Quando a realidade parece ultrapassar a ficção
O virar de mesa de pernas para o ar em curso na geopolítica global dá azo a muitas unhas roídas e à procura de situações passadas de onde seja possível pescar dicas para lidar com a actualidade.
Lembrei-me de um livro, que li há uns anos, sobre uma operação levada a cabo por Moscovo, e que devo ter emprestadado pois não o encontro onde deveria estar. Muito resumidamente consistia em criar uma sósia da primeira-dama do EUA, para depois a substituir pela verdadeira. Com um activo infiltrado em tal nível de proximidade com o POTUS, o KGB conseguiria um acesso sem precedentes ao último decisor do seu maior rival. Apenas uma imaginação prodigiosa conseguiria urdir um enredo tão arrojado. A obra, A Segunda Dama, é assinada por Irving Wallace e chegou-me ás mãos numa edição Livros do Brasil.
Entretanto chegamos a 2025 e, nos últimos dias, já tropecei em diversas entradas nas redes sociais que afirmam que Trump, desde uma das suas falências nos anos 90, é ele próprio um agente ao serviço dos russos. Nunca saberemos se é apenas mais uma teoria da conspiração, mas a questão que me coloco é seguinte: se fosse verdade, o que é ele teria feito de diferente nos últimos dias?