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Delito de Opinião

Rentrée do CDS

José Meireles Graça, 15.09.24

Não me faz diferença nenhuma que os liberais de vária pinta, incluindo os de esquerda (isto é, os que querem um pouco menos de Estado na economia e um pouco mais na prescrição de costumes a favor da çalvassão do planeta, incluindo discriminação positiva de carrinhos a pilhas, e defesa de igualdades sortidas dentro das variegadas cores do arco-íris) se tenham juntado para fazer um partido.

E também não se me dá que conservadores, nacionalistas e chanfrados reais ou apenas aparentes pelo seu desalinhamento, se tenham bandeado para um partido que não cessa de ziguezaguear entre a esquerda, que jura detestar, e a direita, que ignora qual seja das muitas que há.

Boa parte desta tropa saiu do CDS e muitos já terão percebido que a mulher (ou o marido) de que se divorciaram não era mais complicada que esta com que se juntaram por ser mais novinha e modernaça.

Já eu, se tivesse de aderir a um partido com que concordasse a 100%, e cujos militantes residissem no meu coração amantíssimo, tinha de o fundar e nele inscrever o Cacau.

Eu é mais de amores antigos. E por isso hoje fui à rentrée do CDS em Ponte de Lima. Não me inscrevi e por isso não tinha lugar marcado e, como a sala não era suficientemente grande para a afluência, fiquei de fora e – azar – a imagem do grande televisor era óptima mas de som nicles.

Não ouvi os discursos mas não faz mal: era o que faltava se precisasse de discursos para saber as linhas com que me coso.

Fui lá e não me arrependo: já fomos bastantes e agora somos menos; não somos tão poucos como as novas coqueluches gostariam; e nada impede que venhamos a ser mais.

Para mim basta.

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