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Estive mesmo para intitular este post como "Sobre a mania de criticar". Porém, considero que não é uma mania mas sim uma arte.
A crítica está-nos no sangue, precisamos dela como do ar que respiramos. Não tem grande importância o alvo da nossa crítica, desde que a prática da mesma possa ser efectuada. Criticamos tudo e mais alguma coisa, os dias cinzentos, o calor excessivo, as filas de trânsito, tanto se vamos para o trabalho como para a praia, os impostos, o Governo, os políticos, a polícia, os bombeiros, os médicos, os advogados, os professores, os comentadores, os padres, os vizinhos, a família e tudo o que se cruzar no nosso caminho. A mania ou arte de criticar são uma forma de expressão, até porque existe mesmo a profissão dos críticos, que se desdobra em inúmeras vertentes normalmente ligadas às artes, como a literatura, a pintura e o cinema, o que enaltece a actividade.
De certo modo, todos nós de uma maneira ou doutra, temos este dom da crítica mesmo que não o usemos como profissão. É mais como um hobby, um veículo que nos distrai dos verdadeiros problemas para nos ocupar a mente com a panóplia de pensamentos vãos e ligeiros, que nos divertem os neurónios enquanto passamos por tempo precioso das nossas vidas.
É o que estou a fazer neste momento, a criticar a própria crítica, na tentativa de eu mesma reflectir sobre a real pertinência desta tarefa, que ao invés de me elevar só me faz mergulhar no lodo dos tormentos que afligem a alma dos pobres de espírito. Pelo menos, enquanto o faço, treino o músculo criativo e faço o meu exercício diário de escrita.
Que tudo o que façamos tenha um propósito. É simples, poderoso e cria mudanças significativas ao nível do bem estar. Da próxima vez que quiser criticar algo ou alguém responda a esta questão: "- O que é eu ganho com isto?"