Presidenciáveis (45)
Eduardo Barroso
Há nove anos que não existe um fervoroso adepto sportinguista no Palácio de Belém - quase tanto como o tempo que o Sporting leva sem ganhar o campeonato. Esta lacuna seria bem compensada com a candidatura de Eduardo Barroso, o médico cirurgião hepato-bilio-pancreático mais conhecido do País, que sempre sonhou ser presidente. Da direcção leonina.
Mas não falta quem diga que é mais fácil presidir aos destinos do País do que da nação sportinguista, o que talvez estimule este ex-presidente da Assembleia Geral do Sporting - um aquariano de 66 anos - a trocar o futebol pela política.
Prós - É sobrinho de um ex-Presidente da República (Mário Soares) e foi médico de outro (Jorge Sampaio) que poderiam dar-lhe decisivas lições sobre a política, essa "arte do possível" onde tantos festejam empates como se obtivessem vitórias. Teria o voto maciço dos eleitores sportinguistas, embora não necessariamente o de Godinho Lopes. Marcelo Rebelo de Sousa, o seu melhor amigo, diria bem dele na televisão durante um par de semanas.
Contras - É rara a vez em que não abre a boca para falar contra os homens do apito no futebol: enquanto árbitro do sistema político, que nomes chamaria a si próprio? A esmagadora maioria dos eleitores do Benfica e do FC Porto não votaria nele, com as prováveis excepções de Fernando Seara e Manuel Serrão. O seu primo Alfredo Barroso poderia regressar a Belém, como chefe da Casa Civil, esquecendo que ninguém deve voltar aos lugares onde já se sentiu feliz.