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Delito de Opinião

Relativizando o Dia Internacional da Mulher

João André, 08.03.15

No Dia Internacional da Mulher uma confissão machista: não dou grande importância ao dia. Cumpro os rituais habituais: desejo um bom DIdM às mulheres importantes na minha vida, coloco um post no blog ou facebook, compro possivelmente uma flor para a minha mãe. Vejo contudo o dia como pouco mais que uma nova versão do Dia dos Namorados: sem significado a não ser dizer que existe.

 

Vejamos as coisas por este prisma: para quem - como eu - entenda que as mulheres e os homens têm que ter uma efectiva igualdade de direitos e que a sociedade tem que criar condições para que estes existam (atendendo a que há diferenças muito reais entre homens e mulheres), o dia não tem grande importância. Eu - e muitos outros como eu - não necessito de ser recordado da importância de lutar pela igualdade de direitos. Para quem esteja no pólo oposto, a questão é ainda mais simples: o dia não fará qualquer diferença. Para quem esteja algures no meio, dizer que o dia 8 de Março é o Dia Internacional da Mulher, sem mais, também pouco adiantará.

 

O Dia Internacional da Mulher parece-me então ser uma espécie de esmola: dão-se os parabéns às mulheres e siga a vida como sempre que a consciência está aliviada. Os direitos das mulheres, embora mereçam um dia para serem recordados, devem ser conquistados todos os dias, geração a geração, entre pequenos gestos e grandes acções. Um dia como este só faz sentido se for usado da mesma forma que os feriados civis nacionais o são: com actividades que para chamem atenção para o assunto. De outra forma, qualquer dia teremos as televisões a anunciarem os descontos do Dia Internacional da Mulher para quem compre uma dúzia de lírios.

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