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Delito de Opinião

So long, Maureen

Pedro Correia, 24.10.15

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Maureen O' Hara, a fogosa irlandesa que seduziu dois dos maiores mestres do cinema, John Ford e Alfred Hitchcock, materializou-se de filme em filme como uma singular força da natureza. Hitch deu-lhe o estrelato em A Pousada Jamaica (1939), última longa-metragem que rodou em Inglaterra antes de rumar a Hollywood. Ford imortalizou-a numa sucessão de obras-primas, com destaque para  O Vale Era Verde (1941) e O Homem Tranquilo (1952). Nesta última película, repleta de cenas memoráveis, nenhuma se sobrepõe à do longo beijo que lhe rouba um John Wayne totalmente arrebatado por esta ruiva que não se vergava a homem algum.

 

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Tinha uma presença inconfundível no ecrã, onde sobressaía pela sua personalidade intensa e por aquela beleza solene que parecia insuflada por um sopro de eternidade.

Era uma das raras pontes que ainda nos ligavam ao cinema dos primórdios. Contracenou com Henry Fonda, James Stewart, Alec Guinness, Tyrone Power, Errol Flynn, Dana Andrews, Rex Harrison, Charles Laughton, Joel McCrea, John Garfield, Anthony Quinn, Melvyn Douglas, Ray Milland, Robert Young, Clint Eastwood. Conhecia bem Portugal, onde aliás rodou um filme intitulado Lisbon (em que escuta Anita Guerreiro a cantar o clássico Lisboa Antiga).

Retirou-se cedo dos estúdios de Hollywood, no início da década de 70. Ainda faria um filme em 1991 e trabalhou esporadicamente na televisão quando já tinha sido elevada à categoria de mito. Era uma das raras e mais queridas lendas vivas do cinema. Morreu hoje, tranquilamente, aos 95 anos. Deixando-nos a nós, que fomos seus fãs, com vontade de revisitar os seus melhores filmes em sessões contínuas.

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