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Delito de Opinião

'Blogger' do ano

Pedro Correia, 08.01.12

 

ANA CRISTINA LEONARDO

 

O blogue dela foi considerado o melhor de 2011 pelos autores do DELITO DE OPINIÃO. E, em sintonia com esta votação, também a Ana Cristina Leonardo mereceu o título de blogger do ano pelo que vai escrevendo na imprescíndível Meditação na Pastelaria. Tudo isto aconteceu após uma renhida votação (quatro votos contra três), acabando o segundo lugar por recair em Pedro Mexia, autor da Lei Seca.

As restantes opiniões cá de casa dispersaram-se em várias direcções. Com dois votos: Maria do Rosário Pedreira (blogue Horas Extraordinárias); João José Cardoso (blogue Aventar); Rui Bebiano (blogue A Terceira Noite). Com um voto: Patrícia Fonseca (blogue Blogkiosk); Francisco Mendes da Silva (blogue Contra Mundum); João Gonçalves (blogue Portugal dos Pequeninos); JCS (blogue Imprensa Falsa); Rui Tavares (blogue Rui Tavares); Samuel de Paiva Pires (blogue Estado Sentido).

Em 2010, a nossa eleita tinha sido Helena Matos.

Blogue do ano

Pedro Correia, 07.01.12

 

MEDITAÇÃO NA PASTELARIA

 

Para manter a tradição, aqui no DELITO elegemos aquele que para nós foi o melhor blogue do ano que acabou. E a escolha recaiu num blogue individual: Meditação na Pastelaria, de Ana Cristina Leonardo, recolheu quatro votos.

O segundo lugar, com três votos, coube a outro blogue individual: Lei Seca, de Pedro Mexia.

Com dois votos, destacaram-se dois blogues colectivos, de pendores ideológicos muito diferentes: Aventar e Cachimbo de Magritte.

Foram igualmente mencionados, com um voto cada, mais estes: A Terceira Noite, Blasfémias, Blogkiosk, Câmara CorporativaO Insurgente, Tempo Contado, 31 da Armada e o entretanto extinto É Tudo Gente Morta.

Este último, recorde-se, havia sido o nosso eleito em 2010.

Frase do ano

Pedro Correia, 05.01.12

"Estou-me marimbando para os nossos credores."

Pedro Nuno Santos (PS)

 

O antigo líder da Juventude Socialista, actual vice-presidente da bancada rosa em São Bento, ganhou projecção nacional quase no final de 2011 com esta frase que chegou a ter repercussão além-fronteiras. Foi esta a escolha maioritária dos autores do DELITO DE OPINIÃO para frase do ano, com seis seis votos. Mantém-se assim a tradição: já em 2010 a frase do ano fora de um socialista, Almeida Santos, por ter declarado: "O povo tem de sofrer as crises como o Governo as sofre."

 

Também mereceram destaque cinco outras frases:

"Portugal não precisa de ajuda externa."

José Sócrates

"As medidas são minhas, mas o défice não é meu."

Pedro Passos Coelho

"Ó senhor primeiro-ministro, você sabe lá o que é a vida."

Jerónimo de Sousa

"Os nossos políticos, se fossem treinadores, estavam pouco tempo a governar o País."

Jorge Jesus

"Na língua portuguesa, palavras como vida, alma e esperança pertencem ao género feminino."

Dilma Rousseff

 

Cada uma recolheu dois votos. E houve ainda votos solitários em frases de Otelo Saraiva de Carvalho, Cavaco Silva, Assunção Esteves, Lili Caneças e Fernando Nobre. Para o ano (este ano) há mais.

Facto internacional do ano

Pedro Correia, 04.01.12

 

AS REVOLTAS NO MUNDO ÁRABE

Tudo começou na Tunísia, logo no início do ano. A 14 de Janeiro, caía Ben Ali, que governava ditatorialmente a Tunísia desde 1987. A 11 de Fevereiro, outro general-ditador era derrubado igualmente por um fortíssimo movimento popular: Hosni Mubarak cessava enfim as funções de presidente do Egipto, após 30 anos de poder tirânico. Quatro dias depois, começava na Líbia outra revolta que seis meses mais tarde conduziria ao fim do regime do coronel Muammar Kadhafi, iniciado em 1969. Outros países árabes, como o Iémene e a Síria, foram também varridos por gigantescas manifestações de rua contra poderes opressores. E as monarquias marroquina e jordana viram-se forçadas a fazer reformas políticas.

A democracia chega enfim ao Magrebe e ao Médio Oriente? É cedo para avaliar, embora na Tunísia tenha já ocorrido a primeira eleição democrática desde a independência do país, em 1956 -- uma eleição que ocorreu de forma transparente, pacífica e muito participada. Este movimento, que muitos analistas baptizaram de 'Primavera árabe', foi o acontecimento político internacional de 2011 segundo a maioria dos membros do DELITO DE OPINIÃO, com 15 votos. Em segundo lugar (quatro votos) ficou a crise do euro, sob o espectro do colapso financeiro da Europa que alguns prevêem e outros nem por isso. O tsunami no Japão, que causou pelo menos 15 mil vítimas mortais, foi igualmente mencionado (dois votos), tal como a designação do fado como património imaterial da humanidade (um).

