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Delito de Opinião

Presidenciáveis (5)

Pedro Correia, 06.02.15

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Marcelo Rebelo de Sousa

 

Avança ou não?

Marcelo Rebelo de Sousa alimenta um sonho antigo: a Presidência da República. Seria um Chefe do Estado muito diferente de todos quantos figuram na solene galeria dos retratos presidenciais no Palácio de Belém. Pela irreverência, pela descontracção, pela capacidade de romper as regras, pela empatia que consegue estabelecer com os portugueses - bem reflectida nas audiências que atinge, semana após semana, o Jornal das 8 de domingo na TVI onde ele pontifica, rivalizando em número de espectadores com qualquer jogo grande do calendário futebolístico português.

Sagitário, de 66 anos, membro do Conselho de Estado, Marcelo Nuno Duarte Rebelo de Sousa mal precisará de percorrer o País em sessões de campanha: já o faz, de algum modo, no telecomício semanal em que se confirma como um dos mestres da comunicação política portuguesa. Com uma linguagem que todos entendem - dos seus colegas catedráticos na Faculdade de Direito de Lisboa ao mais humilde cavador de Celorico de Basto, terra de uma das suas avós e que se tornou torrão adoptivo deste lisboeta adepto do Sporting de Braga e recordista nacional de velocidade de leitura.

Desta vez não terá de mergulhar no Tejo, guiar um táxi ou recolher lixo nocturno, como fez na campanha autárquica de 1989 na capital. Na altura não lhe valeu de muito: foi derrotado pelo socialista Jorge Sampaio.

Aparentemente, os dois maiores rivais deste antigo líder social-democrata no próximo escrutínio presidencial estão fora de combate: António Guterres e Durão Barroso eram os que Marcelo mais temia. Abre-se assim, à sua frente, uma larga avenida destinada a desembocar em Belém.

Quererá ele percorrê-la? A verdade é que não precisa de pedir licença a ninguém: nunca o antigo sonho esteve tão próximo de tornar-se realidade.

 

Prós - Os seus méritos como professor de Direito e jurisconsulto. A simpatia natural. Os dotes de comunicador. O público fiel que foi granjeando ao longo de muitos anos de aparições regulares na televisão. A certeza de que só ele consegue federar as direitas.

 

Contras - O comentário político na TVI dá-lhe graça mas retira-lhe gravitas. Falta-lhe uma vitória eleitoral expressiva num currículo político iniciado em 1975, quando foi eleito deputado constituinte enquanto exercia jornalismo no Expresso. Passos torce o nariz e Cristo tarda em voltar a descer à Terra.

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