Os Adetos do Manchester United
Francamente não sei o que será pior. Se a partida do Rúben Amorim (e do Hugo Viana) para Manchester, se o imbecil e "lusófono" AO90.
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Francamente não sei o que será pior. Se a partida do Rúben Amorim (e do Hugo Viana) para Manchester, se o imbecil e "lusófono" AO90.
Passo pela livraria Martins, em Lisboa, e capto esta imagem. Capas de oito livros de autores contemporâneos, com duas características comuns: todos são portugueses, todos escrevem sem recurso ao famigerado aborto ortográfico que transformou as regras anteriores no caos actual - que o digm os professores, incapazes de impor norma alguma num cenário de inúmeras "facultatividades", duplas grafias e supressão generalizada de consoantes, quer sejam supostamente mudas, quer sejam bem articuladas. Depois do cê de "contacto" ter ido às malvas, o de "corrupção" vai pelo mesmo caminho - como nos têm narrado Nuno Pacheco e Francisco Valada, entre outros resistentes da luta contra esta aberração.
Longe de serem os únicos, como a foto documenta. Afonso Cruz (A Boneca de Kokoschka), Carmen Garcia (Tudo o que Ouço é Coração), David Machado (Debaixo da Pele), Frederico Pedreira (Sonata Para Surdos), João Tordo (Biografia Involuntária dos Amantes), Lídia Jorge (O Dia dos Prodígios), Margarida Fonseca Santos (De Nome, Esperança) e Tiago Rebelo (O Tempo dos Amores Perfeitos) também resistem.
Oito. Mas podiam ser oitenta. Ou oitocentos. Podiam ser até antigos defensores assumidos do impropriamente chamado "acordo ortográfico", como o jornalista e ensaista brasileiro Sérgio Rodrigues, que numa excelente entrevista ao Expresso (conduzida por Christiana Martins) reconhece ter mudado de posição. Agora diz claramente, sem papas na língua: «O acordo ortográfico não fez nada ou muito pouco no sentido de nos aproximar. Acho até que teve alguns efeitos colaterais indesejados de nos afastar, por resistências a questões que o acordo tentou resolver e não foi muito hábil. (...) Fez mais mal do que bem, na verdade. E talvez não haja mesmo nada a fazer, a não ser cada um seguir o seu caminho.»
Felicito-o por exprimir hoje a convicção que muitos já tínhamos desde o primeiro dia. Mais uma voz a juntar-se a nós.
Certos leitores que pretendem fazer ironia com as orthographias antigas da língua portuguesa -- às vezes referindo-se a autores que publicaram há pouco mais de cem anos -- estão, no fundo, a produzir argumentos contra o "acordo ortográfico" e não a favor. Ao contrário do que supunham.
É incompreensível que um inglês leia Walter Scott ou Oscar Wilde na grafia original, o mesmo sucedendo a um francês em relação a Balzac ou Zola, um espanhol em relação a Pérez Galdós e um norte-americano em relação a Mark Twain, enquanto as obras de um Camilo ou um Eça de Queiroz já foram impressas em quatro diferentes grafias do nosso idioma.
As sucessivas reformas da ortografia portuguesa são um péssimo exemplo de intromissão do poder político numa área que devia ser reservada à comunidade científica.
Cada mudança de regime produziu uma "reforma ortográfica" em Portugal. Para efeitos que nada tinham a ver com o amor à língua portuguesa, antes pelo contrário.
Cada "reforma" foi-nos afastando da raiz original da palavra, ao contrário do que sucedeu com a esmagadora maioria das línguas europeias -- como o inglês, o francês, o alemão e em certa medida o espanhol. A pior de todas essas reformas foi a de 1990 que separa famílias lexicais, produzindo aberrações como «os egiptólogos que trabalham no Egito [sic] são quase todos egípcios», «sofre de epilepsia, é epilético [sic]» ou «uma característica dos portugueses é terem forte caráter [sic].»
Esta ruptura com a etimologia ocorre, convém sublinhar, num momento em que nunca foi tão generalizada a aprendizagem de línguas estrangeiras entre nós.
Assim, enquanto os políticos de turno pretendem impor a grafia "ator"[sic] à palavra actor, os portugueses continuarão a aprender "actor" em inglês, "acteur" em francês, "actor" em castelhano e "akteur" em alemão.
