Resistência em alemão (8)
OS QUATRO MÁRTIRES DE LÜBECK
2 - Johannes Prassek
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Johannes Prassek nasceu a 13 de Agosto de 1911, no seio de uma família humilde, em Hamburgo. Estudou Teologia e Filosofia na Escola Superior dos Jesuítas, em Frankurt am Main, e completou a sua formação no Seminário de Münster. Foi ordenado padre a 13 de Março de 1937, em Osnabrück, e, a partir de Março de 1939, foi colocado como capelão na Igreja do Sagrado Coração de Jesus de Lübeck, onde dava aulas de religião e participava na orientação espiritual dos fiéis.
Johannes Prassek era caracterizado como sendo corajoso, foi inclusive homenageado por ter ajudado na evacuação de um hospital destruído pelos bombardeamentos de Lübeck, a 28 e 29 de Março de 1942.
Não escondia a sua rejeição pelo regime nazi. Expressava-a nas suas homilias e, quando lhe diziam que não criticasse o regime tão abertamente, ele respondia: «Alguém tem de dizer a verdade». Nas suas aulas de religião e em conversas, declarava-se contra os planos estatais de eliminação de doentes físicos e mentais, além de criticar o tratamento desumano da população civil dos territórios conquistados pelos alemães. Por ter aprendido polaco no Seminário, dava clandestinamente apoio espiritual a polacos, forçados a trabalhar na fábrica de munições e armamento de Lübeck. Encorajou inclusive jovens polacos, que se conheceram e apaixonaram na Alemanha, a viverem em comum, mesmo sem casamento, pois ele estava impedido de os casar. Na sequência deste seu comportamento, celebraram-se, depois do fim da guerra, muitos casamentos entre polacos, na Igreja do Sagrado Coração de Jesus em Lübeck.
Depois de o seu domicílio ser revistado, a 28 de Maio de 1942, foi detido pela Gestapo, com o fundamento de divulgar as homilias do bispo Clemens August Graf von Galen, assim como ser má influência para soldados. Esteve cerca de ano e meio em prisão preventiva, junto com os padres Eduard Müller e Hermann Lange e o pastor luterano Karl-Friedrich Stellbrink. Depois de um processo dirigido pelo Segundo Senado do Tribunal do Povo de Berlim, deslocado a Lübeck, foi condenado à morte. Um pedido de clemência por parte do seu bispo Hermann Wilhelm Berning (que incluía os outros dois padres católicos), foi recusado.
Johannes Prassek foi executado pela guilhotina, a 10 de Novembro de 1943, na prisão Holstenglacis, em Hamburgo. Junto com os seus dois colegas de martírio, foi beatificado a 25 de Junho de 2011 por Bento XVI.
Igreja do Sagrado Coração de Jesus em Lübeck, Klaus Kegebein - Eigenes Werk, CC BY-SA 4.0
Além de vários centros paroquiais com o seu nome, no Norte da Alemanha, o beato Johannes Prassek é o patrono de uma grande paróquia da arquidiocese de Hamburgo (formada com a junção de cinco antigas paróquias). Também um parque no bairro hamburguês de Barmbek-Süd foi inaugurado, com o seu nome, em 2011.