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Delito de Opinião

Presidenciáveis (49)

Pedro Correia, 15.05.15

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Nicolau Breyner

 

Os americanos tiveram um astro de Hollywood, Ronald Reagan, como um dos seus líderes mais carismáticos. Em França, um popular comediante - Coluche - chegou a rivalizar com François Mitterrand na corrida de 1981 ao Palácio do Eliseu. Joseph Estrada foi vedeta do cinema antes de ser Chefe do Estado das Filipinas. Porque não há-de um actor concorrer à Presidência da República em Portugal? Algo inédito neste país tão conservador nos costumes políticos, contribuiria certamente para mobilizar o eleitorado.

Entre os actores que têm revelado vocação política destaca-se Nicolau Breyner. No Verão quente de 1975, assegurou a segurança nos comícios do PS. Mas foi já com os ânimos mais arrefecidos que encabeçou uma candidatura autárquica pelo CDS no Alentejo profundo. Em Serpa, seu concelho natal. Neste município que sempre votou maioritariamente nos comunistas levou em 1993 os democratas-cristãos ao segundo lugar, conseguindo 26,3% e dois lugares na vereação.

Seria este benfiquista de signo Leão, hoje com 74 anos, um possível Reagan português capaz de transformar Belém num palco à medida dos seus dotes histriónicos? Pioneiro nas telenovelas portuguesas, como co-autor e intérprete do camionista João Godunha em Vila Faia, poderia ser um pioneiro também nisto. Porque se cada político é actor, também um actor tem todo o direito de ser político.

 

Prós - Herman José daria uma ajudinha na campanha recriando com o candidato o célebre duo Senhor Feliz e Senhor Contente. Num país com graves carências financeiras, daria jeito ter como supremo magistrado alguém que se notabilizou na peça Esta Noite Choveu Prata. Fernando Mendes, seu ex-parceiro em Nico d' Obra, tornar-se-ia conselheiro financeiro de Belém, ajudando a estabelecer o Preço Certo

 

Contras - A esquerda radical recusaria um Presidente com apelido germanófono, saindo à rua para o mandar à Merkel. Um homem que se fartou da rotina do teatro por recusar declamar sempre o mesmo papel noite após noite aguentaria estar cinco anos em cena? Dizem que os alentejanos são lentos a chegar mas podem ser rápidos a partir: o último, o general António de Spínola, durou apenas quatro meses em Belém, entre Maio e Setembro de 1974.

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