Não adianta deitar fora a etimologia pela porta: ela regressa sempre pela janela. Através de idiomas nunca sujeitos aos tratos de polé de "acordos ortográficos" destinados a produzir legiões de analfabetos funcionais.
Nervo, revista de poesia
Em tempos muito bloguei contra o AO90 - tinha então a cândida esperança de que a intelectualidade portuguesa empurrasse o poder político até uma consciência de si mesmo. E, nisso, do espúrio anacronismo do ideário imperial que motivou o Acordo Ortográfico. E, ainda, para os mais iluminados, dos seus efeitos negativos na capacidade dos portugueses se fazerem entender entre os outros falantes da língua. Enfim, o Acordo Ortográfico não é, nem de perto nem de longe, o fenómeno mais gravoso deste regime (e muita da argumentação que lhe era e é avessa, de tom escatológico e grandiloquente, é até contraproducente). Mas será o facto mais facilmente ilustrativo da incompetência intelectual, inércia executiva e, acima de tudo, falta de visão ("estratégia de desenvolvimento", "projecto", "desígnio", termo a escolher consoante o ideário do locutor) sobre o país que habitam na mole de políticos portugueses deste regime.
Agora que o Pedro Correia (re)apresenta a série Acordo Burrográfico, lembrei-me de um dos (inúmeros) casos diante do "acordês", e que me serviu para um carinhoso pois paternal postal, há já uma década. Eu sei que posso parecer (e ainda hoje) um pai coruja, mas ainda assim pergunto-me: se a minha querida filha, aos seus 9 anos, já tinha aquela compreensão, como é possível que os insignes e ilustres Professores que ascendem às mais altas posições do Estado não o entendam? Desiludam-se os que nisso vêem (atrapalhadas) razões de política externa, como o trôpego historial internacional deste AO90 pode deixar entender. Pois, de facto, toda esta continuidade "acordista" apenas se deve a ininteligência, mediocridade individual. Deles próprios, e daqueles que os içam a tais palanques.
Enfim aqui replico o tal postal de 27.3.2012:
Esta semana terminou o segundo período de aulas do ensino português. Estive a corrigir o teste de matemática com a minha filha (9 anos, 5º ano). Num dos problemas estava questionada a "semirreta". Brincando li "semirrêta". A Carolina, que sabe destas minhas embirrações, mas ainda não tem idade para perceber que estas são mais com os admiradores serôdios do Acto Colonial, sonhando-lhe avatares, veros sobrinhos-netos de Salazar e netos de António Sérgio, mas sem o brilho dos antepassados, corrigiu-me com uma "semirréta". "Eu sei", confirmei, "estou a brincar!".
Ao que ela, certeira, e boa aluna, me respondeu: "a professora de português disse que o acordo ortográfico não muda a maneira de falar". Ao que eu lhe ripostei "e como aprendes tu a falar?". "A ler?!", percebeu ela. Aos nove anos.
O "acordo ortográfico" fomentou o analfabetismo funcional dos portugueses, levando-os a suprimir consoantes de toda a espécie - mudas e sonoras - e instituindo diferenças em relação à ortografia brasileira (em palavras como recepção e excepção, por exemplo), enquanto os restantes países lusófonos continuam a escrever como escreviam.
Por causa da burrice de uns governantes cá do burgo que acordaram numa manhã enevoada com a ideia utópica de «unificar a ortografia». Resultado: nunca a ortografia foi tão dispersa, tão errática e tão caótica. Enquanto tudo quanto nos separava dos brasileiros - do vocabulário à sintaxe - continua na mesma, como era de esperar.
Razão suficiente para eu recuperar uma série que aqui mantive há dez anos e que gostaria de partilhar com novos leitores, consciente de que não perdeu (antes ganhou) actualidade. Regressa em versão mais compacta, já a partir de amanhã.
Li os programas eleitorais de quase todos os partidos. Em busca de alguns temas. Um deles é o acordo ortográfico.
Só no do CDS encontrei aquilo que gostaria de ler em vários outros: «Reverter o Acordo Ortográfico de 1990.» Consta das medidas previstas no compromisso eleitoral deste partido, nas áreas referentes a cultura e património. Escrito, aliás, na ortografia pré-acordística. Tal como o compromisso eleitoral da CDU. Que no entanto é omisso nesta matéria, pelo que percebi.