Em 2010, o facto internacional do ano para nós tinham sido as revelações da WikiLeaks.

Facto do ano nacional

Pedro Correia, 03.01.12

 

INTERVENÇÃO DA 'TROIKA' EM PORTUGAL

"Crise? Que crise?", perguntavam os Supertramp no título de um álbum muito escutado na década de 70. No Portugal dos nossos dias, ninguém precisa de perguntar se há crise: ela está hoje bem evidente, aos olhos de todos, mesmo daqueles que procuraram negá-la até ao último minuto. A palavra crise terá mesmo sido a mais pronunciada entre nós ao longo de 2011, sobretudo a partir do momento em que o anterior Governo, liderado por José Sócrates, solicitou assistência de emergência a um trio de entidades supranacionais: a Comissão Europeia, o Banco Central Europeu e o Fundo Monetário Internacional. A célebre troika -- outra palavra que andou na boca de todos durante o ano passado.

Sem surpresa, a intervenção da troika em Portugal foi eleita facto do ano nacional pelos autores do DELITO DE OPINIÃO, registando-se neste caso uma rara unanimidade (embora tivesse havido uma 'menção honrosa' ao aumento das dádivas ao banco alimentar). Bastante diferente do balanço feito em 2010, já sob o signo da crise mas muito mais variado.

Figura internacional de 2011

Pedro Correia, 02.01.12

 

ANGELA MERKEL

A tradição ainda é o que era: Angela Merkel repetiu em 2011 o protagonismo como figura do ano que já tivera no ano anterior, segundo o critério da equipa do DELITO DE OPINIÃO. Com uma diferença: desta vez a líder do Governo alemão venceu isoladamente (em 2010 fora designada ex-aequeo com o responsável máximo da WikiLeaks, Julian Assange).

A vitória da Senhora Europa -- como lhe chamam cada vez mais os analistas políticos, dentro e fora do Velho Continente -- foi categórica: 14 votos, mais dez do que os obtidos pelo fundador da Apple, Steve Jobs, falecido em 2011, aos 55 anos. Mereceram ainda destaque a Presidente brasileira Dilma Rousseff (três votos), primeira mulher a ocupar o Palácio do Planalto, e o jovem tunisino Mohamed Bouazizi (um voto), cuja morte -- em 4 de Janeiro de 2011 -- funcionou como detonador das revoltas árabes que varreram o Magrebe e o Médio Oriente no ano que terminou.

Figura nacional de 2011

Pedro Correia, 01.01.12

 

VÍTOR GASPAR

Ilustre desconhecido da generalidade dos portugueses até há seis meses, o ministro das Finanças tornou-se uma figura dominante da cena política nacional no último semestre de 2011, suplantando todos os outros protagonistas, na opinião da maioria dos membros do DELITO DE OPINIÃO, na já tradicional votação em jeito de balanço do ano que terminou. Pelas severas medidas de austeridade que determinou em resposta à situação de emergência que levou o anterior Executivo a solicitar auxílio internacional. E também pelo seu original estilo de comunicar com os portugueses. Inconfundível, embora não inimitável.

Vítor Gaspar, com dez votos, destacou-se largamente, passando a ocupar o posto que em 2010 os autores do DELITO reservaram a José Mourinho. Em segundo lugar, com três votos, ficou a nova presidente da Assembleia da República, Assunção Esteves, a primeira mulher a ocupar o segundo posto mais relevante do Estado português. Dois votos recaíram no primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, vencedor das legislativas de 5 de Junho, e outros dois no ensaísta Eduardo Lourenço, galardoado em 2011 com o prestigiado Prémio Pessoa. Os restantes cinco votos foram distribuídos pelas seguintes personalidades: Eduardo Souto Moura, Henrique Medina Carreira, Isabel Jonet, José Manuel Coelho e José Sócrates.

2011: ano da cidadania

Sérgio de Almeida Correia, 31.12.10

 

Como dizia o criador da pantera cor-de-rosa, a vida é um estado de espírito e isso exige que saibamos encará-la em 2011, com ou sem crises, na exacta medida dos nossos sonhos, fazendo da intervenção cívica um grito ao serviço da comunidade e do Estado de direito. Sem este não há democracia, nem estado social, nem liberdade. E a cidadania acabará por definhar e fenecer. Por isso desde já declaro 2011 o ano da cidadania.

 

Mas se por qualquer razão 2011 fizer de nós todos cartoons, então que o sejamos respirando saúde e lucidez.