Já aqui tinha referido os cálculos à volta de Belém e as suas ramificações no PSD. O jornal Expresso pega hoje no assunto. Seguramente por coincidência, no pior momento de popularidade de Aníbal Cavaco Silva, eis que surge Alexandre Relvas a liderar uma iniciativa que, objectivamente, procura desviar as ambições de um eventual candidato a Belém para um alvo diferente, i.e. a liderança do PSD...
O argumento de que Pedro Passos Coelho daria um "apoio necessário" e não um "apoio efectivo e verdadeiramente mobilizado" à (re)candidatura presidencial de Cavaco Silva é treta, pura e dura. O argumento não tem pés nem cabeça. Sejamos claros: alguém consegue imaginar o que é que Passos Coelho teria a ganhar em fragilizar a candidatura presidencial de Cavaco Silva?
A verdade é que não interessa quem é o líder do PSD. Seja quem for, se quiser e se não houver melhor alternativa, Cavaco Silva será sempre o candidato apoiado pelo partido. O que varia na equação é a existência, ou não, de uma alternativa. É por isso que é importante que Relvas apareça agora a [1] sinalizar a Marcelo Rebelo de Sousa que Cavaco Silva pretende recandidatar-se e [2] a desviar as suas atenções para o PSD. O resto é música de embalar...