Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

Delito de Opinião

Hoje é dia de

Maria Dulce Fernandes, 01.12.22

22394519_zGAdq.jpeg

Hoje celebra-se A Restauração da Independência Nacional 

«A dinastia dos Filipes governou Portugal durante 60 anos até 1640, altura em que o futuro D. João IV liderou uma revolta que afastou os castelhanos do trono.

Foram 120 os conspiradores que, na manhã de 1 de Dezembro de 1640, invadiram o Paço da Ribeira, em Lisboa, para derrubar a dinastia espanhola implantada em 1580. Miguel de Vasconcelos, que representava os interesses castelhanos, foi morto a tiro e atirado pela janela. Do balcão do Paço foi proclamado Rei o duque de Bragança, futuro D. João IV. Também dali foi ordenado o cerco à guarnição militar do Castelo de S. Jorge e a captura dos navios espanhóis que se encontravam no porto.

Nas semanas seguintes todas as praças, castelos e vilas com alguma importância declararam fidelidade aos revoltosos.

A restauração da independência portuguesa só seria reconhecida pelos espanhóis 27 anos depois, com a assinatura do Tratado de Lisboa.»

 

Pois é verdade. Celebramos hoje a revolução que nos arrancou às garras do domínio espanhol. Em 1 de Dezembro de 1640 iniciámos o processo de voltarmos a ser portugueses livres e independentes e ainda bem. Não gostava nada mesmo de ser espanhola; são pessoas rudes, barulhentas e incultas, ultranacionalistas e convencidas. Há aquele aparte da qualidade de vida, poder siestar, ter mais  poder de compra, etc. mas habituados a viver a contar os trocos como sempre vivemos, a fartura até nos ia fazer mal, além de embrutecermos significativamente. 

Viva a Independência! Viva a Restauração!

 

transferir.jpeg.jpg

Hoje assinala-se O Dia Mundial da Luta Contra a SIDA

«A criação deste dia foi uma iniciativa de James Bunn e Thomas Netter, membros do Programa Mundial da Luta contra a SIDA da Organização Mundial de Saúde. A ideia ganhou apoiantes dentro e fora da OMS, tendo sido reconhecida pela ONU em 1988. 

A sociedade é chamada a intervir, assegurando que o combate à SIDA permaneça na agenda política e que os direitos fundamentais sejam respeitados. Sem uma acção eficaz contra as desigualdades ainda existentes, o mundo pode não alcançar o objectivo de acabar com a SIDA em 2030.»

 

Tenho várias histórias que fui publicando em postais ou comentários sobre doenças terminais em que amigos e familiares foram definhando até a doença lhes pôr fim ao sofrimento. De todas, a mais horrorosa foi a história do Saraiva que morreu de SIDA, nos finais do século passado, na altura em que o pouco que se sabia da doença era que não tinha cura nem longevidade. Felizmente  nos países ditos civilizados já não é uma sentença de morte.

 

22394523_ID7m6.jpeg

Hoje é O Dia da Filatelia

«O Dia da Filatelia está estampado no calendário anual a 1 de Dezembro. A paixão que une os filatelistas é amealhar selos de diferentes locais, países, figuras e acontecimentos, o que lhes permite conhecer melhor um lugar, uma pessoa ou um facto. 

Podemos dividir a filatelia em diferentes áreas de estudo: história postal, filatelia temática, selos fiscais, pré-filatelia e maximafilia.

O filatelista procura reunir o maior número possível de selos na sua colecção temática ou geral. São pequenos pedaços da história e do mundo que ele guarda para a posterioridade como um compêndio ou diário da humanidade. Em Portugal destacam-se a Federação Portuguesa de Filatelia, que coordena a acção da filatelia portuguesa, e o Clube Filatélico de Portugal.»

 

Pelos seus 12 anos, o meu irmão entrou na fase dos selos. Talco, luvas, pinças, luta, era um perfeito cuidador e bom coleccionador até onde as finanças permitissem. Os presentes de Natal ou aniversário vinham numa caixa grande cheia de papéis, que tinha lá dentro um envelope normal, dentro do qual se encontrava um minúsculo envelope de papel vegetal que continha uma vinheta com algum valor e que constituía o seu presente . 

Creio que ainda tem os livros/catálogo. Há interesses que passam com as novidades que os ultrapassam, mas nunca chegam realmente a passar, porque volta-se lá uma e outra vez.

