Saltar para: Post [1], Comentários [2], Pesquisa e Arquivos [3]

Delito de Opinião

Reflexão do dia

Pedro Correia, 09.07.15

«O que vimos [na Grécia] foi um referendo trapaceiro. Sem uma verdadeira campanha. Uma pergunta opaca e incompreensível. Um apelo àquilo que não se sabia o que significava, pois do "não ao euro" dos primeiros momentos ao sim de domingo à noite, passando pelo não a umas propostas dos credores que ninguém explicava, [o Syriza]  mudou de direcção três vezes em oito dias. (...) De que democracia falamos? A União Europeia não é, apesar dos seus imensos defeitos, esse espaço pacificado no qual pouco a pouco aprendemos a substituir a eterna lógica do pulso pela negociação e pelo compromisso? Não é, apesar dos seus imensos defeitos, esse lugar de invenção democrática no qual, pela primeira vez desde há séculos, tentamos resolver as nossas diferenças através do diálogo e não da guerra política ou da chantagem? E em virtude de que perversão intelectual podemos ver um acto de 'resistência' nesse confronto perante 18 países, alguns dos quais atravessam situações não menos difíceis do que a Grécia mas nem por isso deixaram de assumir sacrifícios consideráveis para conceder-lhe, em 2012, por exemplo, um perdão da sua dívida no montante de 105 mil milhões de euros, apesar de que também eles terem de prestar contas aos seus povos? Desde domingo, toda a gente se comporta como se o senhor Tsipras fosse o último democrata da eurozona. (...) Os países da Europa Central que atravessaram o inferno dos dois totalitarismos, nazi e comunista, não precisam de receber lições de legitimidade - e muito menos dele [Tsipras].»

Bernard-Henri Lévy, no El País

28 comentários

Comentar post