O PSD faz alusão ao assunto no ponto 9 do seu programa para as legislativas, na epígrafe "Cultura e conhecimento: uma ambição renovada". Inscrevendo isto: «A tentativa da uniformização ortográfica não constituiu qualquer vantagem face ao mundo globalizado, pelo que o PSD defende a avaliação do real impacto do novo Acordo Ortográfico.»
Parece-me muito bem. Mas vertem o programa em acordês: 165 páginas nesta insuportável grafia que admitem rever.
E é só. Nada encontrei nos restantes, entre linhas e linhas e linhas de prosa quilométrica. Por vezes tão mal redigida que dá vontade de devolver os seus escribas ao ensino básico.
Em semana natalícia, despolitizemos algum espaço de reflexão. Por isso hoje se destaca um intelectual verdadeiro, daqueles que não precisam de pôr-se em bicos de pés a soltar estridências para se fazerem notar. António Feijó acaba de ser eleito presidente da Fundação Calouste Gulbenkian. Pelos seus pares, em votação secreta e com efeitos a partir de Maio, mês em que cessa funções a actual titular, Isabel Mota.
Justa consagração para o pró-reitor da Universidade de Lisboa, com um percurso académico e literário que fala por si. Vai gerir a mais rica fundação do país, dotada com fundos próprios que ascendem hoje a 3,2 mil milhões de euros. Não falta quem a considere o verdadeiro Ministério da Cultura português, sendo também referência em áreas tão diversas como a educação, a ciência, a saúde e o ambiente.
António Maria Maciel de Castro Feijó já tinha assento desde 2018 no órgão máximo de gestão da Gulbenkian, como administrador não-executivo. Está habituado a cargos de decisão. Entre 2008 e 2013 dirigiu a Faculdade de Letras de Lisboa, onde é professor catedrático. Em 2014 assumiu a presidência do Conselho Geral Independente, que supervisiona o Conselho de Administração da RTP. Levou até ao fim o mandato de seis anos, deixando inequívoco o seu entendimento do que deve ser esta empresa sempre tão envolta em polémica: «O operador público de rádio e televisão não deve fidelidade a um governo mas deve fidelidade aos contribuintes, àqueles que pagam a chamada contribuição audiovisual.»
Diplomado em Estudos Americanos e doutorado em Literatura Inglesa pela Universidade de Brown, nos EUA, onde viveu durante os mandatos presidenciais de Jimmy Carter e Ronald Reagan, é prefaciador de Agustina Bessa-Luís, especialista na obra de Teixeira de Pascoes, tradutor de Shakespeare e Oscar Wilde. Em 2016 venceu o Prémio Jacinto do Prado Coelho, atribuído pela Associação Portuguesa dos Críticos Literários, distinguindo o seu livro Uma Admiração Pastoril pelo Diabo (Pessoa e Pascoaes) que mereceu insuspeitas palavras de elogio. Rui Ramos, no Observador, chamou-lhe «um milagre de erudição e subtileza».
O recém-eleito presidente da Fundação Gulbenkian assume-se ainda «absolutamente contra» o acordo ortográfico que visava o impossível: unificar as diversas formas de escrever em português. Objectivo que não foi nem jamais será alcançado.
«Temos uma tradição política iliberal de o Estado se arrogar uma série de decisões que não lhe competem. O Estado abstém-se de entrar em certos domínios da economia porque entende que não tem vocação para o fazer. Então porque há-de entrar nas consoantes mudas?», declarou numa entrevista em 2012. Invocando um exemplo que bem conhece: «O inglês entre os EUA e a Inglaterra tolera grafias diferentes. Seria impensável para eles que a ortografia fosse homogeneizada. Nem num país nem noutro alguém presume que pudesse ser objecto de um acordo.»
O nosso idioma merece: há que salvar todas as consoantes da extinção.
Texto publicado no semanário Novo
Essa aberração a que chamaram "acordo ortográfico" deu livre-trânsito a toda uma série de calinadas. A norma deixou de se distinguir do erro, as "facultatividades" fizeram estender as duplas grafias a níveis impensáveis, cada um passou a escrever como lhe dá na gana, o dislate vai alastrando como nunca. Basta consultar o Diário da República para se perceber isto.
