Será que Alvito existe?
Estado de emergência, uma vez mais. Direitos, liberdades e garantias fortemente condicionados. Recolher obrigatório de segunda a sexta entre as 11 da noite e as cinco da manhã, ao fim de semana entre as 13 horas e as cinco da matina. Como bem alerta a Ordem dos Advogados, estas medidas que nos encerram em casa aos sábados e domingos são uma «fortíssima restrição do direito ao repouso e descanso dos trabalhadores». Na prática, o Governo autoriza os portugueses a sair de casa só para trabalhar. Partindo do princípio de que é mais fácil apanhar o vírus a caminhar na rua do que fechado num comboio ou num autocarro. «Não conheço nenhum caso comprovado, conhecido em Portugal, de transmissão do vírus Covid-19 em transporte colectivo», declarou há dias o pitoresco ministro do Ambiente e da "Acção Climática", espécie de Professor Pardal neste Executivo.
Todos quantos estão sem trabalho, por terem perdido o emprego ou terem visto falir o seu negócio, ficam agora duplamente discriminados. Apetece rumar ao Algarve, onde não se aplica o estado de emergência - excepto no concelho de São Brás de Alportel. Ou migrar para Alvito, único concelho de Portugal continental onde nunca foi registado um caso de Covid-19. Mas será que Alvito existe?