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Delito de Opinião

Só Netanyahu segue Boaventura

Pedro Correia, 29.09.17

A Turquia, a Síria, o Irão e os EUA não alinham em referendos convocados à margem da legalidade internacional.

Já vieram, portanto, contestar sem rodeios a iniciativa de chamar os eleitores às urnas para validar o projecto separatista e a fragmentação da soberania de um Estado membro da Organização das Nações Unidas, com fronteiras reconhecidas pela comunidade internacional.

 

De Teerão vem uma condenação enérgica, concretizada desde logo num voto de rejeição aprovado pelo Parlamento iraniano.

Washington demarca-se desta "iniciativa unilateral".

Damasco não concede a menor validade à consulta referendária.

líder turco admite até desencadear uma acção armada para travar o separatismo posto em marcha com este referendo.

O Presidente iraquiano, por sua vez, é categórico: a Constituição do país impede a separação de qualquer das suas parcelas territoriais.

 

Apenas o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, apoia e aplaude o referendo independentista no Curdistão.

Só ele parece ter sido sensível às teses de Boaventura Sousa Santos e José Pacheco Pereira.

7 comentários

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    Pedro Correia 29.09.2017

    Eu acho quase comovente esta sintonia entre Benjamin Netanyahu e Boaventura de Sousa Santos no aplauso à convocação de referendos unilaterais. "A relação entre democracia e direito é dialéctica e não mecânica", assinala o ilustre professor coimbrão. Celebrando implicitamente o "legítimo acto de desobediência" agora assumido pelos separatistas curdos de caneta na mão.

    Mais interessante ainda é o contraste entre as opiniões agora emitidas pelo Doutor Boaventura sobre a Catalunha e o que há dois meses exactos escreveu sobre a Venezuela.

    Cito, com a devida vénia:
    «O governo da revolução bolivariana é democraticamente legítimo e ao longo de muitas eleições nos últimos 20 anos nunca deu sinais de não respeitar os resultados destas. Perdeu várias e pode perder a próxima, e só será de criticar se não respeitar os resultados. Mas não se pode negar que o Presidente Maduro tem legitimidade constitucional. (...) Nada disso justifica o clima insurrecional que a oposição radicalizou nas últimas semanas e que tem por objectivo, não corrigir os erros da revolução bolivariana, mas sim pôr-lhe fim.»

    https://www.publico.pt/2017/07/29/mundo/opiniao/em-defesa-da-venezuela-1780518
  • A comparação com a Venezuela até pode fazer sentido, mas em relação a Espanha. Que pensar de um país onde opositores políticos são postos na prisão e um Supremo Tribunal se substitui a um parlamento eleito?
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    Pedro Correia 29.09.2017

    A diferença, como sabes, é que o Supremo Tribunal em Espanha é um órgão de soberania, independente do Governo, enquanto na Venezuela é uma marioneta do poder executivo - o único poder de facto que existe no país.
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    Vlad, o Emborcador 29.09.2017

    Assim como o nosso Supremo. Também aqui se escolhem os juízes....e o PGR...
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    Pedro Correia 29.09.2017

    Em Portugal o Governo é que escolhe os juízes do Supremo? Tem a certeza disso ou apenas uma vaga ideia?
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    Vlad, o Emborcador 30.09.2017

    É a Assembleia. Lembra-se de Souto Moura e do outro que quis queimar à tripa forra as conversas do engenheiro Sócrates? Já dizia o seu presidente Dias da Cunha. É o Sistema....
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