Os imbecis que pariram o tal "acordo" tentaram justificá-lo porque vinha "unificar a ortografia" da língua portuguesa. Afinal, como era fácil de prever, nunca a nossa ortografia foi tão diversificada e tão adulterada como agora.
Disto só beneficiam os burros que andam aí à solta. Dando furiosos coices nas consoantes. Zurrando por escrito num idioma que nem imaginam qual é.
«Estou a ficar velho por causa do acordo ortográfico. Aos 37 anos, sou um daqueles velhinhos que teimam em escrever pharmácia porque no tempo deles era assim. Bem sei que é cedo demais para estas teimosias, mas resisti até onde pude. Eu tentei não ser reaccionário. Não tentei com muita força, mas tentei. Continuei a escrever como sempre, mas os revisores da Visão tinham depois o trabalho de corrigir o texto de acordo com a nova ortografia. Vou pedir-lhes que deixem de o fazer. Eu sou do tempo em que se escrevia recepção. Não adianta fingir que sou do tempo em que se escreve receção para nos aproximarmos dos brasileiros -- que, curiosamente, vão continuar a escrever recepção.»
Ricardo Araújo Pereira, na Visão (2011). Tão actual agora como há dez anos
Semanário NOVO, recém-surgido nas bancas
«Tenho Ernestina na conta de uma obra magna. Imaginá-la mutilada pelo ignóbil acordês é coisa especialmente arrepiante (mas parece que já nem Eça escapa).
O AO90 não é - não é - de aplicação obrigatória. Mais não fosse por estar suportado, no plano normativo, por resoluções, algo bem inferior à forma de decreto-lei que consagrou o acordo de 45 e a sua revisão em 73. Se há ilegalidade, portanto, e é defensável que haja por óbvia insuficiência de forma, ela está em usar e ensinar o AO90. Isto, que é de cristalina evidência, passa completamente ao lado da larguíssima parte da população (que não lê, não escreve - para lá de assinar, com caligrafia de instrução primária, os formulários de isenções e subsídios -, tem horror a livros e se está rigorosamente nas tintas para o assunto; além de que será em princípio cativada pela mentira da simplicidade que lhe foi vendida).
Bom seria, de elementar honestidade pelo menos, que fosse mandatório que os livros - todos - indicassem a adopção de um ou outro acordos. Poupar-se-ia bastante tempo, por vezes, no folhear de uma obra que nos interesse, buscando apurar se editada em grafia cretina.»
Do nosso leitor Costa. A propósito deste meu texto.
Livro sete: Acordo Ortográfico - Um Beco com Saída, de Nuno Pacheco
Edição Gradiva, 2019
203 páginas
O chamado “Acordo Ortográfico” – concebido pelo Executivo de Cavaco Silva em 1990 e concretizado pelo Governo de José Sócrates em 2008 – instituiu um panorama caótico na expressão escrita. Mas apenas em Portugal: os brasileiros mantêm a ortografia que já cultivavam, Angola e Moçambique nunca reconheceram as alterações e os restantes países de língua oficial portuguesa permanecem indiferentes ao seu conteúdo – espécie de norma às avessas, cheia de “facultatividades” e duplas grafias, à revelia do nosso aparelho vocálico e do étimo das palavras, muitas das quais ficaram desfiguradas e outras irromperam do nada, geradas por aparente delírio.
O AO90, que pretendia «unificar e simplificar» o idioma, sempre encontrou convictos adversários. Incluindo o actual Presidente da República, um dos 900 signatários de um abaixo-assinado anti-acordo que em 1990 congregou os nomes mais prestigiados das nossas letras – entre eles, Sophia de Mello Breyner Andresen, José Cardoso Pires, Vergílio Ferreira, Eduardo Lourenço, Óscar Lopes, David Mourão-Ferreira, Hélia Correia, Manuel Alegre, Herberto Helder, Maria Gabriela Llansol, Vasco Graça Moura e Mário Cesariny.