(Imagens Google)

1.º de Dezembro

Pedro Correia, 01.12.20

independencia-4.jpg

Coroação de D. João IV (óleo de Veloso Salgado, 1908)

 

«Convém lembrar que Portugal nunca esteve, como se costuma dizer em prosa patriótica, "sob o domínio de Castela" ou, se preferirem, "sob o domínio de Espanha". O arranjo de 1580 não passou de uma "união pessoal"  da coroa portuguesa com a coroa de Castela (ou de Espanha) na pessoa de Filipe II, que era o herdeiro legítimo das duas. Como se vê, nada que nos separasse na Europa do Império Austríaco ou do Reino Unido da Inglaterra, Escócia e Gales. De resto, a ordem jurídica portuguesa não mudou, nem a organização da Igreja, nem a defesa do Império, nem a carga fiscal que anteriormente se pagava. Só quando o conde-duque de Olivares nos pediu mais dinheiro e um pequeno contigente de soldados para a guerra europeia, o espírito patriótico da nobreza indígena finalmente acordou e resolveu instalar D. João IV num trono contestável e periclitante. O "1.º de Dezembro" comemora a ascensão da dinastia de Bragança e não uma putativa independência que não deixara de existir.»

 

Vasco Pulido Valente (Público, 5 de Fevereiro de 2012)

1.º de Dezembro de 2019

Pedro Correia, 01.12.19

 

500x500[1].jpg

 

 

A minha pátria é como se não fosse, é íntima
Doçura e vontade de chorar; uma criança dormindo
É minha pátria. Por isso, no exílio
Assistindo dormir meu filho
Choro de saudades de minha pátria.

Se me perguntarem o que é a minha pátria direi:
Não sei. De fato, não sei
Como, por que e quando a minha pátria
Mas sei que a minha pátria é a luz, o sal e a água
Que elaboram e liquefazem a minha mágoa
Em longas lágrimas amargas.

Vontade de beijar os olhos de minha pátria
De niná-la, de passar-lhe a mão pelos cabelos...
Vontade de mudar as cores do vestido (auriverde!) tão feias
De minha pátria, de minha pátria sem sapatos
E sem meias pátria minha
Tão pobrinha!

Porque te amo tanto, pátria minha, eu que não tenho
Pátria, eu semente que nasci do vento
Eu que não vou e não venho, eu que permaneço
Em contato com a dor do tempo, eu elemento
De ligação entre a ação o pensamento
Eu fio invisível no espaço de todo adeus
Eu, o sem Deus!

Tenho-te no entanto em mim como um gemido
De flor; tenho-te como um amor morrido
A quem se jurou; tenho-te como uma fé
Sem dogma; tenho-te em tudo em que não me sinto a jeito
Nesta sala estrangeira com lareira
E sem pé-direito.

 

(...)

 

Quero rever-te, pátria minha, e para
Rever-te me esqueci de tudo
Fui cego, estropiado, surdo, mudo
Vi minha humilde morte cara a cara
Rasguei poemas, mulheres, horizontes
Fiquei simples, sem fontes.

Pátria minha... A minha pátria não é florão, nem ostenta
Lábaro não; a minha pátria é desolação
De caminhos, a minha pátria é terra sedenta
E praia branca; a minha pátria é o grande rio secular
Que bebe nuvem, come terra
E urina mar.

 

Poema 'Pátria Minha', de Vinicius de Moraes (excerto)

Aplauso e reconhecimento.

Luís Menezes Leitão, 30.03.12

 

Quero aqui manifestar o meu aplauso e o meu profundo reconhecimento a José Ribeiro e Castro por ter votado coerentemente na defesa de Portugal, ao rejeitar uma inenarrável proposta de abolição do feriado do 1º de Dezembro. Nasci com esse feriado a ser comemorado, aprendi na escola primária o heroísmo dos conjurados que acabaram com a submissão de Portugal a um rei estrangeiro, e desejo morrer com esse dia a continuar a ser feriado em Portugal. Se há deputados que aceitam colocar o Parlamento que integram — e que é o representante da soberania do país — a praticar tão escandalosa afronta aos valores nacionais é um problema deles. Mas para a História ficará que nestes tempos difíceis de falência e submissão ao estrangeiro houve pelo menos um deputado a declarar no parlamento que para ele a comemoração da independência de Portugal não é uma celebração vã. Neste triste dia, em que os deputados decidiram pôr a independência de Portugal entre parênteses, só a posição coerente e corajosa de Ribeiro e Castro merece aplauso.