De Vento a 15.05.2014 às 12:24
Meu caro Pedro,
ou eu me ando a explicar mal ou é o Pedro que constrói em sua mente imagens que não correspondem à verdade.
Em que parte de meus comentários encontra uma só vírgula contra a Europa ou menos Europa?
O que eu não quero é uma Europa refém de interesses de ladrões e salteadores que colocam pares em órgãos de eleição e governação para perpetuarem a pilhagem. É esta a Europa que temos.
Não sei se o Pedro se recorda de eu lhe ter pedido, há uns posts atrás, que registasse bem uma afirmação minha, sobre o regresso das dívidas e dos défices, para quando os sinais surgissem se pudesse recordar de mim. Pois bem, leia aqui:
http://www.ionline.pt/artigos/dinheiro/merkel-acusa-barroso-troika-serem-os-culpados-da-austeridade#.U3OGEO5NB5k.facebook
Não sei se ainda tem memória do discurso desta senhora e do seu financeiro sobre a austeridade e o que se devia fazer. Não sei se ainda se recorda do discurso de Vitor Gaspar, de Passos Coelho, desta rapariga que agora está como ministra, dos banqueiros portugueses, dos para-banqueiros e de uma panóplia de pórceres da ignorância que deambulavam e deambulam pelas nossas Tvs e jornais. Mas também tem em memória, certamente, as suas opiniões sobre a via a seguir e até a sua preocupação pelos dinheiros que temos nas mãos da banca nacional e sua exposição às denominadas dívidas soberanas que de soberania só revelam a dos credores.
Não lhe recordo estas coisas por vaidade, recordo porque pedi que tivéssemos um compromisso no registo de minhas reflexões. Mas vem por aí mais.
Durão Barroso e outros mais "morrerão" de sua própria vaidade. E Durão, que não quer ir de cavalo para burro, ficará no limbo.
De Vento a 15.05.2014 às 13:13
Gostaria somente de acrescentar, Pedro, que procure analisar o que acontecia na economia alemã desde esse período, o período das declarações, até hoje.
De Vento a 15.05.2014 às 13:57
Uma vez mais, Pedro, para anexar uma outra notícia:
http://www.jornaldenegocios.pt/economia/detalhe/economia_portuguesa_tropecou_no_arranque_do_ano.html
Pedro, não será de toda a prudência, para a Europa e para o Mundo, parar um pouco e reflectir convenientemente sobre os caminhos percorridos?
Portugal tem a economia ainda mais fragilizada, a banca também fragilizada e submetida a políticas determinadas pelos grandes, as finanças de igual forma, a taxa de desemprego, elevadíssima, só diminhui por via administrativa - veja aqui: http://expresso.sapo.pt/cinco-razoes-para-continuar-preocupado-com-o-desemprego=f869300#ixzz31ERYd9Rc - e este cenário não é alheio a Espanha, França, Bélgica, Itália, Inglaterra para não falar da Grécia e chegará à Alemanha.
Se o problema económico reside na contracção dos rendimentos das famílias, o que esperamos para começar a fazer políticas em prol das pessoas?
Talvez pela hora tardia, meu caro, confesso que tenho alguma dificuldade em descortinar o que propõe como alternativa à situação actual. Saída do euro com regresso ao escudo, como defendem economistas como João Ferreira do Amaral e Octávio Teixeira? Secessão unilateral ou saída negociada da União Europeia, como defende o Partido Comunista e a extrema-esquerda (e alguma extrema-direita) com uma espécie de 'programa cautelar' para nos prevenirmos contra a inevitável subida de taxas de juro? Parceria com outra zona económica do mundo - talvez o Mercosul ou a CPLP? Permanência no euro com Portugal a ditar regras ao Governo alemão e ao Banco Central Europa?
De Vento a 16.05.2014 às 01:37
Pedro,
fico com a sensação que ao longo desta nossa conversa epístolar (em modo digital) tudo lhe passou ao lado. E não, não é pela hora tardia.
Eu tenho vindo a abordar a questão sobre um sistema baseado na moeda fiduciária, também abordei a questão das reservas fraccionárias dos depósitos, escrevi sobre a promiscuidade entre banca e governos e na necessidade de controlo de um banco Central e sobre os bancos centrais e, consequentemente, na multiplicação de verbas em verbas virtuais, isto é, como exemplo, fazer com que uma aplicação de 30.000 se transforme em valor virtual de 3.000.000 etc. etc. etc.
E o Pedro agora pergunta-me o que preconizo. Isto mesmo que sempre foi descrito. Porque o problema gerado tem como base este factor que começou por ser implementado nos anos 70 com Nixon, e que, por exemplo, o senhor Greenspan, o homem da Reserva Federal Americana, por causa do 9-11 não conseguiu travar a onda especulativa que se fazia sentir em NY não só no sector das tecnologias mas do sistema financeiro.
Porque parecia mal em tempo de choque nacional avançar com políticas impopulares. Mas também sobre o que aconteceu com os principais bancos norte-americanos, incluindo o Goldman Sachs, aqui:
http://en.wikipedia.org/wiki/Goldman_Sachs
E para tentar compreender o que aconteceu também na Europa, avanço agora para a situação das Seguradoras Fannie Mae e Freddie Mac, aqui:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Fannie_Mae
Isto é, estas garantiam, seguravam, as transacções bancárias, que revelaram-se virtuais e multiplicadas por valores que não eram reais.
A exposição da Europa a esta situação ainda não está devidamente documentada, mas com o tempo saberemos. Sendo que o que se sabe é mais do que suficiente para entender o que se passa.
Qualquer dúvida que ainda subsista sobre o que preconizo, não hesite em expôr.
Na realidade o Pedro usa uma expressão que até se aplica a estes economeses que por aí andam e outros mais: aprendizes de feiticeiro.
Este mundo é porco e cheio de manhãs. E os demónios aproveitam-se de pessoas incautas para poder reinar.
"Conhecereis a Verdade e a Verdade vos libertará" , não se aplica somente a uma realidade espiritual que canaliza a Sabedoria para o Conhecimento de si mesmo mas também para a Consciência que esta Sabedoria é o primeiro e mais importante dom do Espírito Santo. E Saber não é só Conhecer, mas é também agir como Ele agiu deixando-o agir em cada um nós.
Leio na imprensa de hoje que a banca privada perde 2,6 milhões de euros por dia em Portugal. BCP, BES, BPI, Santander Totta e Banif somam 232 milhões em prejuízos. O BBVA vai sair de Portugal após três anos consecutivos de prejuízos. Julgo que estes dados entroncam, de um modo ou outro, com aquilo que referiu.
De Vento a 16.05.2014 às 15:08
A história escreverá mais do que isto que lê na imprensa diária.
Admito que sim. Mas habituei-me a ler a imprensa (e a escrever nela) como primeiro rascunho da história. Já não me recordo de quem é a definição, mas gosto muito dela.
De Vento a 17.05.2014 às 15:37
Esta história já aconteceu. A imprensa não a faz, revela-a. Com menos ou mais seriedade, mas somente revela-a.
Os arquivos históricos sobre esta crise já existem, mas muito pretendem ocultá-los. Nesta medida, a história será a compilação de todos estes registos com a descrição de todos os acontecimentos gerados.
A história destes dias está a acontecer. E será relatada a partir do desfecho da crise, seja ele qual for. Como sucedeu em crises passadas. O que hoje se escreve sobre a nossa grave crise de 1983/85, por exemplo, nada tem a ver com o que se escrevia naquela época.