O jornalista Nuno Pacheco – co-fundador do Público, de que foi durante largos anos director-adjunto – tem sido um dos mais determinados e esclarecidos opositores ao “desacordo” ortográfico em numerosos artigos de opinião publicados naquele jornal e aqui reunidos, numa sequência cronológica iniciada em 2007 e prolongada até 2019. Artigos que nos fornecem a dimensão exacta deste atentado ao nosso património cultural que muitos brasileiros também rejeitam. «Outra maluquice», comentou Caetano Veloso. «Achei uma bobagem esse negócio da nova ortografia, não faz o menor sentido», observou Nelson Motta. «Sou contra, acho uma burrice», desabafou João Ubaldo Ribeiro.
«O Acordo Ortográfico de 1990 nasceu de um perigoso casamento: o do medo com a mentira», assinala Nuno Pacheco. O pavor de ver surgir uma «língua brasileira» conjugado com a alegação de que o português é a única língua com duas ortografias oficiais. Nada mais errado: o francês tem 15 variantes ortográficas reconhecidas, o espanhol tem 21, o árabe tem 16 e o inglês tem 18.
O desacordo desfigurou ruptura, que os brasileiros continuam a escrever desta forma, instituindo uma rutura a partir do nada. O vulgar interruptor tornou-se interrutor. Ótico (relativo ao aparelho ocular) perdeu o p (usado pelos brasileiros) e ficou igual a ótico (relativo ao aparelho auditivo). Apesar de a optometria ainda ser actividade profissional, tal como arquitectura, que recusa perder o c mandado retirar pela falange acordista. Palavras como recepção e concepção – que mantêm esta grafia no Brasil – passaram a escrever-se aqui receção e conceção – homófonas de recessão e concessão. O que já levou o Supremo Tribunal de Justiça a aludir a um putativo «aviso de recessão» e a Escola Superior de Gestão a pronunciar-se sobre «conceção de créditos». Dois exemplos entre muitas outras aberrações: ninguém se entende nesta balbúrdia.
O caos é tão flagrante que até a Presidência da República, em comunicados oficiais, escreve contato em vez de contacto, porventura convencida de que aquele segundo c que todos pronunciamos devia ser eliminado porque dá jeito sabe-se lá a quem. O que diria Marcelo Rebelo de Sousa, outrora militante anti-AO90, destes disparates hoje cometidos em seu nome?
Sugestão 7 de 2016:
O Bosque, de João Miguel Fernandes Jorge (Relógio d'Água)
Sugestão 7 de 2017:
1933 Foi um Mau Ano, de John Fante (Alfaguara)
Sugestão 7 de 2018:
O Visitante da Noite & Outros Contos, de B. Traven (Antígona)
Sugestão 7 de 2019:
Um Futuro de Fé, do Papa Francisco e Dominique Wolton
Mais logo publicarei a última nota inserida na rubrica "Sugestão: um livro por dia" . Faço-o após sete anos consecutivos, colocando assim um ponto final naquela que é, porventura, a mais antiga série ininterrupta de postais subordinada ao mesmo título e ao mesmo tema da blogosfera portuguesa. Desde Maio de 2013, trouxe aqui mais de 2500 pistas de leitura - dos mais diversos géneros, das mais diversas proveniências, dos mais diferentes autores. Tendo como fio condutor, salvo muito esporádicas excepções que só serviram para confirmar a regra, a recusa da escrita acordística, cheia de consoantes mutiladas, que continua a ser rejeitada pela larga maioria dos nossos escritores.
Termino por cansaço natural e porque tudo tem necessariamente de chegar ao fim. Assim farei, simbolicamente, neste 10 de Junho - um Dia de Portugal em formato minimal, outra experiência inédita deste ano que tem sido fértil em inovações. Fica desde já o aviso porque os leitores do DELITO - que durante tanto tempo me incentivaram a prosseguir - merecem esta atenção.
Falta acrescentar que, dos títulos que aqui fui destacando ao longo de todo este tempo, só menos de 5% me chegaram às mãos por ofertas espontâneas de autores ou editoras. Nem nunca solicitei o envio de obra alguma - para reforçar a minha independência de critério e a minha integral liberdade de escolha.
Espero que tenham gostado. Este extenso inventário aqui permanecerá, para memória futura. Agora é tempo de virar a página.
Vinho Projecto Amizade
(Douro, Denominação de Origem Controlada)
Lisboa, Avenida de Roma (Novembro, 2019)
Lagos, Praça Gil Eanes (2019)
Lisboa, na parede exterior do Palácio de Belém
Coimbra, Rua Ferreira Borges