Revisitando o governo de Santana Lopes.
Santana Lopes tem razão quando se queixa de que ninguém no partido lhe chamou a atenção para as trapalhadas do seu governo, quando estas saltavam aos olhos de toda a opinião pública. O mal dos partidos políticos portugueses sempre foi o excessivo seguidismo que têm pelos seus líderes. Em 2004, quando Santana Lopes fez todas aquelas trapalhadas no seu efémero governo, deveria ter sido o PSD a promover internamente a sua rápida substituição no cargo de Primeiro-Ministro, o que teria evitado a dissolução de Jorge Sampaio, e a entrega do país a Sócrates. Margaret Thatcher tinha sido uma excelente Primeira-Ministra e foi destituída pelo Partido Conservador quando se tornou evidente que o seu governo estava esgotado, o que permitiu que os conservadores voltassem a ganhar com John Major. Os partidos não são meras estruturas de apoio ao líder. É antes o líder que deve colocar-se ao serviço do partido.