto gabarito, bem ao estilo de Santana Lopes, mas a sua compreensão não está ao alcance do comum dos mortais, que são aqueles que votam nas eleições.
Na verdade, Santana Lopes pretende replicar à direita o trajecto de Lopes Cardoso à esquerda. Primeiro saiu do PS, depois criou a UEDS, depois a sua UEDS fez uma coligação com o PS e finalmente voltou a aderir ao PS.
Se é este o objectivo do novo partido, mais vale encerrá-lo já, que se poupa tempo. Tudo isto é muito velho e muito previsível. E, sinceramente, não faz falta nenhuma ao centro-direita.
Pela segunda vez o PS vai agradecer a maioria absoluta que lhe proporcionou. Merece desde já ser feito militante honorário, uma vez que faz mais pelo resultado eleitoral do partido do que qualquer líder do PS.