Rentrée do CDS
Não me faz diferença nenhuma que os liberais de vária pinta, incluindo os de esquerda (isto é, os que querem um pouco menos de Estado na economia e um pouco mais na prescrição de costumes a favor da çalvassão do planeta, incluindo discriminação positiva de carrinhos a pilhas, e defesa de igualdades sortidas dentro das variegadas cores do arco-íris) se tenham juntado para fazer um partido.
E também não se me dá que conservadores, nacionalistas e chanfrados reais ou apenas aparentes pelo seu desalinhamento, se tenham bandeado para um partido que não cessa de ziguezaguear entre a esquerda, que jura detestar, e a direita, que ignora qual seja das muitas que há.
Boa parte desta tropa saiu do CDS e muitos já terão percebido que a mulher (ou o marido) de que se divorciaram não era mais complicada que esta com que se juntaram por ser mais novinha e modernaça.
Já eu, se tivesse de aderir a um partido com que concordasse a 100%, e cujos militantes residissem no meu coração amantíssimo, tinha de o fundar e nele inscrever o Cacau.
Eu é mais de amores antigos. E por isso hoje fui à rentrée do CDS em Ponte de Lima. Não me inscrevi e por isso não tinha lugar marcado e, como a sala não era suficientemente grande para a afluência, fiquei de fora e – azar – a imagem do grande televisor era óptima mas de som nicles.
Não ouvi os discursos mas não faz mal: era o que faltava se precisasse de discursos para saber as linhas com que me coso.
Fui lá e não me arrependo: já fomos bastantes e agora somos menos; não somos tão poucos como as novas coqueluches gostariam; e nada impede que venhamos a ser mais.
Para mim basta.