Presidenciáveis (6)
António Marinho e Pinto
Desempenhou o cargo de bastonário da Ordem dos Advogados, entre aplausos e apupos, dizendo representar os pequenos contra os grandes escritórios que costumam mexer os cordelinhos da profissão. Amado e odiado, divide as águas onde quer que esteja. O problema, muitas vezes, é estar pouco tempo: concorreu às europeias pelo MPT, que rapidamente abandonou, fundando o Partido Democrático Republicano. No Parlamento Europeu, cedo se decepcionou, admitindo candidatar-se às legislativas. De olhos postos nas presidenciais.
Este transmontano de signo Virgem e verbo fácil pode vir a ser, aos 64 anos, o Alexis Tsipras português. Conquistando votos à esquerda e à direita. Dêem-lhe palco - e ele improvisa a peça. Passem-lhe um microfone - e logo o discurso brota, em doses ferventes e torrenciais.
Prós - Tem o dom da palavra. É temível nos confrontos televisivos. Sabe tocar a corda mais sensível do cidadão comum com a sua retórica capaz de cruzar Che Guevara com Jesus Cristo.
Contras - Tem o coração demasiado perto da boca e costuma ferver em pouca água. Afirmou que 4800 euros não chegam para viver bem em Lisboa, algo manifestamente exagerado.